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quarta-feira, 16 de abril de 2008

O cinema finca pé na Baixada


O Brasil corre o risco de virar um país de batedores de lata, jogadores de capoeira e rabiscadores de paredes. Em que se pese as boas intenções, oficina de pobre é isso aí, raramente lhe é oferecido algo diferente. Nascido e criado em Santa Cruz, o diretor de teatro e cineasta Marcus Vinicius Faustini, secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, quer sair do lugar-comum. E em vez de ensinar a garotada da Baixada a batucar, quer que ela aprenda a fazer música eletrônica e audiovisual. Seu primeiro feito foi criar a Escola Livre de Cinema, criada em parceria com a Reperiferia, que funciona desde julho de 2006 e que no momento tem 600 alunos matriculados. A idéia agora é formar público, por meio do Iguacine - 1º Festival de Cinema de Nova Iguaçu, que acontece de 23 a 30 de abril.
- Eu quero que o jovem de periferia tenha instrumental para competir de igual para igual com o garoto da Zona Sul. Não adianta só montar peça de teatro em escola, tem que apostar nos novos talentos e lhes dar condições de aprender a trabalhar com novas linguagens e tecnologias - diz Faustini.

Para tanto, o secretário está abrindo editais públicos no município. E é claro que no começo encontrou várias dificuldades:
- Em Nova Iguaçu havia a cultura do balcão: o artista queria montar um espetáculo e batia de porta em porta no comércio para arrumar patrocínio. A gente quer criar agora a cultura do edital.
Em sua primeira edição, o Iguacine vai vai homenagear o cineasta Sergio Saenz, com a exibição de seu novo longa-metragem, o documentário "Devoção". Foram nada menos do que 239 filmes inscritos de todo o país, dos quais foram selecionados 53, que serão exibidos em toda a cidade. Destes, 32 fazem parte da mostra competitiva. O festival terá ainda mesas de debates, oficinas e palestras. Todas as atividades serão gratuitas. O festival também vai criar um circuito alternativo de exibição: além das sessões no Espaço Cultural Silvio Monteiro (Rua Getúlio Vargas, 51, Centro), sede oficial do festival, os filmes também serão projetados em praças públicas.
- Ninguém vai conseguir sair de casa, ir ao supermercado ou pegar um ônibus sem assistir a um curta-metragem, sem ouvir falar em cinema. Vamos buscar o público onde quer que ele esteja - diz Faustini.
Além dos curtas, serão exibidos os longas "Mutum", de Sandra Kogut, "PQD", de Guilherme Coelho, e "Juízo", de Maria Augusta Ramos. Veja a programação completa aqui.

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