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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Recine 2008


As inscrições para o Festival Internacional de Cinema de Arquivo foram prorrogadas até o dia 4 de agosto. Inscrições e regulamento no site do festival.

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Cinema de estudioso



Nelson Pereira dos Santos é o homenageado do XIII Festival Brasileiro de Cinema Universitário, que no Rio acontece no Centro Cultural Correios, na Caixa Cultural e na UFF (de 31 de julho a 10 de agosto), e em São Paulo, no Cine Olido (de 12 a 17 de agosto). É carinho de aluno para mestre: Nelson foi o criador do curso de Cinema da UFF, o primeiro do Brasil, que está fazendo 40 anos. O festival tem abertura para convidados amanhã, na Caixa Cultural, a partir das 19h, com a exibição de "El Justiceiro" (foto), filme do cineasta. De Nelson, também pasam "Rio, Zona Norte", e "Boca de Ouro".

Serão exibidos 380 curtas produzidos em todos os formatos e divididos por mostras e programas: Mostras Competitivas (nacional e internacional), Mostra Informativa, Homenagem, Ex-alunos e Infantil, oficinas, palestras e debates. Entre os filmes estão "A espera", de Fernanda Teixeira, selecionado para Cannes; "Engano" (foto menor), de Cavi Borges, premiado no Curta-SE; "Remo Usai – Um músico para o cinema", de Bernardo Uzeda, melhor curta brasieliro do É Tudo Verdade; e "Cidade do tesouro", de Célio Franceschet, com o nosso ídolo Lourenço Mutarelli.
A programação completa está aqui.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

O Brasil em Veneza


O cinema brasileiro marca presença no 65º festival de Veneza, que acontece de de 27 de agosto a 6 de setembro. "Encarnação do demônio" (foto), o novo filme do grande José Mojica Marins, o popular Zé do Caixão, é hours concours da mostra principal; e "A erva do rato", de Julio Bressane, e "Puisque nous sommes nés" de Jean-Pierre Duret e Andréa Santana (co-produção França/Brasil), estão na Horizonte. Quem fez mais bonito, porém, foram os irmãos Gullane. "Plastic city", co-produção deles com Jia Zhang-ke, dirigida por Yu Lik Wai, e "Birdwatchers", de Marco Bechis, produção italiana com participação deles, estão na mostra competitiva. Os dois filmes foram rodados no Brasil.

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Fotodiário celular HK XII

Por Henrique Koifman


Sabe qual foi a minha maior dificuldade em montar essas fotos do fotodiário? Escolher a cor para o fundo da página. Acho que sou meio daltônico. Desde que me lembro, sempre tive alguma dificuldade para combinar as peças de roupa que vou vestir. A ponto de, durante muitos anos, comprar somente roupas com cores quase neutras e "intercambiáveis", como cinza, azul marinho, branco e verde musgo. Pensando bem, acho que eu sou é cromofóbico (se é que esse termo existe): tenho cá um pouco de medo de cores, especialmente das mais berrantes. Deve ter alguma coisa a ver, claro, com a timidez. Difícil não ser notado vestido de vermelho, lilás ou amarelo ou, pior ainda, com dois ou três desses matizes berrantes sobre o corpo. No caso das fotos, acho que pode ocorrer o inverso: cores muito chamativas desviarem a atenção e diminuírem o impacto das imagens que circundam. Tanto que, no começo, pensei em fazer com os fundos o mesmo que o Henry Ford fazia em relação aos seus primeiros carros modelo T produzidos em série: o comprador podia escolher qualquer cor para o carro, desde que fosse preta – e negra seria também a base para todas as edições do Fotodiário. A partir da segunda edição, tal como acabei fazendo com minhas roupas, aboli a ditadura monocromática e tento usar diferentes tons, de acordo com as imagens da semana. Espero estar acertando.

O verdinho desta semana acabou vencendo pelo contraste que, acho, ofereceu às fotos – todas feitas na segunda semana de julho. A primeira delas, de um sobrado numa transversal da Lapa, num dia de céu azul profundo e muita luz. Luz essa que fez com que os badulaques do camelô da Evaristo da Veiga, na segunda imagem, ficassem ainda mais vivos e o lenço padrão oncinha da senhora ficasse ainda mais “cheguei” que as mesas amarelas do Amarelinho, mas que, aparentemente, não era suficientemente forte para que o sujeito no alto da escada deixasse de dar uma lustradinha a mais na barra vermelha da agência do banco (também na Evaristo).

As três imagens empilhadas a seguir foram colocadas desta forma para ficarem, de alguma forma, parecidas com a pilha de bolachas de chope que tive o prazer de empilhar no Bar Luiz, onde foram todas registradas. O lugar parece uma cápsula do tempo (tirando as maquininhas para cobrar os pagamentos com cartões eletrônicos, parece estar exatamente igual ao que conheci lá se vão uns 30 anos. Ainda mais bem conservado – principalmente depois das reformas por que está passando – o Theatro Municipal, no quadrinho seguinte, brilha até mesmo à noite.

A cortina laranja e o lustre japonês, no cantinho de cima, à direita, são do consultório da minha namorada. O registro cromado (com o auto-retrato do celular), no canto de baixo, é do banheiro da casa (novinha) de um bom amigo.

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sábado, 26 de julho de 2008

"Sou ledor, não leitor"




Ontem rolou o debate da mostra "José Dumont, o homem que virou cinema" no CCBB. Além do Zé, participaram do bate papo o pesquisador Hernani Heffner e o cineasta Zelito Viana, diretor do primeiro filme estrelado pelo ator, "Morte e vida severina", que passa hoje, às 17h. Hernani lembrou que Zé estabeleceu um novo padrão de interpretação no cinema brasileiro - podemos dizer que ele é o nosso primeiro ator moderno. Zelito contou que foi Gianfrancesco Guarnieri quem o indicou para o filme. O diretor queria misturar ficção e documentário e João Cabral de Mello Neto pediu que ele incluísse o poema "O rio" - que narra a trajetória do Capibaribe de sua nascente ao Recife - no roteiro também. E que foi na capital de Pernambuco, quando Zé interagiu com a população local, que o filme aconteceu - improvisar é com ele mesmo. No vídeo acima, ele fala um pouco do início de sua carreira e do seu método de interpretação.

P.S.: vale registrar que a mostra "José Dumont, o homem que virou cinema" tem curadoria de Alvaro Furloni e Davi Kolbi e produção de Alexandre Sivolella Barreiro e Lígia Diogo.

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Até quando esperar", Plebe Rude




Com magnífica produção de Herbert Vianna, "O concreto já rachou" (1985) é, até hoje, o melhor disco de rock - eu disse rock - brasileiro.

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A ronda dos cineclubes


Hoje, às 20h, tem Cineclube Beco do Rato (esquina da Rua Morais e Vale com a Augusto Severo, Lapa) com o genial "Vinil verde" (foto), de Kléber Mendonça Filho, "Bodas de sangue", de Luiz Montes, "Gaivota", de Cristian Borges, "Para sempre assim", de João Carlos Lemos e Róger Carlomagno, "Jugular" e "Arpoador", de Fernanda Ramos, "Aqueles dias", de Gustavo Nasr, e "Juvenília", de Paulo Sacramento. Também hoje, às 18h, o Cineclube Sem Tela exibe no Complexo do Alemão "Narradores de Javé", de Eliane Caffé.

Amanhã, a partir das 19h, tem sessão dupla no Espaço Utopya (Tempo Glauber, Rua Sorocaba 190, Botafogo), com "Hércules 56", de Silvio Da-Rin, e "O Ano do Dragão", de Paloma Rocha e Joel Pizzini. Em seguida, rola debate com Paloma Rocha, Joel Pizzini, Hernani Heffner e Jane Nobre de Mello.

E no sábado, às 16h, passa "O som do trovão", de Peter Hyams, no Cineclube Phobus (sala de video do SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539).
Tudo com entrada franca.

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Anarquismo para milionários


O "Repórter Brasil" - o excelente telejornal da TV Brasil, que já merece um post à parte - de ontem mostrou uma reportagem sobre o aumento do valor das multas de trânsito. Lá paras tantas, uma dona de classe alta de Brasília se queixava, pois gastava muito dinheiro com isso, já a família tinha cinco carros. No fim, argumentou, séria: "Se é pelo efeito educativo, não está adiantando nada, porque as multas aqui em casa só aumentam".

É isso aí, dona, vamos acabar logo com as leis. O Brasil é um país libertário por natureza - o Dantas e o Cacciola que o digam.

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Réquiem para Cesar Maia




Falta muito pouco para a gente se ver livre do pior prefeito que esta cidade já teve, as 12 pragas do Egito num homem só. Seja lá quem for o eleito, sairemos ganhando - mesmo que seja aquele que você está pensando. Daí esta nada singela homenagem da Zé Pereira.

P.S.: a prefeitura de Vitória de Santo Antão não tem nada a ver com isso, a logomarca é meramente ilustrativa.

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PhD em Cinema Brasileiro: Quilombo, sol e muita chuva

Por Paulo Henrique Souto


Em "Quilombo" (1984), tive o privilégio e trabalhar em três frentes: produção executiva, direção e no elenco - sou registrado no Sindicato dos Artistas e Técnicos nas três funções, esclareço. Cacá Diegues é calmo, prazeroso trabalhar com ele. Jamais eleva a voz, não tem tempo ruim, como acontecia no set de "Quilombo", onde a chuva atrapalhou, e muito, a megaprodução Brasil/França, exibido em Cannes. Na preparação, viajei procurando locações pelo interior do Rio até Minas. Câmera fotográfica na mão, clicava uma bela mata, mas ao me virar para o contraplano, surgia um desmatamento, tornando a locação inviável. No Brasil dos quilombos, a Mata Atlântica reinava exuberante. Plano dois, sob a batuta de Antonio Pitanga, um dos assistentes de direção: ralei muito durante a seleção de atores, vindos de toda parte do Brasil; acompanhando o elenco nas aulas preparatórias, incluindo de artes marciais; e no transporte do elenco no eixo Rio-Xerém. Isso mesmo, Xerém, a mata procurada estava pertinho do Rio. Convocar e providenciar o transporte do elenco para o set, não era tarefa fácil, muitas vezes, em função da chuva, às cinco da matina mudava o plano de filmagens. Acordar João Nogueira de madrugada implicava em buscar um amigo dele em Realengo para me acompanhar até a Barra. João dormia muito tarde, com um revólver debaixo da cama e eu, um desconhecido, batendo à sua porta de madrugada, um risco. Algumas vezes busquei ator em plena Praia de Ipanema. Cena de paixão na coxia: um dia a ex-mulher do Pitanga, com ciúmes, sumiu com uma jovem atriz na hora de rodar, um caos. Enquanto resolvia a melindrosa situação, fui babá de Camila e Rocco, duas crianças arteiras, lindas e fogosas, perguntando por papai e mamãe. Hoje, relembro com carinho, vendo o sucesso da dupla.

Como ator encarnei um soldado-padeiro da tropa do Capitão Carrilho (personagem de Daniel Filho). Nossa missão era exterminar os quilombolas, mas assim que o Capitão Carrilho perde a moral, vendendo as armas para Ganga Zumba (Tony Tornado), o padeiro bate o pé e exige morar no quilombo. É seguido por outros da tropa, incluindo Ana de Ferro, personagem de Vera Fischer (comigo na foto), que enfeitiça o Ganga Zumba. Antes do "rodando", perguntei ao Cacá se poderia, durante a cena, retirar o pano da cabeça e exibir as trancinhas afro, mostrando estar totalmente inserido no universo negro, a tal rubrica no roteiro. Para meu deleite, a sugestão foi acatada e adaptada, ou decupada, a meu favor, e o personagem cresceu. Sebastião Prata, o Grande Otelo, saudoso amigo, adorava brincar comigo na pré-produção do filme, na casa da Rua Icatú, e me alertou, ao me ver ralar tanto: "Trabalho não é meio de morte, é meio de vida". Na mesma hora tirei uma folga. Na pré-estréia, Otelo me zoou com sua voz esganiçada : "É um filme de negros, eu apareço três minutos, e você, muito mais tempo...". Retruquei : "Mas você é 'O' Grande Otelo, ora". Gargalhadas mil. Hoje, na TV, vemos um lindo filme, com caprichada direção de arte produzida na imensa Usina Barravento, montada em Xerém. De lá pra cá, mudou, para melhor, no meu ponto de vista, o comportamento da sociedade com os afro-descendentes. O filme "Quilombo" colaborou, com certeza. Sou grato ao Cacá, Duran, Pitanga e tantos outros. Cena final: Vera Fischer, carinhosa, vendo meu esforço nas madrugadas, dispensava minha companhia até o set , ia sozinha no carro da produção, ordenava: "Vá pra casa descansar, menino". Gente fina à Vera. Impossível citar todos da equipe, é gente demais, incluindo estrelas que hoje brilham no firmamento: Grande Otelo, João Nogueira, Jofre Soares, Dona Zica, Mauricio do Vale, Luiz Carlos Ripper, Carlos Kroeber, Paulão. Viva o cinema brasileiro afro, branco, negro, amarelo, arco-íris de cores mil. Saravá. Até a próxima seqüência.

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Meio Picassos


Hoje tem show de metade dos Picassos Falsos, Humberto Effe e Gustavo Corsi, respectivamente voz e letras e guitarra da banda, no Canequinho - o anexo do Canecão -, com repeteco na semana que vem. Mais informações na filipeta aí em cima - clica nela que ela aumenta.

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terça-feira, 22 de julho de 2008

A cara do cinema brasileiro


José Dumont anda meio afastado do cinema e a concorrência agradece; quando há filme com o ator paraibano em festival, não tem pra ninguém. Ele e o conterrâneo diretor de fotografia Walter Carvalho, autor da foto acima, já deviam ser considerados hours-concours faz tempo. Só que no Reino de Malhação, talento não dá camisa para ninguém. Mesmo sendo - disparado - o ator mais premiado da história do cinema brasileiro, só agora o grande Zé conseguiu alguma estabilidade financeira na profissão, contratado pela Rede Record: "Na Globo, só o Jayme Monjardim me chamava pra fazer alguma coisa", costuma dizer, sem ressentimento. O cimena, como se sabe, é uma atividade sanzonal - e, geralmente, paga mal. Zé mora até hoje numa quitinete no Catete.

O ator ganha uma mais do que justa homenagem em seus 30 anos de carreira a partir de hoje, com a mostra "José Dumont, o homem que virou cinema", que começa daqui a pouquinho, às 17h, no CCBB. O docudrama "Até a última gota" (1980), dá início aos trabalhos, que seguem às 19h, com "Brincando nos campos do Senhor" (1991), de Hector Babenco. São ao todo 20 filmes - ele atuou em 44 - como "Abril despedaçado" (2001, foto), de Walter Salles; "Árido movie" (2005), de Lírio Ferreira; "A hora da estrela" (1985), de Suzana Amaral; "Memórias do cárcere" (1984), de Nelson Pereira dos Santos; o inédito nos cinemas - na verdade, acho que só passou no "Cadernos de cinema", da TVE - "Minas - Texas" (1989), de Carlos Alberto Prates Correia; sua estréia nas telas, "Morte e vida severina" (1977), de Zelito Viana; "Narradores de Javé" (2003), de Eliane Caffé; "2 filhos de Francisco" (2005), de Breno Silveira; e "O baiano fantasma" (1984), de Denoy de Oliveira. O grande destaque, porém, é "O homem que virou suco" (1979), de João Batista de Andrade, que ganhou cópia restaurada e cujo trailer você pode ver aí embaixo. Na sexta-feira, às 19h, tem o debate "José Dumont, 30 anos de cinema brasileiro", com a presença do ator, do cineasta Zelito Viana e do pesquisador e preservador-chefe da Cinemateca do MAM Hernani Heffner. A programação completa da mostra está aqui.


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Fotodiário celular HK XI

Por Henrique Hoifman


Quinta passada, antes de ir para o trabalho, tive de entregar um envelope. O endereço era mais ou menos no meio do caminho entre a minha casa e o Largo do Machado. Mais ou menos porque esse "meio do caminho" ficava ligeiramente fora do trajeto mais curto entre esses dois pontos – trajeto esse que costumo fazer várias vezes por semana. Um desvio, se tanto, de uns 100, 150 metros, mas longe o bastante para me obrigar a pegar outras calçadas, outras ruas. Engraçado isso, como uns poucos passos à direita, uma transversal, uma paralela, podem transformar a ida habitual para o mesmo lugar de sempre em uma experiência tão diferente. As cinco primeiras fotos desta edição do fotodiário são justamente dessa caminhada.

A primeira foto à esquerda é do bicicletário da farmácia em frente à minha casa, na Rua das Laranjeiras. Vivo dizendo que, um dia, vou passar a ir de bicicleta para o trabalho. No Dia em que o trânsito ficar um pouquinho mais civilizado, quem sabe? Minha crença na civilização, aliás, se renova toda vez que passo em frente a um muro como o da imagem seguinte – também na rua das Laranjeiras, esquina com a Pinheiro Machado –, grafitado por um artista que generosamente enfeita nossa cidade. Nada a ver, claro, com os garatujadores de miolo mole. A fachada vermelha com duas janelas quadradas e ares modernistas é do quartel dos bombeiros próximo à Praça São Salvador e o simpaticíssimo edificiozinho (mais ainda, com essa bandeira do Flu na janela!) fica na Conde de Baependi.

É no final dessa rua que, com um certo ar de enfado, José de Alencar fica sentado em sua cadeira de bronze, desde quando me dou por gente. Até uns dois meses atrás, ele olhava para um posto de gasolina. O posto fechou e, pelos tapumes, adivinho que nosso escritor clássico terá, em breve, um enorme condomínio como paisagem – e, certamente, menos céu do que o mostrado na foto. Já o busto meditativo na soleira da varanda – será que ele sonha com as pernas que correm sem sair do lugar, bem a seu lado? – tem como paisagem a Rua Fernando Osório, no Flamengo.

No espelho parabólico da fila do caixa das Lojas Americanas, Wally sou eu.

Onde estou?

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À deriva

Por Luiz Henriques


Um barco - acho que o Casablanca, reformado, pois parece um vapor militar transformado - ficou sem motor e encalhou na Praia do Flamengo no sábado e teve que ser rebocado. Nada de mais, apenas curioso.

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os vencedores do Anima Mundi


A gente está atrasado, eu sei - a premiação foi no sábado -, mas antes tarde do que nunca. No júri popular, deu "La queue de la souris" (França), de Benjamin Renner, como melhor filme de estudante; "Delgo" (Estados Unidos), de Marc F. Adler & Jason Maurer, como melhor longa-metragem; "Um dia de sol" (Alemanha), de Gil Alkabetz, como melhor animação infantil; e "Dossiê Rê Bordosa" (Brasil), de César Cabral, como melhor animação brasileira, melhor curta-Metragem e Prêmio Aquisição Canal Brasil. No júri profissional, os vencedores foram "Sony Bravia 'Play-doh'" (Reino Unido), de Frank Budgen e Darren Walsh, melhor filme de encomenda; "KJFG Nº 5" (Hungria), de Alexei Alexeev, melhor trilha sonora; "La maison en petits cubes", (Japão) de Kunio Kato, melhor roteiro; "Yours truly" (Reino Unido), de Osbert Parker, melhor direção de arte; e "Madame Tutli Putli" (Canadá, foto), de Chris Lavis e Maciek Szczerbowski, melhor animação.

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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sua batata animada está assando

Por Marcia Cerioli e Petrucio Viana


Pois é: três dias para o fim do festival. Muita coisa boa já não vai mais ser mostrada. Mas ainda dá para assistir a algumas sessões, já consideradas imperdíveis,
até domingo. As dicas quentes seguem abaixo.

Curtas 2, Odeon BR, hoje, 15:30h
Tem o imperdível "Wanted" (foto). Uma verdadeira aula do que é usar a animação para explicar um evento.

Curtas 4, Odeon BR, hoje, 13:30h.
Você não pode deixar de assistir a "La maison en petits cubes", pode?

Curtas 6, Praça Animada, amanhã, 11h.
"Frames" é ilário: um metafilme sobre a animação de bonecos que mostra que as personalidades dos membros da equipe podem levar a cofecção de um filme de animação a um verdadeiro desastre. Esta sessão também tem o aclamado "John and Karen". Simples e maravilhoso.

Curtas 7, Praca Animada, amanhã, 13h.
Imperdível. Tem, pelo menos, três obras primas: "Styri", "The cold rush" e "Blind spot". Este último mostra o quão absurdamente real uma cena absurda pode ser, quando vista por um outro ângulo.

Curtas 11, Odeon BR, amanhã, 19h.
"Post!", "Administrators" e "Premier voyage" fazem parte, cada um a seu modo, da galeria dos imperdíveis.

Curtas 15, Praca Animada, amanhã, 17h.
"El empleo" diz tudo sem usar uma única palavra. Aplaudido com força, nas exibições prévias.

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Animando com a luz

Hoje é o último dia para conhecer as animações Pika Pika do grupo japonês Tochka, conhecidas no mundo todo. O grupo, que se apresentou com sucesso ontem no Oi Futuro, faz hoje sua performance, com direito a workshop para o público, no Corredor Cultural, nas proximidades do CCBB (Rua 1º de Março, 66, Centro). O Tochka faz animação com luz. Funciona assim: pessoas desenham no espaço com lanternas de luzes coloridas, os esboços luminosos são capturados por uma câmera fotográfica e depois transformados em animação. O grupo já foi premiado com o Grand Prix no Festival de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand e recebeu uma Menção Honrosa no Festival de Animação de Ottawa. Veja abaixo como é um Pika Pika.


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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Fim de semana animado

Tem gente que até consegue, mas como é humanamente impossível para uma pessoa normal assistir à todas as sessões do Anima Mundi, a gente fez uma listinha do que de melhor vai rolar no fim de semana.



"En agosto" (foto acima) é uma superprodução apocalíptica colombiana dirigida por Andres Barrientos e Carlos Andres Reyes. Parece o trailer de um longa-metragem, mas é belíssimo, tecnicamente irretocável, vale a pena ver. Na mesma sessão, rola "Franz Kafka inaka isha", inspirado no conto "Um médico de aldeia", de Kafka, do japonês Koji Yamamura - autor do cartaz do Anima Mundi 2008. Curtas 1, amanhã, às 13h, na Praça Animada, e sábado, às 15:30h, no Odeon.

Em "John and Jaren", do inglês Matthew Walker, uma pingüim e um urso polar discutem a relação. Curtas 6, sábado, às 11h, na Praça Animada.

"Hot dog" é a nova piração de Bill Plympton, sobre as desventuras de um cachorro mascote de bombeiros. A animação em 3D francesa "Blind spot" tem no seu engenhoso roteiro o seu ponto alto. Um latrocínio numa loja de conveniências põe em dúvida a confiabilidade das câmeras de segurança. Curtas 7, sábado, às 13h, na Praça Animada.



O bizarro e melancólico "The Pearce sisters" (foto acima), de Luis Cook, produzido pela Aardman, venceu o Festival de Annecy. "Los pecadores", de Pablo Polledri, com traço com estilo grafite de rua, representa a nova animação argentina. Curtas 8, amanhã, às 21h, na Praça Animada.

"Pajerama", de Leonardo Cadaval, venceu o Curta-SE 2008. Curtas 9, amanhã, às 17h, na Praça Animada.

"Fear", de Augustin Graham, é animação argentina com cara de animê. "Cânone para 3 mulheres" é o novo filme de Eduardo Nogueira, de "Yansã". Curtas 12, amanhã, ao meio-dia, no Odeon.

O cartunesco "El empleo", do argentino Santiago Bou Grasso, faz crítica social à Quino. Curtas 15, sábado, às 17h, na Praça Animada.

Estrelado pelo Príncipe Charles, o canadense "Isabelle au bois dormant" (foto acima) lembra o humor surreal da revista "Mad". Curtas 16, amanhã, às 18h, no Odeon, e sábado, às 19h, na Praça Animada.

"Passo" é uma quase vinheta poética de Alê Abreu, de "Garoto Cósmico". Curtas 17, sábado, às 18:30h, no Odeon.



"Seu Lobo" (foto acima), de inspiração Tiny Toons, é simplesmente irresistível. Dirigido por Humberto Avelar, mostra que a MultiRio vem evoluindo um bocado. Infantil 2, domingo, às 14h, na sala de cinema do CCBB.

Também irresistível é "Um dia de sol", de Gil Alkabetz. Infantil 3, sábado, às 14h, na sala de cinema do CCBB, e domingo, às 11h, na Praça Animada.

O franco-belga "La svedese", de Nicolas Ligouri, narra poeticamente o romance entre a atriz sueca Ingrid Bergman e o diretor italiano Roberto Rossellini. Panorama 2, domingo, às 15h, na Praça Animada.

E "Ícarus", é o novo trabalho de Victor-Hugo Borges, de "Historietas assombradas (para crianças malcriadas)". Panorama 3, amanhã, às 11h, na Praça Animada.

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Allan Sieber é profanado por República Tcheca

Por Fernando Barreiros


E temos aí nosso amigo Allan se vendendo, fazendo animações poéticas e profundas. "Animadores" é, na verdade, um filme sobre a vida vazia de quatro animadores de festa e seu motorista, não sobre estupradores de 2m de altura que fazem um gangbang com uma velhinha. Só assim nós vemos o outro lado de Allan, o lado poético, pensador, profundo e acima de tudo, viado. O resto da sessão Curtas 13 foi uma merda, eu não consegui assistir a tudo, era merda demais. Principalmente a que veio logo depois de "Animadores" "Cook, mug, cook", (foto), uma "animação pretensão". Eu esperava mais de você, República Tcheca, você me decepcionou legal! E foi aí que eu desisti da sessão.
Ok, ok, agora falando sério, "Animadores" é muito bom, vale à pena ir na sessão só pra ver esse curta (agora, só em São Paulo), e também não é aquela viadagem toda que eu falei antes, é só a escrotidão do Allan adaptada para a família. O resto da sessão foi só um monte de curta ruim profanando a sessão do Allan, não podiam ter colocado "Animadores" na mesma sessão com filmes poéticos da República Tcheca, não, não combina, não é que nem ratos, franceses e cinismo, simplesmente não combinam...

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As dicas do Ota


Figura legendária dos quadrinhos, da animação e da noite do Rio, o grande Ota - ele vai ficar puto com isso, mas... -, o editor que mais tempo permaneceu à frente da revista "Mad" no mundo, conversou com a Zé Pereira e falou do que viu e gostou no Anima Mundi 2008. Entre as preferência do moço estão o belga "Dji vou veu volti", de Benoit Feromont (Curtas 13, hoje, às 17h, na Praça Animada, foto acima) e o brasileiro "Calango Lengo - Morte e vida sem ver água", de Fernando Miller (Curtas 15, sábado, 17h, na Praça Animada, foto abaixo).




No vídeo abaixo, Ota também fala sobre o OtaTube, seu canal de animação na internet, o novo tentáculo de seu conglomerado da comunicação. Google, tremei!


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Cola para a cartela de notas da sessão:

Por Fernando Barreiros


Só tiveram dois filmes realmente BONS na sessão Curtas 11, o resto foi aquela coisa: "ah, não é tão ruim assim" ou "vou no banheiro". Mas esses dois realmente fizeram valer a pena. "La queuque de la souris" (foto) é muito bom e muito visual também. Sem contar que a personagem principal é um rato cínico e meio estourado que fala francês, não sei porque mas ratos, franceses e cinismo combinam muito! É um dos poucos filmes até agora que eu realmente recomendo.

O outro filme que fez valer a pena foi "A tale for how", um filme da África do Sul feito pela Blackheart Gang, eu nunca tinha ouvido falar, mas quando vi esse nome eu já sabia que o filme não tinha como ser ruim. É um filme muito surreal, musical e com um toque de street art, eu gostei de verdade desse filme, também vale muito à pena. Por acaso a personagem que "resolve tudo" é um rato muito escroto também. Acho que ratos dão ótimos personagens.

Eu não sou contra mensagens para salvar o meio ambiente, mas Don't let it all unravel" é uma exceção, pois é uma merda. A idéia do filme é daquelas idéias boas, mas muito pretensiosas, que na teoria é uma coisa profunda e poética mas na prática é uma merda que ninguém deve ver.
A sessão Curtas 11 será reprisada no sábado, às 13:30h, no Odeon.

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Hykade e "Delgo"




Parece que os ingressos já esgotaram, mas não perca de jeito nenhum - implore, entre escondido - o Papo Animado de hoje, às 19:30h (na sala de cinema do CCBB) com o alemão Andreas Hykade. Professor da Kunsthochschule Kassel e criador da série de TV para crianças "Tom & the slice of bread with strawberry jam & honey", de 2003, na qual em cada episódio o menino Tom tenta conseguir uma fatia de pão com geléia de morango e mel com a ajuda de um personagem diferente, Hykade tem um trabalho autoral espetacular. Assista acima a um trecho do piradaço western erótico-noir-existencialista "Ring of fire" (2000). Caso não dê mesmo para entrar no Papo Animado, passam no domingo, às 20h, no Odeon, além deste, mais seis trabalhos do animador.

Hoje, também, às 16h, no auditório do quarto andar do CCBB tem palestra com Marc Adler, co-diretor do longa-metragem "Delgo" (foto abaixo). Vou logo avisando que o filme, uma salada que mistura "Guerra nas estrelas" e "O Senhor dos Anéis" em 3D, não é lá grandes coisas, mas pelo menos é daqueles que dá pra ver com toda a família, como se diz por aí. Como curiosidade, "Delgo" é dublado por nomes como Burt Reynolds, Malcolm McDowell, Eric Idle e Anne Bancroft. O filme passa hoje, às 21h, na Praça Animada, amanhã, às 16h, na sala de cinema do CCBB, e no sábado, às 20h, no Odeon.


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Um papo com Allan Sieber

Ontem teve sessão de gala de "Animadores" na Praça Animada. Antes de o filme começar, Allan Sieber fez um pit-stop num bar dos arredores e falou sobre este seu novo trabalho.


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Ecce Homo


Por Petrucio Viana

Nascido na Itália; criado na Argentina; casado; pai de dois filhos; desenhista; caricaturista; mas, acima de tudo, animador. Criou sua própria técnica de animação e é o autor tanto do primeiro longa de animação produzido no mundo quanto do primeiro longa de animação completamente sonorizado.
Disse não para uma proposta de emprego, oferecida pelo próprio Walt Disney, e continuou tocando sua vida, desenhando e produzindo os seus próprios filmes, longe de todo e qualquer patrão. Teve toda a sua obra destruída pelo fogo mas foi reconhecido ainda em vida. Aposentou-se com 46 anos e morreu dormindo, como sonham todos os mortais.

Peraí. Esse cara existiu? Mesmo?
É o que você vai descobriri se assitir ao documentário italiano "Quirino Cristiani", de Gabriele Zucchelli, que será exibido amanhã no Teatro II do CCBB, às 10:30h, e no domingo na sala de cinema do CCBB, às 19h.

O único defeito do filme de Zucchelli é que não é um filme de animação! Toda a beleza do filme fica por conta da surpresa de saber da existência e tomar contato com a obra de seu incrível protagonista.
No mais, é ver para crer.

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Animação de arte


Uma das novidades do Anima Mundi 2008 é a Galeria Animada, espaço onde animações experimentais são exibidas em seqüência, initerruptamente, na Casa França-Brasil. São 35 trabalhos de 19 países diferentes. A idéia é realmente muito boa, mas cabe aqui uma crítica: a sala merecia um bom isolamento acústico, pois o som que vaza de fora prejudica bastante as exibições.
Juliana Buli, mineira de Sabará, formada em artes plásticas na Escola Guignard, da UEMG, esteve ontem na Galeria, onde o seu trabalho "Selvas internas" (foto) está sendo exibido. A animação, feita em 2D em computador, faz parte de uma instalação da artista: "Minha experiência com a animação vem da necessidade de misturar mídias, grafismo com som e movimento", explicou. No vídeo abaixo, Juliana fala um pouco mais de seu trabalho. Conheça aqui um pouco mais de sua obra.


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Um Anima Mundi que não perde o ânimo

Por Paulo Ferreira


O Anima Mundi, um dos festivais de cinema de animação mais importantes do mundo, está melhor a cada edição. Para mim, a grande festa do festival, onde ele "ferve" é na Praça Animada (o nome não podia ser melhor). Uma grande tenda de cinema montada nos Correios reúne estudantes, famílias, nerds, tudo gente da melhor qualidade. E que transforma cada projeção numa farra com direito à salva de palmas. O respeito prevalece, claro, principalmente quando o filme não empolga muito a platéia e ela se manifesta com um silêncio de reprovação. Mas vaias, nunca. Afinal, bom ou não, reconhece-se o esforço do profissional de animação em construir uma obra de arte que pode levar anos. O festival, que rola no Rio até o dia 20, está com sessões bastante equilibradas em termos de qualidade. Sinal de que a produção dos filmes, assim como o evento, só melhora com o passar dos anos.

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Barbadas animadas

Por Petrucio Viana




Se você é do tipo que gosta de comprar os ingressos na última hora, há algumas barbadas para hoje (e uma para amanhã) no Anima Mundi 2008:

Curtas 2, às 20h, no Odeon.
Esta sessão tem o interessantíssimo "Wanted", da República da Coréia, e o hilário "Global warming", da Austrália. O primeiro é um manifesto que narra de forma inusitada a existência de inundações freqüentes naquele país. O segundo, aborda de maneira escrachada a discussão do quanto devemos realmente nos preocupar com o aquecimento global.


Curtas 4, às 21h, na Praça Animada.
Nesta sessão você vai assistir ao singelo "La maison en petits cubes" (foto), do Japão. De uma forma indireta este filme também trata do aquecimento global mas, desta vez, o tema não é abordado através do humor mas, sim, do lirismo.

Curtas 9, amanhã, às 17h, no Odeon.
Nesta sessão está o melhor, para nós - eu e Marcia -, até o momento: "Ms. G", do tcheco Michal Zabka. Se eu fosse você, eu não perderia essa dica. Do mesmo diretor, assista abaixo ao filme anterior, "The premammals" ("Prasavci", 2001).


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O monstro da stop motion


O Papo Animado de hoje, às 19:30h, na sala de cinema do CCBB, é sobre a arte de Ray Harryhausen, o mestre da stop motion. Como o velhinho não pôde vir - ele será representado pelo produtor Arnold Kunert - assista abaixo a um vídeo (em inglês, galera, desculpe) onde ele fala sobre os efeitos especiais de "A ilha misteriosa" (1961, foto), filme de Cy Endfield baseado no romance de Júlio Verne.

E confira aqui a programação completa do Anima Mundi 2008.


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Justiça de casta


Do editorial do "Estado de São Paulo" de hoje: "Há quem diga que essa preocupação (com os excessos da Polícia Federal quando era Republicana) apenas se manifesta quando os atingidos fazem parte da chamada elite branca nacional, incluindo influentes endinheirados como Daniel Dantas. Pouco importa".
Pelo menos o "Estadão" não é hipócrita. O seu similar carioca prefere dizer "não somos racistas".

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Operação abafa


Lamentável a decisão do presidente Lula de afastar o delegado Protógenes Queiroz do caso Daniel Dantas - ninguém aqui é burro de acreditar nessa historinha de cursinho. O governo acaba de assinar o seu atestado de culpa no cartório. O bicho pegou pra todo mundo e mais uma vez executivo, judiciário, legislativo e imprensa unem forças contra o país. Quando a gente pensa que as coisas vão começar a mudar é que continuam na mesma.

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terça-feira, 15 de julho de 2008

Um papo animado com Daniel Schorr


O animador brasileiro Daniel Schorr abre os trabalhos do Papo Animado do Anima Mundi 2008 hoje, a partir das 19:30h, na sala de cinema do CCBB. Caso raro de animador brasileiro que fez carreira no exterior com trabalho autoral, Schorr mora há 16 anos em Montreal e dirigiu vários filmes produzidos pela National Film Board do Canadá, como "Jours de plaines", "In search of the Dragon", "Jonas et Lisa" e "Snow cat". O animador também vai apresentar hoje "Recital" (foto), no qual usa uma técnica bastante original: os desenhos foram feitos a lápis em papel, filmados em preto-e-branco, e a cor foi aplicada diretamente sobre o negativo por ele.
O Anima Mundi este ano está com um blog, onde você pode conferir as últimas novidades do festival.

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Pelo fim dos crimes de toga


Está rolando na Internet um abaixo assinado pela saída do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Para ler a petição, clique aqui. Para assinar, aqui. Se a sociedade civil não fizer nada vai virar definitivamente refém de maus magistrados. A pressa do juiz de tirar o baqueiro Daniel Dantas da cadeia, passando por cima de todos os trâmites legais, é uma confissão de cumplicidade.

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Fotodiário celular HK X

Por Henrique Koifman


Uma mesma imagem pode ser registrada de inúmeras maneiras. Não falo das possibilidades técnicas da fotografia – até porque isso seria pretensioso demais assim, acompanhando fotos tão singelas, captadas de forma tão rudimentar. Mas acho que além do ponto de vista (!) estético, que traduz o que os olhos de cada um nós capta para a linguagem de nossos sentimentos, há uma "leitura" do mundo que é mais individual e intransferível do que um cartão de crédito (não aqueles corporativos usados em Brasília, claro). A começar pelo que chama ou não a atenção de alguém em uma caminhada pela rua. O que seria uma paisagem inesquecível para um, pode passar totalmente despercebido para outro; o que renderia uma foto para mim, pode ser totalmente desinteressante para você. Por outro lado, uma vez fotografada – e, por isso, isolada e destacada dentro de um quadro de linhas simétricas – a tal cena inesquecível, despercebida, fotografável ou desinteressante se revela de uma outra forma. Tão diferente a ponto de ser percebida e, mais tarde, lembrada – até mesmo pelo desinteressado que passava por aquela mesma calçada, olhando para o outro lado, enquanto a cena cativava e instigava alguém a fotografá-la. Viajei, não é não?

Escrevo tudo isso porque passo várias vezes por semana pela Praça XV e, salvo quando o stress embota meus olhos, sempre vejo alguma coisa nova ou, pelo menos, enxergo alguma coisa de um modo diferente. Esse ângulo da fachada lateral do Paço, aí na primeira foto, por exemplo. Mexer no horizonte destaca algumas linhas que, se vistas na posição niveladinhas, se diluem no hábito. Repeti a dose nas janelas do castelinho do CEAT, em Santa Teresa, ao lado. Foi de lá de cima que registrei a paisagem enevoada da Enseada de Botafogo, ao longe, emoldurada pelos morros. Na mesma coluna, coloquei uma flor de pata-de-vaca, do jardim do meu edifício, e o céu, visto da janela do quarto dos meus filhos.

Me lembro de uma época em um de meus maiores sonhos era ter um jipe como esse que está estacionado aí, em sépia, também em Santa Teresa. Uma vista diferente, mas também de cima, encontrei no 25º andar de um edifício de escritórios no Centro – com esse janelão no hall, coisa rara. Já ao nível da rua, mais precisamente da Travessa do Ouvidor, a vitrine da livraria ficou com jeito de moldura e os passantes viraram personagens da pintura no muro ao fundo. O caderno e os óculos pertencem a mim, a luminária (no rodapé) fica na Álvaro Alvim.

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segunda-feira, 14 de julho de 2008

A volta do Pateta


Há alguns anos, a Disney decidiu acabar com o seu departamento de animação 2D. Curiosamente, o responsável por sua reativação foi o mesmo sujeito que levou a empresa a fechá-lo: John Lasseter. O hoje mandachuva da Disney quase levou os estúdios do velho Walt à falência ao provocar uma verdadeira revolução nos desenhos animados à frente da Pixar ("Toy story", "Vida de inseto"), produtora especializada em computação gráfica. Lasseter, porém, sabe que o seu sucesso se deveu muito mais em apostar em bons roteiros do que meramente em técnica e que o 3D pode ser uma moda passageira. "How to hook up your home theater" ("Como montar o seu home theater", foto), de Kevin Deters e Stevie Wermers-Skelton, retoma a antiga série de curtas-metragens do Pateta (ou Goofy, para os gringos). Os curtas na Disney são uma forma de manter seus animadores dem atividade, experimentando técnicas que podem vir a ser usadas nos longas-metragens. O filme, que está no programa Curtas 12 do Anima Mundi 2008, passa amanhã, às 13h, na Praça Animada, e quarta-feira, às 17h, no Odeon. O desenho é quase tão bom quanto "Pateta no trânsito", o melhor da série, que você pode ver aí embaixo.


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sábado, 12 de julho de 2008

Dia de Allan Sieber, Fernando Miller e Bill Plympton


Hoje tem "Animadores" (foto), novo desenho animado do camarada Allan Sieber (Curtas 13, às 16h, na sala de cinema do CCBB). É um trabalho diferente, feito em preto-e-branco, onde o grande Allan mostra o seu lado sensível e depressivo. Outro brasileiro que merece atenção é "Calando Lengo - Morte e vida sem ver água" (Curtas 15, às 17h, na Praça Animada), de Fernando Miller, o animador mais rápido do Oeste.
O longa-metragem do dia é "Idiots and angels", comédia de humor negro sobre um anjo relutante com o traço inconfundível de Bill Plympton. Às 20h, no Estação Botafogo. Abaixo, uma entrevista (em inglês) com o animador americano sobre o filme, feita durante o Festival Tribeca, em Nova York.


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O Dantas é mau, compra um, compra geral


Está eletrizante a cobertura de Bob Fernandes, no Terra Magazine, sobre o caso Daniel Dantas. Não tenho idéia de como ele consegue estas informações - assim como não sei como o Cesar Tralli virou o Cabo Rusty da PF - mas o que ele diz dá sentido a muita coisa estranha: é um tal de colunista mudar repentinamente o discurso, de outros estarem visivelmente apavorados, de jornalista sair em defesa do ministro Gilmar Mendes, de telejornal tentar diminuir a importância do que está acontecendo - já que tentar ligar os negócios do banqueiro, que começou a agir no tempos das privatizações do FH, apenas ao atual governo não colou. Que boa parte da grande imprensa queria se ver livre da quadrilha que infesta o atual governo só para levar a anterior de volta ao poder a gente já sabia. Só não dava imaginar que tinha tanto rabo preso por aí.
É como disse o senador Arthur "20% dos votos para o governo do Amazonas" Virgílio: "Amanhã pode acontecer com Vossa Excelência".

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Animação em curso


Galera, a gente começa aqui a nossa cobertura do Anima Mundi 2008. Não é coisa de especialista, nem de crítico, mas de fã mesmo. Nosso eventual colaborador adolescente Fernando Barreiros, por exemplo, foi ao primeiro Anima Mundi ainda no colo da mãe, com poucos meses de idade. O casal de matemáticos Petrucio Viana e Marcia Cerioli é daqueles que tira férias só para acompanhar o festival. E Paulo Ferreira cobria o evento para o jornal "O Globo" até o ano passado.
Para hoje, a nossa principal indicação é o longa-metragem dinamarquês "Princess", de Anders Morgenthaler (Estação Botafogo, às 22h, trailer abaixo). Exibido no último Festival de Cannes, trata de temas para lá de polêmicos: abuso sexual em crianças e prostituição de adolescentes. Bem barra-pesada, o desenho é desaconselhável para menores de 16 anos.
Outra boa dica é "Topor et moi" (Panorama 7, sala de cinema do CCBB, às 16h, foto acima) marca a estréia da atriz Sylvia Kristel na direção. A eterna Emmanuelle, que também é pintora, usa seus quadros para narrar o seu relacionamento com Roland Topor (1938-1997), roteirista e diretor de arte do clássico da animação francesa "O Planeta Selvagem".


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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Sebastiana", Jackson do Pandeiro




Uma palhinha do rei do ritmo pra limpar o zuvido. A gravação é da TVE, de 1979. Que saudade desse cara.

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Rápido como um raio!


Incrível a presteza com que o ministro Gilmar Mendes se debruçou sobre o processo contra Daniel Dantas para lhe conceder o habeas corpus. Enquanto isso, pilhas de processos mofam nas prateleiras dos fóruns à espera duma vista d'olhos... Mais incrível ainda foi o ligeirinho se manifestar contra a prisão antes mesmo de ter lido o inquérito!
Como disse o cineasta Fernando Meirelles, o maior problema do Brasil não é o legislativo, mas o judiciário. Esse STF é um nojo, um bando de pavões. Dos maus legisladores a gente pode se livrar com o voto. Mas quem nos salva dos maus juízes?

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terça-feira, 8 de julho de 2008

Cultura predatória

Por Eduardo Souza Lima




Funciona mais ou menos assim: o prefeito tem, digamos, R$ 100 mil para gastar no São João. Contrata três bandas de fuleiragem music – ou forró eletrônico –, a R$ 30 mil cada, para tocar na cidade. Com os R$ 10 mil que sobram, ele enfeita a cidade e ocasionalmente paga as atrações locais. De bolsos forrados, o pessoal das bandas demonstra a sua gratidão sem o menor constrangimento. No bar onde eu estava ontem, aqui em Vitória de Santo Antão (PE), uma tela de plasma mostrava um show dos Aviões do Forró em Estância, Sergipe. O cantor do grupo vez por outra convidava para subir ao palco o prefeito Ivan Leite e o senador Albano Franco, ambos do PSDB – o DVD vira peça de campanha eleitoral bônus. Qualquer tentativa de se ouvir um som diferente é soterrada por toneladas de decibéis. Quando acaba a festa no palco, continua nos bares e restaurantes: parece ser obrigatório tocar só este tipo de música na região. E dá a impressão de haver uma disputa entres os estabelecimentos locais para ver quem tem o som mais potente. Assim vão se descaracterizando e uniformizando as festas juninas, vão se destruindo tradições.

As micaretas transformaram praticamente todos os carnavais do Nordeste em cópias de carnaval baiano – inclusive o baiano. Os conjuntos de fuleiragem music geralmente vêm do Ceará e, como os trios elétricos da Bahia, são criados por empresários - que são donos de emissoras de rádio e de gravadoras -, não por músicos. A maioria tem Forró no sobrenome, mas de baião, xote e xaxado só têm as letras de duplo sentido e a sanfona - que às vezes dá para ouvir entre os teclados eletrônicos e os metais. O ritmo que eles tocam, na verdade é uma mistura de axé music e breganejo. Geralmente no palco há um casal de cantores, ambos com vozes muito estridentes, luzes em profusão e bailarinas seminuas exibindo os seus dotes. Se alguém lucra com a pirataria são eles: os camelôs são uma forma de difusão mais eficaz do que o rádio. Praticamente todos têm TVs para exibirem seus DVDs, e ambulantes andam pelas cidades empurrando seus carrinhos de CDs com som ensurdecedor. Não há escapatória.

Cada um ouve o que quer, é claro; o problema é obrigar o outro a ouvir o que não quer. Isso é totalitarismo cultural. Essas ondas costumam ser passageiras - a próxima pode vir do Maranhão, de São Paulo ou do Rio Grande do Norte -, mas os seus efeitos devastadores, não. Por onde elas passam, resta apenas terra arrasada.

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Cachaça e outras biritas


O Cachaça Cinema Clube, que acontece amanhã, no Odeon (Praça Floriano, 7, Cinelândiana), relembra os anos 80 com a exibição de cinco clássico daquela década: "Incrível Sr. Blois", de Nuno César de Abreu, "A voz da felicidade", de Nelson Nadotti, "A estória de Clara Crocodilo", inspirado na ópera de Arrigo Barnabé, "Meow", de Marcos Magalhães, e "O dia em que Dorival encarou a guarda" (foto), de Jorge Furtado. Depois da sessão, que começa às 21h, tem festinha com o DJ Severo. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Na quinta-feira, às 20h, passam os premiados do Festival Ratoeira no Cineclube do Beco do Rato (esquina de Morais e Vale com Augusto Severo, Lapa), com entrada franca.

E no sábado rolam o especial "Bitolas", no Cineolho (MAC, Museu de Arte Contemporânea, Mirante da Boa Viagem, s/nº, Niterói), às 16h, e, no mesmo horário, "Eles vivem!", de John Carpenter, no Cineclube Phobus (sala de video do SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539). Ambos com entrada franca.

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Fotodiário celular HK IX

Por Henrique Koifman


Nestes últimos dias, aqui no Rio, vivemos diferentes estações do ano com espaço de horas entre elas. Passamos de uma manhã de sol para uma tarde daquelas que deram razão a Noé, sem maiores avisos ou precauções. Felizmente, a partir dessa sexta-feira à tarde os ânimos celestes se acalmaram. O termostato foi mantido em "aberto, firme e ameno" e o fim de semana foi perfeito. Vai ver precisaram de toda a chuva disponível lá na Inglaterra, para ajudar o Rubinho Barrichello a subir no pódio. Foi justamente ao longo desses três últimos dias que registrei todas as imagens desta nona edição do Fotodiário Celular.

A primeira delas é de sexta, em uma calçada no Leblon, onde há orelhões transparentes que remetem a discos de telefone, numa referência que dificilmente faz sentido para as crianças de hoje. A dupla de fotos seguintes, uma sobre a outra, é de sábado, da papelaria da General Glicério, onde costumava trocar minhas economias de menino por aviõezinhos para montar e hoje compro presentes para os amiguinhos de meus filhos. A flor Ao lado é da casa de uma querida amiga, que comemorava aniversário e a quem pertence a lixeira com tampa côncava da imagem seguinte.

Horas antes, tinha ido buscar meu filho mais novo em uma festinha com futebol. Olhado assim de cima, o campinho do play parece até uma mesa de botão. É também meu caçula quem toca o piano em nossa casa. O restaurante que fecha essa linha é o Aurora, onde almoçamos domingo. Todas as cinco imagens da linha de baixo, à direita, foram feitas algum tempo antes desse almoço, durante um passeio pelo Aterro do Flamengo.

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nova ortografia



Churrascaria Manda Brasa, Moreno, Pernambuco.

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O Nordeste antigo está se esfarelando


Este fenômeno ainda e mais visível longe das capitais. O Petrolina Antigo, como se diz por lá, é só uma ruazinha; dos tempos de outrora, sobrou pouca coisa de Vitória de Santo Antão. A cidade de 120 mil habitantes, fundada em 1811 e localizada na Zona da Mata pernambucana, sofre com o crescimento desordenado - dizem que daqui a 20 anos será maior do que o Recife - que está lhe transformando num imenso favelão. O centro foi tomado por prédios feios e impessoais. A Farmácia Tavares, antiga Pharmácia Popular, com sua bela fachada de azulejos, é testemunha quase solitária de uma época em que as pessoas ainda se preocupavam com a estética.

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Uma canção ao cair da tarde: "Again & again", The Bird and The Bee




Fui apresentado hoje de manhã à esta adorável cançoneta retrô e nem esperei a tarde cair para recomendá-la.

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Mídia e homossexualidade


Começa amanhã, na Caixa Cultural Rio, a mostra de cinema e TV e ciclo de debates A Homossexualidade na Mídia - O que mudou?, que acontece até o dia 20. Às 16h, a sessão de "Teorema" (foto) de Pier Paolo Pasolini abre a programação, que segue às 18h com o debate "A crescente exposição do personagem homossexual", mediado por Eduardo Peret, com as participações de Ricardo Linhares, Sofia Zanforlin e Gilberto Gawronski. O evento também vai ser realizado na Caixa Cultural São Paulo de 15 a 20.

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

A semana nos cineclubes...


...só começa amanhã, com a abertura do Festival Ratoeira no Cineclube Beco do Rato (Morais e Vale com Augusto Severo, Lapa), a partir das 19h.
Sexta-feira tem "Jacob", de Augusto Castro, "Stela do Patrocínio - A mulher que falava coisas" (foto), de Márcio de Andrade, e "Bip Bip", de Thalles Chaves, no Cineclube Curta o Curta (Ateliê da Imagem, Avenida Pasteur, 453, Urca), às 20h. Depois da sessão tem debate com os diretores.
No sábado, "Dramática", de Ava Rocha, "Vitrines", de Dario Gularte, "O latido do cachorro altera o percurso das nuvens", de Raul Fernando, Camila Marquez, Rebecca Ramos, Estevão Garcia e Pedro Urano, "Anemic cinema", de Marcel Duchamp, e "Julgamento", de Diego Bion, no Cineclube Buraco do Getúlio (Espaço Cultural Sylvio Monteiro, Rua Getúlio Vargas, 51, Centro, Nova Iguaçu), às 19h; e no mesmo horário, no Cine Goteira (Auditório da Prefeitura de Mesquita, Avenida União, s/nº, Centro), "Mamilos em Chamas", de Gurcius Gewdner.
E no domingo, às 19h, no Cineclube Águas Férreas (Espaço Cultural Trem do Corcovado, Estação do Trem do Corcovado, Cosme Velho), "Brava gente brasileira", de Lúcia Murat.

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Mães e crianças com HIV pedem ajuda


A Mais Brasil instutuição que apóia mães e crianças com HIV, está arrecadando doações. A situação da ONG é crítica: ela está com dificuldades para manter a sede, em Santo Cristo, e o seu curso de artesanato para as mães está suspenso por falta de recursos para comprar material. Doações em dinheiro podem ser feitas na conta da Mais Brasil no banco Itaú (os dados estão no site). A instituição também aceita doaçoes de alimento - de preferência latas de sardinha e salsicha, aveia e farináceos, além de pacotes de fraldas. Para quem mora fora do Rio, é possível comprar pela internet e mandar entregar na Mais Brasil, nos sites da Drogasmil e do supermercado Pão de Açúcar. A campanha das cestas básicas é permanente, são 41 famílias assistidas - e há uma mãe grávida.
Amigos, a coisa é séria. Vamos ajudar.

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Estética da fome


A partir desta quinta-feira começa no Cine Glória (Memorial Getúlio Vargas, Luís de Camões, s/nº, subsolo) a Mostra Fome de Glauber, que vai até o dia 6. Serão exibidos todos os dias, a partir das 20:30h, quatro filmes do nosso maior cineasta. A entrada é um quilo de alimento não perecível que será doado ao Programa Fome Zero. A mostra, realizada em conjunto pela produtora carioca Urca Filmes, pelo Tempo Glauber e Paloma Cinematográfica, acontece em comemoração à primeira fase do projeto Coleção Glauber Rocha, que restaurou digitalmente quatro filmes do diretor, "Barravento", "Terra em transe", "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (foto) e "A idade da Terra" - que serão exibidos nesta ordem na mostra.

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Fotodiário celular HK VIII

Por Henrique Koifman


A série desta edição começa com três potinhos – acho que de Marajó – iluminados pelo abajur na casa de meus pais, numa tarde de domingo. A embalagem de ovos estava sobre uma ilhota, bem na entrada da Cinelândia, junto ao obelisco, quinta pela manhã. Achei a combinação de texturas – do papelão e das pedras portuguesas – e fiquei pensando como aquilo teria ido parar ali. A textura das lajotas, recortadas pelo sol de meio-dia, também me atraiu na imagem seguinte, da rampa do Palácio Tiradentes, por onde passei quando ia almoçar ali perto. Já as três moças de branco provavelmente já tinham almoçado quando resolveram se sentar no alto da arquibancada do anfiteatro, aquele do "Buraco do Lume".

Ao lado e abaixo, o pôr-do-sol da janela do meu escritório, com as cores dramáticas do inverno, sexta-feira passada. Acima deste, meia hora depois, a mulher leva o cão para passear na Rua do Catete. Entre 18:30h e 19:30h, muita gente volta do trabalho e sai para passear com seu cachorro (a rua fica cheia deles). O bacana é que, hoje, é raro encontrar um dono que não limpe a sujeira feita por seu "melhor amigo". Algo que mudou (para melhor) muito nos últimos dez anos, sem fiscais ou multas.

As três últimas fotos foram feitas no domingo, 29/6/08, no CCBB, onde fui com meus filhos ver a exposição comemorativa dos cem anos de imigração japonesa no Brasil. Quando chegamos lá, um grupo de taikô (tambores) estava se apresentando. E meus (já não tão) pequenos adoraram, não só a música, mas também as espadas de samurai, gravuras, mangás, origamis e outras tantas coisas. Para quem ainda não foi ver, recomendo muito.

O cafezinho é do Odeon.

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Cultura afro-brasileira em curso

Estão abertas as inscrições para o curso Aspectos da Cultura Negro-africana na Música Brasileira, ministrado por Leonardo Sá, pianista, compositor, pesquisador e coordenador educacional da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira desde 2002 e professor da Fundação Getúlio Vargas e da Escola de Música Villa-Lobos. As aulas serão divididas em oito encontros, às segundas-feiras (entre 7 de julho e 1º de setembro), das 19h às 21h, no Centro Cultural Municipal José Bonifácio (Rua Pedro Ernesto, 80, Gamboa). O curso é gratuito. Mais informações pelo telefone 2233-7754.
O Centro Cultural Municipal José Bonifácio promove mais três cursos sobre cultura negra no Brasil em breve: Arte, África e Brasil, com Roberto Conduru; Literatura Afro-brasileira, com Fernanda Felisberto; e Culto à Ifá, com o babalaô nigeriano Afixe.

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