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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Febeapá 2007


O ano termina com a notícia de que Glória Maria vai dar um tempo. A jornalista que ensinou aos espectadores do "Fantástico" que os legionários romanos usavam sapatos de bronze e que "A pequena sereia" — não o desenho animado da Disney, mas o conto de Hans Christian Andersen — era uma linda história de amor com final feliz vai fazer falta ao Festival de Besteiras que Assolam o País dos próximos dois anos. Como homenagem, decidimos que ela e o prefeito Cesar Maia são hors concours — o último não como homenagem, mas porque se ele estivesse na parada não tinha pra ninguém. Com isso, o maior destaque de 2007 é o novelista Aguinaldo Silva, que em sua ânsia em arrumar um bode expiatório para o fracasso de "Duas caras", abusou de escrever bobagens em seu blog — talvez a pior delas, chamar os cubanos de vagabundos. Falou-se muita asneira em 2007 e abaixo selecionamos algumas. É claro que muitas ficaram de fora. Por isso pedimos ajuda aos leitores. Quem lembrar de mais algumas, por favor nos dê um toque em nossa caixa de comentários ou pelo e-mail online@revistazepereira.com.br. A gente vai publicar as 30 melhores — ou piores — na Zé Pereira número 4.

"Pena de morte. É um tema perfeito para o período de Natal. Enquanto as pessoas confraternizam com parentes e amigos, distribuindo presentes e bons sentimentos, eu confraternizo com a cadeira elétrica e a forca", Diogo Mainardi, em sua coluna na "Veja". Na semana seguinte, o estado americano de Nova Jersey revogou a pena de morte e a ONU aprovou uma resolução pelo seu fim em todo o mundo. Isso é que é timming.

"McCarthy estava certo", Diogo Mainardi, fazendo apologia da deduragem. Passaram a mão na bunda desse cara no recreio. Só pode ser isso.

"Fico quase repugnado, irritado mesmo, quando vejo alguém consumindo maconha, porque o cara está bancando o tráfico, não adianta dizer que não está", Fernando Meirelles. O diretor de "Cidade de Deus" é dono de agência de publicidade desde os anos 80 e trabalha com TV e cinema. Ou ele só trabalha irritado ou é cego ou hipócrita. Ou então acha que cocaína tudo bem.

"Onde está a polícia? Onde está a 'Elite da Tropa'? Quem sabe até a 'Tropa de Elite'! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade", Luciano Huck, depois que roubaram o seu Rolex. O apresentador também doou 60 exemplares de seu primeiro livro, "Na terra no céu no mar – Viagens de aventura no 'Caldeirão do Huck'", para o AfroReggae. Ah, e fez campanha para poder entrar na Majórica de havaianas. Isso é que é senso de cidadania.

"Mas por mais sangrenta que fosse a ditadura, as aflições que então sofríamos por causa disso não tinham tanto peso quanto têm as aflições de hoje, quando somos supostamente livres. É que na época os militares até podiam impor arbitrariamente sua vontade. Mas pelo menos não eram fundamentalistas, não achavam que tinham a missão divina de reorganizar e assim salvar o mundo", Aguinaldo Silva. Ou seja: para o novelista, por sadismo ou dinheiro pode baixar o cacete à vontade.

"Sim, Luciano Huck faz parte da 'elite branca', e sob nenhuma hipótese deve se envergonhar disso. Ele faz parte dela porque trabalha de sol a sol, e paga altíssimos impostos, sem os quais a 'elite preta', não muito chegada ao trabalho, não estaria recebendo as benesses do bolsa família. (e não me chamem de racista, por favor, não estou falando de negros, estou falando da oposição aos que são como o nosso querido Huck)", Aguinaldo Silva, que certamente não é racista, mas que acredita que o Brasil seria o país das oportunidades, assim como os Estados Unidos, caso o PT não o tivesse transformado numa Suécia.

"Trabalhar que é bom, nem se pode dizer que os cubanos trabalham, já que nada produzem. A produção de cana de açúcar, a principal riqueza da ilha, já não dá mais nem pro gasto interno. Os charutos Cohiba servem apenas para presenciar os que tecem lôas a Fidel, entre os quais se incluem os próceres mais à esquerda do nosso governo. Duvidam do que estou dizendo? Pois muito bem: ao longo de suas vidas vocês já compraram tênis 'made in Malasya', coisas produzidas nas Filipinas, em Singapura, no Ceilão, etc., etc., etc.. Alguém aí, alguma vez na vida, conseguiu achar em alguma vitrine sequer um grampo de cabelo que fosse 'made in Cuba'?", Aguinaldo Silva, neoliberal que acredita que o sistema econômico ideal para o Brasil é o chinês e desconhece que o Ceilão se chama Sri Lanka desde 1972.

"Os países do continente (africano) demonstram uma maturidade que revigora a democracia", o presidente Lula, em discurso feito em Burkina Faso, país presidido há 20 anos por Blaise Compaoré, depois de um sangrento golpe de Estado.

"O Brasil tem uma dívida histórica com os militares", Lula. É verdade. A rapaziada caia árvore que é uma beleza.

"Um tiro em Copacabana é uma coisa, na (favela da) Coréia é outra coisa", José Mariano Beltrame, secretário cuja política de segurança pública é inspirada no filme "Tropa de elite".

"Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal", Sergio Cabral Filho, ao defender a legalização do aborto, lembrando, num ato falho, os tempos de PSDB.

"Ela certamente tem algum problema, uma debilidade mental", Raimundo Benassuly, delegado-geral do Pará, sobre a menor L. presa numa cela com 20 homens em Abaetetuba, num típico caso de, como dizem os psicanalistas, transferência.

"Opinião pública não elege mais presidente. A reação contra a corrupção é algo muito específico da classe média, de gente que paga imposto e não vê nada sendo retribuído. Do ponto de vista de quem está recebendo o Bolsa Família, a questão da moralidade política vem em segundo lugar. Para quem vive em um mundo de necessidades, moralidade é luxo", José Murilo de Carvalho, historiador. Como diria o colunista Ancelmo Góes, que aplaudiu a frase, um sujeito desses lá na minha terra é chamado de... deixa pra lá.

"Se o Piauí não existisse, ninguém ficaria chateado", Paulo Zolotto, presidente de inclinação bôer da Philips no Brasil e na América Latina.

"Cansei", um bando de babacas.

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10 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

A petralha esquerdopata é contra a pena de morte porque defende os marginais. A começar pelo Apedeuta aleijão e "anarfa" e seus seguidores!!!

28 de dezembro de 2007 às 19:16  
Blogger Revista Zé Pereira disse...

"Petralha esquerdopata"? "Apedeuta"? Mim não falar sua língua, homenzinho verde.
A Zé Pereira não tem partido nem time, mas se você é de direita, nós somos de extrema-esquerda. A gente quer distância de bobalhões.

28 de dezembro de 2007 às 19:28  
Blogger MC disse...

parabéns pela zé pereira pelo resgate do febeapá e por essa excelente resposta aqui em cima.
desejo muitos anunciantes e muitos e muitos números (e muito e muito mais posts) em 2008.
abraços!

29 de dezembro de 2007 às 12:41  
Blogger Revista Zé Pereira disse...

Valeu, mc. Leitores como você é que nos fazem batalhar por um cantinho nas bancas sem desanimar.
Grande abraço e um ótimo 2008!

29 de dezembro de 2007 às 13:22  
Anonymous Anônimo disse...

“Pobre quando chega lá em cima pensa que é outra coisa”. FHC. Coisa de gênio...

2 de janeiro de 2008 às 11:11  
Anonymous Anônimo disse...

Mainardi deveria ser horconcu também.

Eu indico o Ali Kamel, pelo artigo "A grande imprensa" (7/8/2007):

"Quanto mais variadas forem as fontes de recursos que sustentam um jornal, uma revista, um portal de internet ou uma emissora de rádio e televisão, mais livres e independentes serão esses veículos. (...) O veículo não depende, nem de longe, de ninguém isoladamente para sobreviver. E por isso é livre. E por isso é independente. (...)
Portanto, livre mesmo, só a grande imprensa. Só ela tem os meios para investir em recursos humanos e tecnológicos capazes de torná-la apta a noticiar os fatos com rapidez, correção, isenção e pluralismo, sem jamais se preocupar se o que é noticiado vai ser bom ou ruim para este ou aquele cliente, para este ou aquele governo."

2 de janeiro de 2008 às 14:19  
Blogger Revista Zé Pereira disse...

Bem lembrado. Mas o Ali Kamel também daria um compêndio. Só do livro sobre racismo dá pra tirar umas 30.

2 de janeiro de 2008 às 15:28  
Anonymous Anônimo disse...

eu me calo (josé wilker)

2 de janeiro de 2008 às 19:24  
Anonymous Anônimo disse...

Falta o Arnaldo Jabor nessa lista.

4 de janeiro de 2008 às 14:34  
Anonymous Anônimo disse...

Jabor? O do "Eu nunca cabi"?

12 de janeiro de 2008 às 02:16  

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