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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Cultura suburbana nas telas


Por Eduardo Souza Lima

"Alma Suburbana", documentário de 75 minutos de Luiz Claudio Lima, Hugo Labanca, Leonardo Oliveira e Joana D'arc, versa sobre a cultura do subúrbio a partir de depoimentos de figuras como Marco Palito e Marcus Saúva, o Bonequinho Vil (foto acima), Marcelo Yuka, Luiz Carlos da Vila (foto abaixo), Joaquim Ferreira dos Santos, Tico Santa Cruz, Eryk Rocha. O filme, uma produção independente, feito com a participação de alunos da rede municipal de ensino, já foi exibido no cineclube Subúrbio em Transe, na Escola Grécia e no Ponto Cine, e agora procura um lugar ao sol. A gente bateu um papo virtual com Luiz Claudio Lima, que além de cineasta é professor de Geografia orientador da oficina de vídeo do Núcleo de Arte Grécia (núcleo de extensão da Secretaria Municipal de Educação, que oferece oficinas de teatro, dança, música, artes visuais, artes literárias e vídeo para os alunos da rede municipal e a comunidade em geral).

De onde veio o "Alma suburbana"?

A idéia para o filme surgiu depois do curta "Arrastão Literário" sobre Evando dos Santos (também personagem de "O homem-livro" e de "Pedreiro literário"), que reuniu um grupo de moradores do subúrbio e saiu vestido de Homem-Livro no calçadão de Copacabana, no Dia Nacional da Educação. Neste dia foram distribuídos mais de 500 livros. As notícias que saíram sobre este evento foram proporcionalmente bem menores que as notícias sobre o arrastão da década de 90 em Ipanema. A jornalista Joana D'arc ficou sabendo do arrastão e me procurou para fazer um artigo sobre o evento. Conversando sobre o assunto, ela trouxe o argumento sobre o filme, que tinha a idéia de valorizar o subúrbio através da sua cultura. A idéia original era fazer um curta-metragem, mas devido o grande número de entrevistas acabamos realizando um longa.



De que forma estudantes de rede municipal participaram do projeto?

Como responsável pela oficina de vídeo já orientei diversos curtas com participação dos alunos. A maior parte destes curtas participaram de diversos festivais. Entre estes filmes eu destaco "O pequeno cordel do sapato voador", "Valorizando o meio ambiente", "345 - A viagem do terror", "Um lugar chamado Quitungo", "Um plano-sequência sobre o racismo", "Arrastão Literário", "As margens e imagens sobre o Rio Irajá" e "Memórias de um passado presente". Cada ano recebemos alunos novos, mas os antigos continuam e vão orientando os mais novos. Dentre os alunos antigos Leonardo Oliveira se destaca. Ele cursa o terceiro período de Cinema na Estácio (como bolsista do Pro-Une) e participa das oficinas como monitor. Hugo Labanca é outro aluno que se destaca, principalmente na edição e também participa como monitor. Ele vai começar este ano curso de Publicidade na Estácio. Eles co-dirigiram o filme, além de participarem da fotografia e edição. Os demais alunos participaram na elaboração do roteiro, das entrevistas, da operação da câmera e iluminação, do som direto, da edição. Ou seja, dividimos a turma em equipe e cada um participou de uma etapa de produção do filme. É lógico que antes houve uma grande preparação. Vimos muitos filmes, principalmente os do Eduardo Coutinho, e estudamos muito. O documentário começou sua pré-produção em junho de 2007 e teve sua primeira exibição no dia 1º de dezembro de 2007 no cineclube Subúrbio em Transe.

Sendo um projeto independente, como foi viabilizado financeiramente?

O filme foi realizado pela oficina de vídeo do Núcleo de Arte Grécia e pelo Cineclube Subúrbio em Transe, localizado em Vista Alegre. A escola disponibilizou três câmeras, sendo que uma Hi8, uma S-VHS e uma mini-DV, além das fitas e dois computadores para edição. O cineclube Subúrbio em Transe, juntamente com seus participantes, entrou com um computador para edição e uma câmera mini-DV de 3 ccd, com melhores recursos. Esta foi a câmera principal. Uma equipe ficou responsável pelo making of. Embora sejamos vinculados à Secretaria Municipal de Educação, os recursos são mínimos para este tipo de projeto. Por isso improvisamos, para chegar ao melhor resultado possível. As despesas com passagens e alimentação foi por nossa conta.

E quando a gente vai ver "Alma suburbana" nos cinemas?

Os cineastas Eryk Rocha e Maya Da-rin estiveram presentes na primeira exibição e elogiaram muito. Exibiremos também na Lona Cultural de Vista Alegre, no Botequim Papo de Esquina e na Casa França-Brasil. Depois queremos que ele circuito nos cinemas. Procuramos o pessoal da Riofilme e estamos esperando uma resposta.

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6 Comentários:

Blogger Leo Oliveira disse...

Galera,

Como diretor do filme, sou suspeito para falar dele, mas apesar de ter sido feito quase sem recursos, eu gosto muito dele e acho que ele se comunica com o espectador. Nas estamos tentando distribuí-lo de alguma forma nos cinemas, atrás de distribuidoras como a Riofilme e participando da 1ª Feira audiovisual do Rio que acontece mês que vem.

Abraços,
Leonardo Oliveira.

14 de fevereiro de 2008 às 11:37  
Blogger Marcelo Moutinho disse...

Zé, tenho todo o interesse de ver esse filme. Sabe como devo fazer?

Moutinho

14 de fevereiro de 2008 às 13:08  
Anonymous Anônimo disse...

Manda um e-mail pro Luiz Claudio: lcgranito_3@hotmail.com
Abs

14 de fevereiro de 2008 às 14:23  
Anonymous Anônimo disse...

Como o Léo, tb sou suspeita pois sou co-diretora e produtora, mas modestia a parte, o Alma Suburbana realmente é muito bom e nos deixou com a sensação de "dever cumprido" e sem dúvida a comunicação com o público é muito boa devido a identificação. Estamos correndo atras de divulgar e exibir qualquer sugestão é muito bem vinda.
Saibam mais em:www.almasuburbana.com
e http://suburbanonaalma.blogspot.com

Obrigada a Zé Pereira pela força.
Contem conosco.

Até a próxima,
Joana D'arc

15 de fevereiro de 2008 às 16:33  
Anonymous Anônimo disse...

Achei o filme espetacular.

15 de fevereiro de 2008 às 17:24  
Anonymous Anônimo disse...

Pô, eu tive a grata satisfação de assistir ao doc "Alma Suburbana" e saí com minha alma suburbana lavada! Quem viu não sabe o que está perdendo. Tomara que os produtores consigam furar o cerco para mostrar ao máximo de pessoas possível e ver um Subúrbio diferente do que vemos nos núcleos suburbanos das telenovelas.

25 de setembro de 2008 às 12:25  

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