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sexta-feira, 6 de junho de 2008

A alma da América


"Não devo mudar. É por isso que as pessoas pagam para me ver", diz Buffalo Bill (Paul Newman) no esforço de revisão histórica da conquista do oeste americano de Robert Altman - esforço que rendeu também filmes como "O Pequeno Grande Homem" (1970), de Arthur Penn, e "Um homem chamado Cavalo" (1970), de Elliot Silverstein. Mas "Buffalo Bill" ("Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull's History lesson", 1976), que passa hoje e amanhã, às 17h, no CCBB, na retrospectiva da obra do diretor, como um bom filme de Altman também é um retrato bastante crítico do espírito americano.

William Frederick Cody (1846-1917), aventureiro norte-americano que entrou para a História como um homem tolerante que lutou pela co-existência pacífica entre brancos e índios. Baseado numa peça de Arthur L. Kopit e produzido pelo italiano Dino de Laurentiis, o filme mostra um Buffalo Bill etnocêntrico, alcoólatra, dado a ataques de cólera, vaidoso - usava peruca, pois queria ter cabelos "longos como os do General Custer" -, um sujeito pouco inteligente e excêntrico, com uma queda irresistível por cantoras de ópera. À frente do seu próprio circo, o Buffalo Bill's Wild West Show, cercado por um séquito de bajuladores, ele exagera os seus feitos e vende as suas próprias história e ideologia. Assim como o seu público, acredita na lenda que forjou para si. É confrontado com os seus valores com a chegada do Chefe Touro Sentado (Frank Kaquitts) à sua companhia, mas não o suficiente para uma tomada de cosnciência definitiva, como deixa bem claro o desfecho da história.

Altman ainda capricha no tom de deboche, fazendo de "Buffalo Bill" um filme exemplar de sua obra. Não à toa ele não era benquisto por boa parte de seus conterrâneos, ele fazia questionamentos que não interessavam ao status quo. Tem muito cineasta que posa de subversivo, mas que na hora agá defende os valores americanos e no fundo acreditam em Destino Manifesto. Não são muitos os que têm o peito que ele tinha.

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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Um dos melhores momentos do filme é quando Bill, a pedido de seu médico, reduz o consumo de uísque a um copo por dia. Ele troca o copo comum por uma daquelas canecas enormes de chopp, de 1 litro, que a gente compra no oktoberfest.

9 de junho de 2008 às 17:01  

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