O Brasil que os gringos querem ver

Por Eduardo Souza Lima
A gente deve começar amanhã nossa cobertura do Festival de Berlim, feita por Anna Azevedo, que está lá com seu novo filme, "Dreznika", na Berlinale Shorts, mostra oficial de curtas-metragens do evento. Sobre a participação da diretora em Berlim, uma historinha: "O homem-livro" - com Evando dos Santos, o pedreiro literário da Vila da Penha - não foi selecionado para o festival no ano passado sob o argumento de que "era brasileiro demais" (o mesmo papo que, por sinal, valeu também para outro excelente filme, "Crime delicado", do Beto Brant). Se ele se chamasse "O livreiro de Cabul" seria considerado "afegão demais"? Bom, deixando as digressões de lado, o fato é que isso, na verdade, é muito bom para o cinema brasileiro. Porque, apesar dos pesares - e bota pesares nisso -, é um exemplo de que ele ainda é considerado de primeira linha lá fora. Não tem condescendência não, essa história de exotismo não cola. A gente tem é que mostrar qualidade.
Marcadores: 58º Festival de Berlim, Cinema
1 Comentários:
Que continue brasileiro de mais, espero o dia em que o cinema brasileiro não necessite do reconhecimento do exterior para se firmar. Participar de festivais como este é importantíssimo, mas nunca deveria ser selo de qualidade pra um filme, como se existisse um ISO 9001 para a arte.
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