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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Immigrant song", Dread Zeppelin




Pode ser que do mesmo tamanho tenha; mas certamente não existem figuraças maiores do que esses caras. Alguns sortudos viram o inacreditável show deles no finado Imperator.

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Crianças de todo o mundo


Quem tem seus 40, 50 anos, certamente leu as aventuras de Píppi Meialonga nos livros da sueca Astrid Lindgren publicados aqui pela Tecnoprint - hoje Ediouro. Uma boa chance de matar as saudades da Mônica nórdica é levar a molecada para ver "Píppi Meialonga nos Mares do Sul" (foto), de Olle Hellbom, filme de 1970. O grande barato do Festival Internacional de Cinema Infantil, que começou hoje no Rio e em Niterói, é justamente também apresentar ao público produções que fogem do lugar-comum - leia-se o cinema norte-americano. O evento, dirigido pelas Carlas Camurati e Esmeralda, também tem filme holandês, alemão, japonês, dinamarquês etc., além dos inevitáveis Disney/Pixar. A dramaturga Maria Clara Machado será homenageada nesta edição, com a exibição da adaptação cinematográfica de uma de suas obras mais conhecidas, "Pluft, o fantasminha" (de Romain Lesage, 1962), que foi incluída na sessão Clássico Brasil, que exibirá também o filme "Roberto Carlos em ritmo de aventura", de Roberto Farias. Mais informações sobre o festival e a programação completa você encontra aqui e aqui.

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O fim do mês no cineclubes


Hoje tem sessão especial dos cinco anos do Cineclube Tela Brasilis. Serão exibidos "Sinfonia amazônica" (foto), de Anélio Latini Filho, e "Os Azares de Lulu", de Mário Latini, pioneiros da animação brasileira, na Cinemateca do MAM (Avenida Infante D. Henrique, 85, Parque do Flamengo).
Amanhã, às 14h, tem "Sob a luz da fama", de Nicholas Hytner, no Cinedebate (SESC Ramos, Rua Teixeira Franco, 38)
E no sábado, às 15, o Cineclube ABDeC-RJ (Casa de Rui Barbosa, Rua São Clemente, 134, Botafogo passa "Olhar Estrangeiro", de Lúcia Murat; e o Cineclube Subúrbio Em Transe (Casarti, Rua Ponta Porã, 15, sobrado, Vista Alegre) exibe os premiados do Festival Ratoeira. Tudo com entrada franca.

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

BNH


A rapaziada nem foi eleita ainda, mas já começa a resolver o problema de moradia do povão.

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sessão da Tarde: "Selvas internas"




Animação experimental de Juliana Buli exibida no último Anima Mundi. A própria artista fala sobre o filme aqui.

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Fotodiário celular HK XVI

Por Henrique Koifman


Tive a sorte de passar o penúltimo final de semana no sítio de um querido casal de amigos, em Macaé de Cima, pedacinho do paraíso que é guardado perto de Muri. São de lá as três primeiras imagens (à esquerda) que abrem esta edição do Fotodiário. Em seguida a essas, está o edifício da esquina da Presidente Wilson com a Rio Branco, no Centro, visto através da copa da amendoeira da praça em frente e emoldurado por um céu de brigadeiro. Brigadeiro ou, quem sabe, papagaio – como os coloridos, logo abaixo, que estavam à venda na rua São José.

A janela colonial na imagem seguinte é do Paço Imperial. Com a baixa resolução destas fotos telefônicas, você talvez não possa enxergá-los, mas havia um pombo e um bem-te-vi pousados na grade da sacada, conferindo, quem sabe, uma vista parecida com a que D. João VI encontrou por lá, 200 anos atrás. Abaixo da janela, dois entregadores de chope demonstram um pouco da habilidade que os brasileiros costumam ter com os pés – notem que eles NÃO estão vestidos de amarelo, o que explica muita coisa.

Seguindo a tirinha, na linha de cima, à direita, está a vitrine do quiosque que fica na entrada da estação do metrô da Carioca e, mais apropriada para menores, abaixo desta, outra vitrine, de uma loja "tem tudo", na Rua do Ouvidor. Adiante, o entardecer na Rua das Laranjeiras. Nesta época, o sol se põe quase atrás do Corcovado e deixa a paisagem ali avermelhada e interessante. Foi também a luz, só que elétrica, dos edifícios da Carioca à noite, que me fez registrar a imagem seguinte.

Fechando este Fotodiário, os metais de sopro amarrados de uma interessante exposição em cartaz na nova galeria da Travessa do Comércio e, abaixo desses, o cafezinho da padaria da Rua Alcindo Guanabara. Recomendo ambos.

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domingo, 24 de agosto de 2008

Glauber sai do transe na TV


A TV Brasil apresenta, a partir de hoje, às 22:30h, o documentário "Depois do transe", de Paloma Rocha e Joel Pizzini. O filme será exibido em capítulos aos domingos, até o dia 21 de setembro.

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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A lista do Recine


O Recine - Festival Internacional de Ci9nema de Arquivo divulgou a lista dos filmes que vão participar de sua mostra competitica este ano: "Memória para uso diário", de Beth Formaggini, "Kinetoscópio Mane Côco", de Firmino Holanda, "Idade do vento", de Nycolas Albuquerque, "Heroes, no hacen falta alas para volar", de Angel Loza, "Projeto 68", de Julia Mariano, "A passageira", de Rogério Nunes, "Gladys", de Marina Pessanha, "Beijo na Boca Maldita", de Yanko Del Pino, "Criador de imagens", de Diego Hoefel e Miguel Freire, "Oscar Niemeyer, a vida é um sopro", de Fabiano Maciel, "O guarani", de Cláudio Marques e Marília Hughes, o intrigante "Irmãos Collyer – Uma fábula do acúmulo" (foto), de Alfeu França, "Quilombo, do Campo Grande aos Martins", de Flavio Frederico, "Cinema interior", de Ney Costa Santos, "João", de André Iki Siqueira e Beto Macedo, "Suíte Bahia – Reencontro com Agnaldo Siri", de Roman Stulbach, "TV Geraes", direção coletiva, "Ao rio pela baía", de Eduardo Silva, "Rapsódia do absurdo", de Claudia Nunes, e "Passeio no parque", de Cristiane Lage.
Este ano, o festival, que vai acontecer de 8 a 12 de setembro, tem como tema Bola na Tela: Futebol - Magia e Paixão.

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Em pernambuquês


Programação de primeira hoje no Embaixada Pernambuco. A partir das 18h tem aula-espetáculo com o escritor Ariano Suassuna e shows com Academia da Berlinda, Siba e a Fuloresta (vídeo abaixo), 3 ETs Recorde e Coelho Sound System. A programação de filmes também está muito boa: vai rolar o já clássico "Amarelo manga", do Claudio Assis; o lisérgico documentário "A figueira do inferno", de Raoni Valle e Ernesto Teodósio, do Telephone Colorido; e o genial curta "O homem da mata", de Antonio Luiz Carrilho de Souza Leão. Não deixe de conhecer José Borba da Silva (foto), cantor, contador de causos, mestre de cavalo-marinho, pai de santo, justiceiro implacável de história em quadrinhos e mais umas coisas aí. E ainda tem uma impagável participação especial do grande Simião Martiniano.


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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Programa família


No horário político de ontem, praticamente todos os candidatos caíram na velha esparrela de apresentar suas famílias. Família o Médici também tinha, mas até o candidato prafentex Fernando Gabeira se disse um bom pai e botou a filha surfista pra falar de sua qualidades. Patético. Eu me senti um norte-americano em Dia de Ação de Graças.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sessão da Tarde: "Treiler"




Esta é em homenagem aos 30 anos - quem diria? - de bons serviços prestados da Otto Desenhos Animados à animação brasileira. A cópia não está lá essas coisas, mas é o que dá pra ver enquanto o grande Otto Guerra (de "Wood & Stock: Sexo, orégano e rock' n' roll") não lança um DVD com os seus curtas.

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Aniversário do Cachaça com imagens do povo


O Cachaça Cinema Clube completa hoje seis anos de atividade e comemora a data com uma programação especial, inspirada no livro "Cineastas e imagens do povo", de Jean-Claude Bernardet, hoje, às 21h, no Odeon. Serão exibidos quatro importantes custas, que refletem as condições sociopolíticas do Brsil dos anos 60 e 70: "Subterrâneos do futebol", de Maurice Capovilla, "Liberdade de Imprensa", de João Batista de Andrade, "Lavra-dor", de Paulo Rufino, e "A pedra da riqueza" (foto), de Vladimir Carvalho. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Depois da sessão, rola festa na Gafieira Elite (Rua Frei Caneca, 4, Centro) com a Banda Fanfarra Paradiso e o DJ H. Vai ter kombi saindo do Odeon para lá, a preços módicos, segundo a organização do evento. Ingressos a R$ 12 e R$ 6 reais (com entrada do cinema).

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terça-feira, 19 de agosto de 2008

Lá de Penambuco


Todo mundo já deve estar sabendo que começa hoje o Embaixada Pernambuco, evento que rola até o dia 31 e que leva ao Solar de Santa (Rua Aprazível, 39, Santa Teresa), um pouco do que andam fazendo os amigos pernambucanos. Vai ter palestras, shows, mostra de cinema e aula-espetáculo de Ariano Suassuna. O cardápio fica por conta do Café do Alto - organização de Kiko (Francisco Dantas). Hoje, a partir das 18:30h, tem um papo com o grande Roger de Renor, shows de Lia de Itamaracá e Eddie e outras paradas aí. A programação completa do evento você pode conferir aqui - com um pouco de paciência, pois o site é confuso às pampas e demora a carregar.

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Fotodiário celular HK XV

Por Henrique Koifman


As amendoeiras, se não me engano, vieram da Índia – como, aliás, as mangueiras, jaqueiras e outras tantas árvores que temos na cidade. O espaço tem o nome da capital francesa e, mesmo engaiolado e meio largado (sinal de nossos tempos) é um belo cenário. Ingredientes estrangeiros para o “outono fora de hora” que, umas duas vezes por ano, enfeita a Praça Paris. A combinação de cores, espaço e texturas já é até um clichê carioca, mas, sempre bela, me fez descer do ônibus, caminhar (prazerosamente) por um mar de folhas secas e registrar as seis imagens (à esquerda) que abrem esta edição do Fotodiário.

Mais tarde, no Largo da Carioca, encontrei, senão os melhores, os mais sinceros cabos-eleitorais que encontrei no período pré-eleitoral até agora. As marionetes (abaixo), à venda na 7 de Setembro, bem poderiam ser merchandising de seus personagens. Já a Garça, com seus ares de aristocrata, estava se fartando de barrigudinhos (os peixes, é claro) no lago turvo com fundo de concreto que cerca as janelas da estação de metrô da Carioca.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"Dez elefantes" incomodam muito mais em Locarno


"Dez elefantes", curta-metragem de Eva Randolph, ganhou o Leopardinho de Ouro, o primeiro prêmio na mostra de curtas-metragens Leopardos de Amanhã, do Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça. O filme, ainda inédito no Brasil, marca a estréia na direção de Eva, que é uma montadora de mão cheia.
"Dez elefantes" foi produzido graças ao edital de curtas-metragens da Riofilme - o mesmo que o Cesar Maia faz de tudo para acabar.

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"Temor de fiasco em Pequim"


O jornalismo esportivo brasileiro é maníaco-depressivo: ora chega às raias do ufanismo destemperado, ora baixa o complexo vira-lata. Já estão dizendo que o Brasil vai pagar o maior mico em Pequim, só que no mesmo período dos Jogos Olímpicos passados a gente só tinha ganhado duas medalhas de bronze, e no judô. Daiane dos Santos - o Diego Hypolito daquela vez - também fracassou, a verdade é que estamos no lucro. Ou os caras não estão fazendo o dever de casa - informar-se antes de escrever alguma coisa - ou estão apelando para o sensacionalismo barato mesmo.

Quanto às Olimpíadas em si, a China mostrou o preço que se paga para ser uma potência olímpica. Não, obrigado.

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Censura em Minas Gerais



O cara tá pintando como presidente, é bom abrir o olho. Assista ao vídeo acima e leia aqui o artigo de José de Souza Castro no Observatório da Imprensa.

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PhD em Cinema Brasileiro: Locações reais: prisões, favelas, igrejas e quetais

Por Paulo Henrique Souto


Houve um tempo em que os produtores usavam locações reais para os filmes, raras cenas em estúdios. Trampei em vários filmes rodados nos locais mais cabeludos. Filmava-se "in loco", foi assim em "O escolhido de Iemanjá" (1978), de Jorge Durán, vejam a sinopse: "Por causa das explosões provocadas por uma construtora, os moradores de uma favela no morro próximo dali ficam com medo de desabamentos. A comunidade procura um pai-de-santo para pedir ajuda e este diz que Iemanjá escolheu uma pessoa para resolver tudo: o pescador Nelson (Nuno Leal Maia). Só que a construtura também toma suas medidas: contrata o bandido Tucano (José Dumont) para eliminar o pescador". Elenco: Oswaldo Barreto, Henriqueta Brieba, Ivan de Almeida, José Dumont, Alvaro Freire, Nuno Leal Maia, Helber Rangel, Rui Resende, Maria Rosa, Anselmo Vasconcelos. A assistente do Durán era Mariza Leão, hoje competente produtora, amiga querida. Fui produtor de set, Jece Valadão era o patrão. Plano um: a favela (hoje chamada de comunidade) escolhida foi a de Santa Marta, ou Dona Marta, Botafogo, naquela época um terço do seu tamanho. As seqüências do pescador, personagem do simpático Nuno Leal Maia, filmamos atrás do Cemitério do Caju, numa comunidade de pescadores real. Fato curioso: eu, que jamais havia entrado em um barco, recém chegado de Minas, de repente me pego de contra-regra jogando flores da proa do barquinho. Éramos muito bem recebidos nas locações, os moradores colaboravam com prazer. Numa delegacia na Zona Norte, um preso na hora de rodar aprontava uma barulhada e o delegado gritava: "Cala a boca, assim que o pessoal sair você me paga". E num terreiro em Caxias, eu, como sempre, fazendo de tudo um pouco, estava subindo em cima da casa de Exu pra puxar luz do poste. Quase caí da escada, pois o pai de santo apavorado veio me alertar. Calmo, respondi, Exu vai entender, estou trabalhando.

Seqüência dois, desta vez como ator em "O rei do Rio" (1985, foto), de Dias Gomes, direção de Fábio Barreto, filmamos dentro da Frei Caneca, uma semana ou mais, os presos faziam figuração. Durante uma seqüência, um figurante negão me vendo naquela roupa de barriguinha de fora - figurino de Aniso Medeiros, um luxo -, fiz um prisioneiro bicha enxerida. O negão falou, com voz de trovão: "Vou te perguntar uma coisa, tu não me leva a mal: tu é assim lá fora?". Um outro figurante, sentado do nosso lado, indignado, respondeu por mim: "Qualé, tu não viu ele ontem, com três filhos na TV Globo, mermão?". No que o negão retrucou: "Peraí, não me confunda, tu não é assim lá fora, ontem foi um pai de família, não me leva a mal, mas tu é muito é cínico". Adorei, foi o melhor elogio de ator que recebi. Por causa deste personagem do "Rei do Rio" fiz "Running out of luck" (1986), direção de Julian Temple, mais um prisioneiro, desta feita ao lado de Mick Jagger. No dia do acerto do cachê, na produtora de Renato Aragão, no corredor comprido, dou de cara com o mito Mick Jagger, respirei fundo e falei no meu inglês norte mineiro: "I'm happy because make film with you". E ele, às gargalhadas respondeu: "Me too". E me mostrou a sua linguona. Desta feita filmamos na penitenciária de Niterói, um prédio colonial, lindo. Ensinei aos presos figurantes que podiam pedir autógrafo pro Mick Jagger, que foi instruído pra não negar nada ao pessoal do presídio. Orientei aos presos que vendessem as assinaturas depois. No dia seguinte, um prisioneiro me chamou no canto: "Peguei um autógrafo ontem, esta noite fiz mais uns trezentos, estou vendendo pra um fã clube em São Paulo, vou pagar advogado". O cara era estelionatário. No almoço, sentado na mesa do Mick Jagger (a convite do seu maquiador, e braço direiro, que foi com minha cara) contei pra todos. Mick Jagger, mais uma vez, caiu na gargalhada. Raras exceções, hoje os filmes são rodados em estúdio, sem a malícia das locações de um tempo de Brasil melhor. Um dia voltará. Oxalá. Para honrar a palavra kinema, do grego movimento: as pedras do cinema continuam rolando. Até o próximo episódio.

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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

De hoje a sábado, nos cineclubes


Daqui a pouco, às 13h tem "Cavalhada de Pirinópolis", de Adolfo Lachtermacher, na Sua Escola no Cneclube, no SESC Ramos (Rua Teixeira Franco, 38), seguido de debate com Sonia Maciel. Também hoje, às 18h, rola "No meio da rua" (foto), de Antonio Carlos da Fontoura, no Cineclube Sem Tela, no Piscinão de Ramos. E no sábado, às 16h, passa "A bolha assassina", de Irvin Yeaworth, no Cineclube Phobus (Sala de Video do SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539). Tudo com entrada franca.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Esse STF...


Nossos valorosos juízes não se cansam de aprontar. Leia aqui as novas.

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nova janela para o cinema



O CinemaScópio está organizando um novo festival de cinema em Pernambuco, de perfil internacional. A idéia do Janela Internacional de Cinema do Recife, que acontece em novembro, é apresentar retrato projetado fiel do cinema hoje, não importa o formato, do Brasil ou de fora. O foco será o curta metragem, mas é possível que sejam exibidos alguns longas. Mais informações e inscrições no site do evento.

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Fotodiário celular HK XIV

Por Henrique Koifman


Além da tal redação "como foram minhas férias" dos tempos de colégio, outra coisa que costumava acompanhar o início de agosto eram aqueles pequenos álbuns de fotos, recém reveladas e com imagens de viagem. Embora seja perfeitamente possível (e recomendável) imprimir cópias de fotos digitais, a não ser por minha organizada irmã, não conheço quem faça isso de maneira sistemática. Daí que, muitas vezes, a não ser por algumas poucas, exibidas, quase que por acaso, no monitor do computador para quem estiver passando por perto, as fotos de férias acabam se transformando em lembranças virtuais. Imagens que compartilhamos por e-mail ou em álbuns on-line.

Tudo bem que aquela tia que costumava reunir a família para mostrar as 482 fotos desfocadas de sua viagem a Disney não deixou lá tantas saudades. Mas tenho a impressão que hoje, com toda a facilidade tecnológica, as experiências de férias acabam sendo compartilhadas de um modo menos pessoal. Ver uma foto sem que o autor ou os personagens estejam por perto, fazendo seus comentários, é bem diferente. Vai ver é por isso que esses meus textinhos do fotodiário estão ficando maiores a cada edição (se estiverem ficando longos demais, por favor, avisem).

Esta segunda – e última – leva de imagens "da roça" começa com uma lojinha de bijuterias em Guapi. E segue com a verdadeira jóia do lugar: a natureza e, em especial, os rios de águas claras e onde ainda se consegue mergulhar sem a companhia das multidões. Também de Guapi são a capa para almofada que a costureira vendia na janela de sua casa e, ao lado desta, o caminho na mata que liga a casa do meu irmão àquele rio da segunda foto. Os tênis são meus titulares para o ócio – e, vez ou outra, maltratam a bola lá no cantinho inferior esquerdo.

A partir das garrafas verdes, arrumadas na janela da cozinha, as imagens são de Araras, quase todas feitas na casa de nossos queridos amigos J&M – donos também da gata que paquera as botas, quem sabe, querendo virar personagem.

Na linha de baixo, um maestro improvável (afinal, geralmente são eles que, de certa forma, manipulam os outros; no caso, os músicos) e o saboroso feijão com arroz de um barzão de Itaipava. A jarra de metal, assim como o gato (companheirão como um cachorro), a luminária, a rosa que vi se abrir e a mesa posta para um jantar inesquecível (mais um, preparado por nossa amiga) são da casa deles.

O café (acompanhado de cuscuz) tomamos no Vale das Videiras.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Toda tristeza", Lê Batista



Mais um som maneiro que vem do Espírito Santo.

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Criminosos de uniforme


Tem gente que enche a boca pra elogiar os argentinos porque eles não estão deixando impunes crimes cometidos militares da época da ditadura, mas basta alguém levantar a hipótese de fazer o mesmo aqui para a turma do deixa disso entrar em ação. Alegar que botar em cana esses facínoras - que se aproveitaram do momento para dar vazão aos seus instintos sádicos mais vis - é revanchismo só pode ser piada de mau gosto; se é assim, até o Fernandinho Beira-Mar pode alegar que só está preso por causa disso. Deixar pra lá é recompensar esses monstros que, por sinal, estão muito bem de vida - só otário acredita nessa hitória de que os milicos eram honestos e não se deram bem na época da ditadura. É desmoralizar as forças armadas; os bons militares deveriam ser os primeiros a exigir que eles paguem por seus crimes.

P.S.: Tudo bem que quem vê cara não vê coração, mas a foto do tal Brilhante Ulstra - acusado pela atriz Bete Mendes de torturá-la - na capa do "Globo" de hoje é de dar medo. Isso é que é mensagem subliminar!

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África brasileira


O antropólogo e fotógrafo Milton Guran e a Luz Tropical Cultura e Produções convidam para a abertura da exposição "O refluxo da diáspora - As comunidades Agudá e Tabom da África Ocidental", que acontece amanhã, a partir do meio-dia, no Centro Cultural Municipal José Bonifácio, na Gamboa (Rua Pedro Ernesto 80). Composta por 23 painéis, a exposição é inédita e fica em cartaz até 20 de setembro. O trabalho é resultado de uma pesquisa feita a partir de 1994 na República do Benim e em Gana e trata da saga dos escravos libertos no Brasil que voltaram para a África no século XIX (antes da abolição da escravatura) e lá construíram uma nova identidade social baseada na cultura brasileira. Guran já realizou mostras sobre o tema na Inglaterra, na Argentina, na Romênia, na África do Sul, no Benim, em Gana e em Salvador, mas é a primeira vez que vai expor este material no Rio. Na abertura, haverá apresentações do grupo de maracatu Pé de Amendoeira e roda de capoeira com as Angoleiras do Rio e o Mestre Baba. O Centro Cultural Municipal José Bonifácio funciona de segunda a sexta, das 10h às 18h.

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Sábado nos cineclubes


Amanhã, às 16h, tem "A invasão dos discos voadores" (foto), de Fred F. Sears, no Cineclube Phobus (sala de vídeo do SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539), e os premiados do Festival Ratoeira no Cine Goteira (auditório da Prefeitura de Mesquita, Avenida União, s/nº, Centro), às 19h. Ambos com entrada franca.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sessão da Tarde: "O Gralha e o Oil Man - Um encontro explosivo"




Um certo Francisco Iwerten criou no Paraná, no início dos anos 40, o super-herói dos quadrinhos Capitão Gralha, cuja revista durou só dois números e virou lenda, já que não sobrou um único exemplar pra contar história. Em 1997, um grupo de artistas curitibanos resolveu trazer o personagem de volta à ativa, com roupagem mais moderna. O Gralha estrelou HQs e dois curtas-metragens, dirigidos por Tako X. O aí de cima é o segundo - antes do filme tem uma animação curtinha, "A disputa". O primeiro, você pode ver aqui e aqui. O tal Oil Man existe mesmo, é uma figuraça de Curitiba.

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Humortinho da Silva


Papo de zumbi: na Quadra 666 daquele cemitério, os mortos são muito vivos. Tirinha de Aron Pereira, de 15 anos. Clicando na imagem dá pra ver maior.

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terça-feira, 5 de agosto de 2008

O que diz Anaxímenes de Mileto


Siga o mapa.

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Fotodiário celular HK XIII

Por Henrique Koifman


Nos tempos de escola, quando voltávamos às aulas, era comum a professora pedir que contássemos o que tínhamos feito nas férias. Às vezes, convocando "voluntários" para falar lá na frente – um pesadelo para alguém tímido como eu. Outras, solicitando que o relato fosse feito por escrito na forma de uma redação. É como se estivesse diante dessa segunda opção que eu me sinto agora, recém-chegado em casa depois de duas curtas, mas adoráveis, semanas. Dias que se passaram em ritmo lento (que, cá entre nós, é o melhor andamento para quase qualquer coisa na vida), boa parte deles fora do Rio, entre Guapimirim, Teresópolis e Araras. E que encheram o meu celular de imagens bem diferentes das que usei no fotodiário até aqui. Como são muitas, penso em fazer duas edições com cenas "da roça". Esta é a primeira.

E começa, na linha de cima, com a estrada Rio-Teresópolis vazia na manhã de uma quarta-feira. O pôr-do-sol ao lado tornou um engarrafamento na Linha Vermelha bem mais tolerável, na segunda passada. Pra quê velocidade? A placa informa a máxima permitida no condomínio, em Guapi, em que meu irmão tem casa e que dificilmente será desrespeitada pelo pangaré de ar cansado que pastava do lado de fora. Foi também no condomínio que rolou uma simpática festa julina que transformou o campo de pelada em arraiá e onde encontrei pelo caminho o regador vermelho e a colher na janela(?).

Na linha de baixo, a cadeira com cores mangueirenses estava em uma parada na Serra dos Órgãos e a meiga cadelinha é do meu irmão. Nas três imagens seguintes, detalhes da pensão em que costumamos comer em Guapi, sem estrelas, mas com um ótimo tempero (que o diga o cachorrinho de olhar pidão que, mesmo enxotado seguidas vezes pelo garçom, não sai da porta).

As folhas secas caíram sobre o banco em que meus pais costumavam namorar. Do Méier para Laranjeiras e, de lá, para Guapi, continua sendo ótimo para se sentar e ver a vida sem pressa (agora diante dos olhos de três gerações).

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sessão da tarde: "Vynález zkázy"


Aqui, "Aventuras fantásticas" (1958). Hoje é longa e é falado em tcheco, sem legendas, mas vale a pena conhecer a adaptação do romance "Em frente da bandeira", de Julio Verne, dirigido por Karol Zeman (1910-1989), conhecido como o Walt Disney tcheco. O filme mistura animação, atores, cenários pintados e mirabolantes engenhocas.

A parte 1 está aí embaixo. As demais, aqui: 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.




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Encha a cara e esqueça.


Passei a manhã inteira tentando falar com a Claro. E é claro que não consegui. Você paga caro por um serviço e eles não lhe dão a mínima. Gastam muito mais em campanhas milionárias de publicidade enganosa do que em melhorar seus serviços. Deve ser porque enganar os trouxas é mais divertido. E ainda tem aí um comercial de cerveja que diz pra você beber e esquecer - "pega leve!". É isso aí, mané, bebe e esquece. Não tem conserto, não.

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Filmando por música


Começa amanhã, no CCBB (Rua Primeiro de Março, 66, Centro), a mostra "Luz, câmera, música!: Cineastas compositores", que vai exibir 14 filmes de diretores que compõem suas próprias trilhas sonoras. São sete diretores de diferentes nacionalidades e ritmos: o bósnio Emir Kusturica, o americano Hal Hartley, o espanhol Alejandro Amenábar, o alemão Tom Tykwer, o inglês Mike Figgis, argelino Tony Gatlif e o brasileiro Carlos Reichenbach. Do Carlão passam "Extremos do prazer" e "Alma corsária" (foto). A programação completa da mostra, que fica em cartaz até o dia 17, está aqui. Ingressos a R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia, válida para estudantes, professores, correntistas do Banco do Brasil e maiores de 65 anos). Em Brasília a mostra acontece de 19 a 31 e em São Paulo, de 20 a 31.

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Piazzolla à brasileira


O quarteto LiberTango lança hoje, às 19h, o álbum "Cierra tus ojos y escucha" em show gratuito no Allegro Bistrô, da Modern Sound (Rua Barata Ribeiro, 502, Copacabana). Formado pela pianista argentina Estela Caldi, pelo saxofonista e flautista Alexandre Caldi, pelo acordeonista e pianista Marcelo Caldi e pelo cantor Marcelo Rodolfo, o grupo, que há 12 anos reinventa a obra do bandoneonista e compositor argentino Astor Piazzolla, vai interpretar temas como "Invierno porteño", "Escolaso", "Siempre se vuelve a Buenos Aires" (Piazzolla e Eladia Blazquez), "Alguien le dice al tango" (com letra de Jorge Luis Borges), "La muerte del ángel" e a faixa-título, com participação do baixista André Santos. Reservas e informações pelo telefone 2548-5005.

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domingo, 3 de agosto de 2008

Censura na internet brasileira


Estão falando muito do que acontece na China, todo mundo bancando o liberal, e deixando passar em brancas nuvens o que pode acontecer aqui: caso seja aprovado o Projeto de Lei 89/2003, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o pai natural do Mensalão, quem baixar uma música que seja na internet no Brasil pode ir em cana. A coisa é séria, conheça mais sobre o assunto aqui, neste artigo de Henrique Costa para o Observatório da Imprensa. Neste link, tem um abaixo-assinado online contra esta arbitrariedade. Assine e divulgue. Ou a gente faz alguma coisa agora ou vai reclamar à toa depois.

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"MC Beto"

Por Eduardo Souza Lima


Ainda não fui ver "Era uma vez", gosto do Breno Silveira, mas deu preguiça. "Maré, nossa história de amor" mal saiu de cartaz, outro "Romeu e Julieta" na favela não dá. Shakespeare escreveu 37 peças, é muita falta de imaginação. Por conta disso, lembrei-me de uma idéia, que tive quando tinha uns 16 anos, de adaptar minha peça preferida dele, "MacBeth", para o Rio de Janeiro contemporâneo. Chamar-se-ia "Betão" e se passaria no submundo do jogo do bicho. Betão seria o favorito do mandachuva da contravenção, a quem trairia depois de ouvir os vaticínios de três orixás. Deu vontade de retomar o tema, mas com modificações, já que o bicho saiu da pauta do dia e não quero contribuir com a perseguição às religiões afro-brasileiras - entidades não fazem mal à ninguém; gente mal intencionada, sim. O enredo tem elementos que parecem saídos diretamente das páginas de jornal: chacinas, balas perdidas, assassinatos de crianças e guerra na favela.

Seria mais ou menos assim: aspirante a funkeiro, MC Beto é protegido de Du Cão, chefão do tráfico do Morro do Escocês. Um belo dia, depois de vencer uma sangrenta disputa de território com uma quadrilha rival, MC Beto e seu parceiro Branco são procurados por um pastor pentecostal, que diz a eles que teve uma visão. Nela, Jesus Cristo teria lhe dito que o primeiro seria o rei do tráfico da cidade e que o filho do segundo o sucederia. O tal pastor, na verdade, trabalhava para um político evangélico que ambicionava que sua igreja dominasse o Escocês, mas que estava esbarrando na resistência de Du Cão, devoto de Ogum. Movido pelo que disse o falso vaticínio, pela cobiça e pelos conselhos de sua pérfida mulher, Leyde, MC Beto trai e mata o seu protetor e toma o poder no morro. Em seguida, começa uma guerra pela tomada do poder total sobre o tráfico no Rio. Vira o rei da cidade, mas cegado pela ambição, começa a eliminar quem julga ameaçá-lo. E acaba matando seu parceiro Branco e o filho pequeno dele.

Encastelado no topo do Escocês, numa fortaleza que considera inexpugnável, cercada por um denso matagal, e com a polícia da cidade no bolso, MC Beto é assombrando por sua consciência e por terríveis visões. Procura o pastor e este lhe diz que teve outra visão. Desta feita, Jesus teria lhe aparecido e dito que MC Beto só seria derrubado quando o matagal subisse as muralhas de sua fortaleza, que ele só deveria temer MC Dafé - um dos poucos traficantes que permaneceram fiéis a Maicon, filho de Du Cão - e que só morreria pelas mãos de um homem não nascido de uma mulher. As palavras do falso religioso o tranqüilizam um pouco, mas ele continua insano. Acaba atrapalhando os planos do político evangélico, que se alia a MC Dafé para derrubá-lo. O político toca uma obra no morro com o auxílio do Exército e decide usar soldados crentes ingênuos para invadir a fortaleza de MC Beto. Este, fica horrorizado ao ver homens com uniformes camuflados se aproximando de seu quartel - em sua loucura, imagina que é o matagal se aproximando das muralhas. Prevendo o fim se aproximar, Leyde se suicida. Em meio a um forte tiroteio, MC Beto grita para os seus inimigos que só pode morrer pelas mãos de um homem que não nasceu de uma mulher. "Eu nasci de um cadáver!", rebate MC Dafé - cuja mãe morreu de bala perdida, antes do seu nascimento - e o mata. O Escocês é pacificado.

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