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terça-feira, 22 de julho de 2008

Fotodiário celular HK XI

Por Henrique Hoifman


Quinta passada, antes de ir para o trabalho, tive de entregar um envelope. O endereço era mais ou menos no meio do caminho entre a minha casa e o Largo do Machado. Mais ou menos porque esse "meio do caminho" ficava ligeiramente fora do trajeto mais curto entre esses dois pontos – trajeto esse que costumo fazer várias vezes por semana. Um desvio, se tanto, de uns 100, 150 metros, mas longe o bastante para me obrigar a pegar outras calçadas, outras ruas. Engraçado isso, como uns poucos passos à direita, uma transversal, uma paralela, podem transformar a ida habitual para o mesmo lugar de sempre em uma experiência tão diferente. As cinco primeiras fotos desta edição do fotodiário são justamente dessa caminhada.

A primeira foto à esquerda é do bicicletário da farmácia em frente à minha casa, na Rua das Laranjeiras. Vivo dizendo que, um dia, vou passar a ir de bicicleta para o trabalho. No Dia em que o trânsito ficar um pouquinho mais civilizado, quem sabe? Minha crença na civilização, aliás, se renova toda vez que passo em frente a um muro como o da imagem seguinte – também na rua das Laranjeiras, esquina com a Pinheiro Machado –, grafitado por um artista que generosamente enfeita nossa cidade. Nada a ver, claro, com os garatujadores de miolo mole. A fachada vermelha com duas janelas quadradas e ares modernistas é do quartel dos bombeiros próximo à Praça São Salvador e o simpaticíssimo edificiozinho (mais ainda, com essa bandeira do Flu na janela!) fica na Conde de Baependi.

É no final dessa rua que, com um certo ar de enfado, José de Alencar fica sentado em sua cadeira de bronze, desde quando me dou por gente. Até uns dois meses atrás, ele olhava para um posto de gasolina. O posto fechou e, pelos tapumes, adivinho que nosso escritor clássico terá, em breve, um enorme condomínio como paisagem – e, certamente, menos céu do que o mostrado na foto. Já o busto meditativo na soleira da varanda – será que ele sonha com as pernas que correm sem sair do lugar, bem a seu lado? – tem como paisagem a Rua Fernando Osório, no Flamengo.

No espelho parabólico da fila do caixa das Lojas Americanas, Wally sou eu.

Onde estou?

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