Revista Zé Pereira
Compre Aqui
Embarque
Marcha dos CineclubesO Caos Anda Sobre RodasHitler no LeblonO Caminho de Santa Teresa

domingo, 28 de outubro de 2007

O lado pop do rock norte-americano



Texto e fotos: Zaira Brilhante

Quem chegou cedo para a segunda noite de Tim Festival levou um susto. Os desavisados quanto à popularidade de Juliette Lewis dificilmente compreenderiam o fato de haver dezenas de pessoas andando pra lá e pra cá com um cocar de uma pena só, cada um de uma cor. Mas bastou a morena subir ao palco do Novo Rock US (com apenas 20 minutos de atraso em relação ao horário previsto) para entender. Detalhe: o dela era vermelho.

Ninguém pode negar que, no quesito simpatia, a apresentação do Juliette and the Licks foi hour concour. Com pose de estrela, digna de Hollywood, a moça não mediu esforços para incendiar a platéia. E conseguiu, se não com a música, pelo menos com o contorcionismo. Eram pulos e manobras para todos os gostos. Quanto a cantar, essa parte foi, digamos, negligenciada. Pouco se ouvia a voz de Juliette durante as canções. Em pensar que, na noite anterior, eram as notas limpas e claras de Björk que se multiplicavam naquela mesma tenda.

A banda The Licks fez o dever de casa. Apesar de não primarem por inovações, mostraram um "feijão com arroz" do rock and roll muito bem feito. Ponto pra eles. Juliette, como atriz, soube interpretar dignamente o papel de cantora e band leader, mas faltou o dedo da direção para cortar os excessos. Quem não estava muito preocupado com a música, ficou feliz com a festa. Mas, os demais, provavelmente acharam caricatas ao extremo as interpretações saídas da década de 80 e gostariam de ter escutado um pouco mais do que gritinhos.

Os melhores momentos ficaram com o hit "Hot kiss" e as também populares "Love to kill" e "Death of a whore". Antes de encerrar a apresentação, claro, a moça foi pra galera. Um verdadeiro stage-diving, com direito a declarações de amor ao final. "Amo vocês", ela gritava, pra delírio e diversão da platéia, que agora, como na noite anterior, começava a se rearranjar no espaço da tenda. Saem os fãs de Juliette, entram os de Brandon Flowers e companhia.

Às 22h em ponto começou a sucessão de imagens do último disco, "Sam's town", nos telões. Ao fundo, a introdução que levou a banda ao palco. A primeira sensação ao ver Brandon com uma blusa de manga comprida branca e um colete preto por cima foi a de "Freddie Mercury não morreu". Quando foi possível desviar o olhar dele e perceber os demais integrantes da banda – Mark Stoermer (baixo), Ronnie Vannucci Jr. (bateria) e Dave Keuning (guitarra) – a informação se confirmou. Dave, a la Brian May, usava (apesar do calor tropical) um terno branco, como o guitarrista do Queen.

Mas comparações engraçadinhas à parte, The Killers (foto) mostrou como se faz música de gente grande e, principalmente, como se sustenta isso no palco (qualquer alusão à atuação, na noite anterior, dos meninos do Arctic Monkeys não é mera coincidência). De cara, eles mandaram a faixa-título do segundo álbum, "Sam's town".

Do mesmo disco, "Enterlude" foi acompanhada por um coro que gritava a primeira frase a todos pulmões: "We hope you enjoy your stay / It's good to have you with us, even if it's just for the day". A platéia estava ganha. E, com ela nas mãos, o show era deles. Seguiu-se, como não podia deixar de ser, a empolgante "When you were young". No cardápio, ainda as boas "Bones", "Jenny was a friend of mine" e "On top", entre outros hits dos dois discos.

Eles optaram por desacelerar o andamento de várias canções. Foi em "Mr. Brightside" que o recurso ficou mais perceptível, mas não afetou a explosão que a música causa. Interessante também foi o sotaque (quase inglês) com que Brandon repetia o "Let me go" na mesma canção. Tudo bem que a banda não nega as influências do britpop, mas até trocar o "accent", ninguém poderia imaginar. Foi no mínimo curioso.

Depois desta canção eles deixaram o palco, mas por muito pouco tempo. Voltaram para encerrar com um cover. "Shadow play", do Joy Division, com "uhuus" na introdução que causaram certo estranhamento em algumas pessoas na platéia. Pra compensar, emendaram as ótimas "For reasons unknown" e "All these things that I've done". Esta, do primeiro disco "Hot fuss", fez a platéia entoar por vários minutos (mesmo quando do silêncio da banda) a frase " I got soul, but I'm not a soldier ". Por fim, após o êxtase, se despediram com "Exitlude" e o público, mais uma vez de parabéns, repetiu o coro "We hope you enjoyed your stay".

Marcadores:

1 Comentários:

Blogger djah disse...

apesar de não poder ter ido no show
valeu a pena ler seu post e saber como foi.:P

Minha música predileta do The Killers é >>> Read My Mind <<<, que por a caso não foi citada.:(

Espero que eles tenham gostado do Brasil e que venham + vezes!!!

5 de novembro de 2007 às 09:27  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial