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sábado, 17 de maio de 2008

PhD em Cinema Brasileiro: Pedras rolando do cinema cachoeira de Humberto Mauro


Por Paulo Henrique Souto

Vi esta semana, como cinéfilo - não estou trabalhando para este filme- "5 frações de uma quase história", realização de um grupo de jovens mineiros/universais, um emaranhado de contos muito bem entrelaçados, de difícil montagem, com ótimo resultado, no meu modesto ponto de vista. Humberto Mauro, precursor do cinema brasileiro, rodou a maioria dos filmes no interior de Minas e certamente aprovaria estes novos realizadores mineiros: são as "pedras rolando" do seu cinema cachoeira. "Um fotógrafo obcecado por pés femininos; um homem que se projeta em situações vistas na TV; um apático funcionário público que recebe uma proposta de um juiz corrupto; um trabalhador de um matadouro com o casamento em crise; e uma secretária desiludida no amor que sonha em se casar. Estas cinco personagens terão suas vidas modificadas a partir de um quente final de semana". Este filme coletivo marca a estréia em longa-metragem de Cristiano Abud, Cris Azzi, Thales Bahia, Guilherme Fiúza, Lucas Gontijo e Armando Mendz, da nova geração de diretores mineiros que há mais de dez anos compartilha idéias e projetos na área audiovisual. A fotografia de Luiz Abramo e Juarez Pavelak presta uma homenagem a Vinicius de Morais, com inúmeras seqüências em preto-e-branco (para quem não sabe, Vinicius preferia filmes em p&B). No elenco, por ordem de entrada em cena Cláudio Jaborandi, Leonardo Medeiros, Cynthia Falabella, Jece Valadão, Gero Camilo, Luiz Artur, Nivaldo Pedrosa, Murilo Grossi. Por trás das câmeras, o competente produtor André Carreira conseguiu um belo resultado, com baixo orçamento - se fosse filme americano, seria "cinema independente", mas é cinema brasileiro, feito com amor e paixão, bem melhor, acredito. Você que me lê, corra pra ver "5 frações de uma quase história", já está nos cinemas, vá na primeira semana, pois se a bilheteria for ruim sai de cartaz ou em entra em horários picados, o que corta a carreira de qualquer filme. Leve os amigos, você sairá do cinema relembrando o que viu, o que deixou de ver, do humor ao drama, refletido no filme, um misto de Charles Bukowski com Nelson Rodrigues, mesclado com o pirotécnico Murilo Rubião. É um filme pop? O público jovem, espero que veja, é quem dirá. Rodado em Belo Horizonte e cercanias, com lindas paisagens das montanhas, que relembram o mestre Mauro. Mas BH é mero acaso, poderia ser qualquer cidade do planeta, com personagens traídos e traidores, como acontece em qualquer metrópole mundo afora. Destaque para o grande ator Jece Valadão, vivendo um juiz corrupto, amoral, certamente não foi fácil para ele aceitar, pois no final da vida Jece se transformou em carola evangélico. Soube que ele falou no set: "Não digo palavrão, porra eu falo", grande Jece, que Deus o tenha. E viva o cinema Brasileiro/Mineiro/Universal. Coincidência ou não, no mesmo dia que vi o filme, o queijo minas virou patrimônio nacional, o cinema feito em Minas também merece honrarias, veja este filme e confirme. Aguarde o próximo episódio.

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1 Comentários:

Blogger Evelina disse...

Paulo Henrique falou o que queria ouvir nesse momento.Bjs,Evelina

18 de maio de 2008 às 15:44  

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