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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dieta de mídia

Por Adriana Nolasco

Dieta de mídia: abra um buraco bem grande, enfie a cabeça e peça pra te avisarem quando a lei orgânica do município do Rio "pegar". Essa é bem radical e costuma ser contra-indicada pelos médicos.

Não leia jornal, ao menos esses que tão por aí, obviamente não compre o lixo editorial chamado levianamente de revista, com exceção da zé pereira, e coloque antolhos pra andar na rua.

Aos sábados quando o telefone tocar e você ouvir a doce voz do telemarketing, basta dizer que você não é você.

Pegue aquele móvel quadrado que chamam de televisão e, primeiro desligue, sua casa tem fontes de luz melhor, depois use a criatividade e a transforme, por exemplo, naquela mesinha de apoio que tava faltando no seu escritório.

Não responda e-mails e não responda imediatamente ao que te perguntam. De cara você vai parecer mais inteligente e logo depois você pode efetivamente ser inteligente, mas aí é contigo. Os relatos científicos afirmam apenas que assim suas idéiais ganham a liberdade de chegar sem pressa.

Pra evitar recaídas, volte a fazer amizade com seus livros. Experimente também chegar em casa e conversar com sua mulher, seu marido, seu cachorro, seu espelho. Escute os barulhos do prédio, observe que os passarinhos cantam sempre na mesma hora e teu vizinho trepa em média, uma vez por mês, mas isso porque ele não tá de dieta. Beba muita água.

Depois de uma semana são relatados alguns efeitos colaterais, mas não desanime, é assim mesmo. Clareza mental, senso crítico, senso de humor e sensibilidade alterada são alguns dos sintomas mencionados. Com o tempo você vai se sentindo melhor.

Quando completar trinta dias, reintroduza aos poucos os itens proibidos em sua dieta, mas vá com calma, costuma ser indigesto.

É sempre bom lembrar que o importante é promover uma reeducação, mas lembrando que foi justamente a educação que nos levou ao ponto que estamos agora, é melhor desconsiderar esse item. Grupos de ajuda costumam funcionar. Não se iluda, você é um viciado.

Por fim, antes de fazer qualquer coisa, lembra que você não tá num comercial de margarina, teu carro novo não vai fazer teu pau ficar duro e só te resta uma chance pra responder: o que é que eu quero fazer? Aí vai lá e faz.

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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

ééé... um choque de si mesmo é bom de vez quando. mas mata, dependendo da dose e do paciente.

12 de outubro de 2007 às 19:21  

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