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terça-feira, 27 de maio de 2008

Espírito indômito


Não é de se estranhar que a maior retrospectiva da obra do cineasta norte-americano Robert Altman (1925-2006) venha a se realizar fora de seu país natal. Altman sempre se pautou pela independência, algo visto com maus olhos em Hollywood, e isso lhe custou o merecido reconhecimento por parte de seus conterrâneos. A consagração só chegou aos 45 anos, e fora do seu país, com a Palma de Ouro no Festival de Cannes por "M*A*S*H*", em 1970. Somente nos últimos anos de sua carreira Hollywood parece ter se reconciliado com o diretor, chegando a lhe conceder um Oscar especial no ano de sua morte.

Com curadoria de Angelo Defanti, "As muitas vidas de Robert Altman", que começa hoje no Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66, Centro), exibe até o dia 15 de junho todos os 37 longas-metragens do diretor, que iniciou sua carreira em 1957 com "Os delinqüentes" ("The delinquents", que passa no dia 5 de junho, ao meio-dia). Hoje serão exibidos três de seus filmes mais significativos: "O exército inútil" ("Streamers", às 14h), de 1983, o melhor de sua fase considerada decadente, os anos 80; "Prèt-á-porter" ("Prêt-à-porter", às 16:30h), de 1994, da época de sua redescoberta pela crítica; e "Cerimônia de casamento" ("A wedding", às 19:30h), de 1978, que muitos consideram a obra-prima de sua fase áurea, os anos 70. Na foto acima, o diretor está no set de "Onde os homens são homens" ("McCabe & Mrs. Miller", 1971), que será exibido sexta-feira e domingo, às 19:30h, ao lado de Warren Beatty. A gente recomenda também os estranhíssimos e hoje raros "No assombroso mundo da Lua" ("Countdown", 1968), "Imagens" ("Images", 1972) e "Quinteto" ("Quintet", 1979), que já foram figurinhas fáceis na TV, acreditem; "O jogador" ("The player", 1992), com o seu espetacular plano-seqüência inicial, filme que é um acerto de contas com Hollywood, mas que acabou marcando o renascimento de sua carreira; e, é claro, os clássicos "Nashville" (1975) e "Voar é com os pássaros" ("Brewster McCloud", 1970). A programação completa está aqui.

A mostra também vai exibir alguns dos seus trabalhos na TV - para onde foi levado por Alfred Hitchcock - como a série "Tanner '88" (foto abaixo), da HBO, na sala de vídeo. Os ingressos custam Sala de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia), na sala de cinema; e R$ 8 o videopasse válido por 30 dias para a de vídeo.

P.S.: o nome da mostra vem de uma declaração do diretor, que certa vez disse que "fazer cinema é como viver várias vidas".


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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

"Cerimônia de casamento" é um freak show (como todo bom casamento deve ser): a mãe do noivo é viciada em morfina; a irmã da noiva é ninfomaníaca e está grávida do noivo; a tia do noivo é fissurada no chofer negão; o médico da família não larga o copo de uísque e os peitos das convidadas; o bispo que celebra o casamento é totalmente gagá; a mãe do noivo marca um encontro num motel com um dos convidados; a responsável pelo buffett é lésbica e se apaixona pela noiva; o pai do noivo é um mafioso que fugiu da Itália; tem ainda um pastor que se converteu após ouvir a voz de Deus num televisor de motel onde estava com duas menores; etc, etc, etc. Esse filme é imperdível!

9 de junho de 2008 às 17:12  

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