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terça-feira, 29 de julho de 2008

Fotodiário celular HK XII

Por Henrique Koifman


Sabe qual foi a minha maior dificuldade em montar essas fotos do fotodiário? Escolher a cor para o fundo da página. Acho que sou meio daltônico. Desde que me lembro, sempre tive alguma dificuldade para combinar as peças de roupa que vou vestir. A ponto de, durante muitos anos, comprar somente roupas com cores quase neutras e "intercambiáveis", como cinza, azul marinho, branco e verde musgo. Pensando bem, acho que eu sou é cromofóbico (se é que esse termo existe): tenho cá um pouco de medo de cores, especialmente das mais berrantes. Deve ter alguma coisa a ver, claro, com a timidez. Difícil não ser notado vestido de vermelho, lilás ou amarelo ou, pior ainda, com dois ou três desses matizes berrantes sobre o corpo. No caso das fotos, acho que pode ocorrer o inverso: cores muito chamativas desviarem a atenção e diminuírem o impacto das imagens que circundam. Tanto que, no começo, pensei em fazer com os fundos o mesmo que o Henry Ford fazia em relação aos seus primeiros carros modelo T produzidos em série: o comprador podia escolher qualquer cor para o carro, desde que fosse preta – e negra seria também a base para todas as edições do Fotodiário. A partir da segunda edição, tal como acabei fazendo com minhas roupas, aboli a ditadura monocromática e tento usar diferentes tons, de acordo com as imagens da semana. Espero estar acertando.

O verdinho desta semana acabou vencendo pelo contraste que, acho, ofereceu às fotos – todas feitas na segunda semana de julho. A primeira delas, de um sobrado numa transversal da Lapa, num dia de céu azul profundo e muita luz. Luz essa que fez com que os badulaques do camelô da Evaristo da Veiga, na segunda imagem, ficassem ainda mais vivos e o lenço padrão oncinha da senhora ficasse ainda mais “cheguei” que as mesas amarelas do Amarelinho, mas que, aparentemente, não era suficientemente forte para que o sujeito no alto da escada deixasse de dar uma lustradinha a mais na barra vermelha da agência do banco (também na Evaristo).

As três imagens empilhadas a seguir foram colocadas desta forma para ficarem, de alguma forma, parecidas com a pilha de bolachas de chope que tive o prazer de empilhar no Bar Luiz, onde foram todas registradas. O lugar parece uma cápsula do tempo (tirando as maquininhas para cobrar os pagamentos com cartões eletrônicos, parece estar exatamente igual ao que conheci lá se vão uns 30 anos. Ainda mais bem conservado – principalmente depois das reformas por que está passando – o Theatro Municipal, no quadrinho seguinte, brilha até mesmo à noite.

A cortina laranja e o lustre japonês, no cantinho de cima, à direita, são do consultório da minha namorada. O registro cromado (com o auto-retrato do celular), no canto de baixo, é do banheiro da casa (novinha) de um bom amigo.

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