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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "This charming man", The Smiths




Tinha um papo nos anos 80 de que o Morrisey tinha feito essa música em homenagem ao Mick Jagger. Como nunca mais se falou no assunto, devia ser boato.
Bom, mas o que interessa é essa guitarra.

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Arte cubana do mundo


Logo mais, às 19:30h, na Caixa Cultural Rio, será aberta a primeira exposição individual do artista plástico cubano Carlos Garaicoa no Brasil. Antes, ele havia apenas participado da Bienal de São Paulo e da mostra Arte em Cuba, em 2006. Garaicoa é hoje um dos nomes mais importantes da arte contemporânea, tem obras em coleções de importantes museus e galerias como MOMA e Guggenheim, em Nova York, e Tate Modern, em Londres e é representado internacionalmente pela conceituada Galleria Continua, na Itália.


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domingo, 29 de junho de 2008

Cadê a Euro 2008?


Tem gente que diz que a Eurocopa é a Copa do Mundo sem Brasil e Argentina, o assunto está nas ruas, mas a final de hoje, entre Alemanha e Espanha, só mereceu uma nota de pé de página no "Globo". Será que o leitor do jornal não está nem aí para o jogo? Ou será que é porque a transmissão é da Record?

P.S.: Pode ser só coincidência, mas a nota zero da coluna Controle Remoto, da Revista da TV do "Globo", é "Para a narração da Eurocopa feita por Eder Luís, na Rede Record. Muito animadinho, ele grita demais. É daquele tipo de aflige o aflito. A pessoa se prepara para assistir a um jogo apenas mediano, mas, na voz deste narrador, a coisa se transforma numa produção épica". Ué, esse aí não é o Galvão Bueno?

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PhD em Cinema Brasileiro: A kombi na estrada do cinema brasileiro

Por Paulo Henrique Souto


Quem fez tantas "fitas" como ele, o próprio Wilson Grey dizia, está sempre vivo. Reside aí a força do cinema, acredito. Grey pode ser visto toda hora nos filmes exibidos no Canal Brasil e mais algum canal por aí, embora sejam TVs pagas. Uma produtora amiga, quando criaram o Canal Brasil, falou algo, e faz sentido: "É um gueto, pois só será visto por quem tem grana para pagar". E infelizmente, com todo o carinho pelo canal, é fato. Por que não criam leis, como a maioria dos outros países, para que o produto visual brasileiro seja visto nos canais abertos? Fora a TV Brasil, Cultura e Futura, as outras emissoras só de quando em quando exibem nossos filmes e, mesmo assim, a maior delas já tem um acervo particular e seus filmes tem preferência na grade, claro. Vale lembrar Paulo Emilio Salles Gomes, que sabiamente dizia: "O cinema brasileiro diz mais ao povo brasileiro que os filmes estrangeiros". Veiculados na TV, filmes brasileiros resultam em boa audiência, com certeza. Money, money. Corte rápido. Close duplo em Wilson Grey e Humberto Mauro, lembrei-me dos dois estes dias. Mauro me veio à mente pela quantidade de filmes sobre cegueira que anda rolando, inclusive o maravilhoso "Drežnica", de Anna Azevedo, já exibido nas Oropa França e Bahia. Fui em Volta Grande com Alex Viany e lá chegando Humberto estava de cócoras, andando como uma criança, do quarto para a sala do sitio. Perguntei o porquê e ele, fleumático, sereno, respondeu: "Estou treinando andar pela casa sem usar os olhos, pois a tendência é que eu fique cego com a diabetes". Impressionou-me como podia aquele homem que viveu captando lindas imagens com os olhos que Deus lhe deu estar ali, consciente da possibilidade de perder a visão, e sem lamuriar. Mais uma lição de vida do mestre.

Wilson Grey é outro de histórias espirituosas e mirabolantes, a última foi Stepan Nercessian quem me contou. No intervalo de uma filmagem, Grey o levou para conhecer um lugar e lá chegando disse: "Prometa-me que é a primeira e ultima vez que você virá aqui". O lugar era o Jóquei Clube, Grey foi apostar em uma égua de Chico Anísio. De antemão ele sabia que iria ganhar, a chamada barbada, daí ter levado o "garoto" Stepan. Famoso pelo gosto por jogos, Grey jamais fez reserva financeira. E um dia adoeceu, fui visitá-lo em sua casa, seu estado era lastimável, sem recursos para os caros remédios. Saí de lá tonto, tentei e consegui - era difícil, confesso - falar com Boni, relatei os fatos, pedi help e no mesmo dia mandou alguns dólares pra casa do Grey e providenciou para que a TV Globo desse apoio no tratamento. Grey não era contratado. Comprei um caderno e fiz um "Livro de Ouro", dei notas na imprensa da existência do mesmo e o deixei no Estação Botafogo, na Voluntários, o primeiro da rede. As meninas da casa providenciavam para que as doações apontadas no tal livro chegassem à casa de Grey e também organizaram sessões para angariar fundos. Aliviou um pouco a agonia da família. Viajei pelo interior de Minas com Grey, Alex Viany, Elke Maravilha, numa kombi, durante anos o veiculo oficial do cinema brasileiro, lançando, em várias praças, "A noiva da cidade" (1978). Doces lembranças, primeiro porque tinha cinema de rua nas cidades para lançar os filmes, a boa acolhida do povo, encantado, e sessões lotadas. A maioria das cidades, hoje (vejam o clássico "Tapete vermelho", do Luiz Alberto Pereira, o Gal) não tem cinema. Aliado ao prazer e ao privilégio do convívio com pessoas inteligentes e bem-humoradas, no espaço exíguo da kombi. Ganhei, com certeza, mais alguns anos de vida. Na Kombi, eu apontava um bem-te-vi; Elke, na outra janela, apontava uma sabiá. Fomos criados no interior e conhecíamos a fauna e a flora. Alex endoidava, queria ver tudo, mas como um filme, a kombi rolava e o passarinho na janela, no frame seguinte, já era outro, um beija-flor, talvez. Para desespero e encantamento do Alex, eu e Elke começamos a conversar na língua do pê, "vopocepe, sapabepe fapalapa, a linpinguapa do pê?". E travamos longo papo nesta língua e, como se não bastasse, na língua do efe também, fruto de nossa infância no interior. Alex aos berros: "Eu também quero falar!!!". Sugeri que, ele como intelectual, fosse ler um conto de Clarice Lispector todo escrito na língua do pê, quem sabe pudesse assimilar e nos acompanhar. Ríamos muito, Grey, então, se enroscava. Em algumas cidades fomos de avião, como Montes Claros, onde meus familiares prepararam banquetes pro grupo, Grey ficou meu irmão desde então.

Quando comecei a participar de vários filmes, com personagens pequenos, ele dizia que eu seria seu substituto, o que me enche de orgulho. Em 1984 fiz, a convite de José Wilker, participação na novela "Transas e caretas". Na ocasião eu estava trabalhando com assistente de Antonio Pitanga no "Quilombo", de Cacá Diegues, onde fiz uma participação como ator. Por conta do personagem do "Quilombo" eu estava com o cabelo enorme. Para fazer a novela, a maquiagem da TV Globo untava meu cabelo de gel, estava magro na ocasião. No primeiro dia de gravação, perguntei pro Wilker: "Com quem estou parecido?". "Com Wilson Grey", respondeu. Sugeri que meu personagem se chamasse Wilson Gay, Wilker topou. Eu fazia um mordomo e toda vez que a patroa Francisca Moura Imperial (FMI), personagem de Eva Wilma, me encontrava em cena, indagava: "Como é mesmo seu nome?". E eu, orgulhoso, dizia: "Wilson Gay, homenagem ao ator de maior filmografia do planeta". Um dia no beco, na Cinelândia, onde nós de cinema, diretores, atores, a turma da pesada, nos reuníamos para saber do mercado de trabalho, ali ao lado do Teatro Rival, o maquinista Edmilson Finizola, hoje no Sindicato dos Técnicos, fez uma brincadeira comigo dizendo que o Grey estava puto da vida porque alguém (eu) estava mangando dele na TV. Eu o levei para perto do Grey e falei: "Tá gostando do meu Wilson Gay?". Grey respondeu, amável: "Ô Paulinho, meu querido, é você quem está me prestando essa homenagem na TV? Que prazer...", com seu jeito malandro de falar. Gozei a cara do Edmilson e brindamos com uma cerveja. Depois disso, homenageei Humberto Mauro na novela "Corpo a corpo", dirigido por Jayme Monjardim, na pele de um jardineiro, desta feita minha patroa era Malu Mader e me indagava: "Como é mesmo seu nome?". "Humberto Mauro, homenagem ao mineiro, pioneiro do cinema brasileiro". Foi meu jeito de homenagear o bom cinema brasileiro, que vive longe da TV. Aguardem o próximo episódio...

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sábado, 28 de junho de 2008

A Porto Alegre de Nine


Acabou de sair do forno "Porto Alegre", nono volume da série Cidades Ilustradas, da Editora Casa 21. Desta vez, Carlos Nine, um dos maiores quadrinistas e ilustradores argentinos, empresta à capital gaúcha o seu traço mui particular. O livro deve ser lançado ainda este mês em Porto Alegre. No Rio, provavelmente só em agosto - a gente avisa quando tiver as datas certas. Abaixo, reproduzimos o prefácio, escrito com gosto pelo cineasta Jorge Furtado, de "O homem que copiava".



Não deixa de ser humilhante: precisou vir alguém de longe para mostrar aos porto-alegrenses o que a cidade tem de mais bonito. Eu, que sempre morei aqui e faz tempo, nunca tinha visto a cidade tão bonita. Faltou só o Museu Iberê e o Teatro São Pedro, ambos cobertos de tapumes quando Carlos Nine andou por aqui.

De resto, o melhor da cidade está lá: a incomparável luz oblíqua, os prédios elegantes, as árvores multicores pedindo para virar aquarelas, o céu imenso sobre o Guaíba, o pôr-do-sol de catálogo, os parques cheios de tipos e, principalmente, os tipos.

Repare nos tipos. Aquele coelho artista, cachimbador, mora perto da minha casa, vejo por aqui seguido. É ensimesmado, arredio, talvez sonhe com murais ou tenha problemas em casa. Não dá conversa a ninguém.

O porco de gabardine e sua esposa longilínea eu já vi lá pelo bric, acho que mexe com imóveis. Tipo risonho, viajado, bom papo. Sua senhora é uma deusa, mangas bufantes, très chic, dizem que fidelíssima. Porco de sorte.

E os monges flutuantes? Acabou de passar um pela minha janela, juro, sem piadas e sem balões, são monges sérios. Levitam por serem leves, naturalmente, vão com o vento. Mas voltam, acho que a pé.

Reparem o cão deprimido que bebe vinho no chalé da Praça XV. Seu interlocutor, bacharel psitacídeo, se esforça em convencê-lo a tentar vida em São Paulo. O cão reluta. Talvez já mude de idéia, pois se aproxima o leão, rei dos arquitetos, vendendo imóveis na planta, uma conversa intragável. Menos mal que a filha é uma gata.

E preste atenção quantos livros: patos, pintos, bigodudos, mocinhas pernudas, gansos, guascas, todos lêem. A cidade gosta de livros, bem que ela faz. Todos lêem, ou tocam violão, ou cantam, ou pintam, ou dançam. Se não lêem, correm, se exercitam, cuidam da mente ou do corpo. Todos lêem, mas na cidade, olhe bem, não se vê palavra escrita: sem placas, reclames, faixas, nada de letras na rua! Que prazer as placas dão com sua ausência! Ah, fosse sempre assim!

Sereias, dragões, tritões, o pato cantor, Padre Mário, o Veríssimo, Netuno, o Vasques, o Santiago, aquela coruja pilchada, mais os anjos trombeteiros, o Rodrigo Rosa, o Lancast, o Fraga, o Atlas, o Zimbres, andam todos por aqui, vez por outra nos cruzamos. Já o Gilmar, não conheço, pelo menos que eu me lembre. A cidade também não é tão pequena assim, nuvem aqui não falta.

Valeu Nine! Volte sempre!

Jorge Furtado
Porto Alegre, seis de maio de dois mil e oito.




Recife será a décima cidade a ser retratada pela coleção. O artista escolhido foi André Juillard, que atualmente desenha as novas aventura da dupla Blake & Mortimer, criação imortal de Edgar P. Jacobs. Juillard deve chegar ao Recife em outubro.


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sexta-feira, 27 de junho de 2008

O mago da stop motion


O Anima Mundi 2008 presta homenagem ao mestre Ray Harryhausen, que faz 87 anos no domingo, com uma mostra de filmes dos quais participou, seja como produtor ou criador de efeitos visuais. Harryhausen será representado por seu empresário, Arnold Kunert, que vai apresentar trechos de filmes como "Os primeiros homens na Lua" (1964), "Sinbad e o Olho do Tigre" (1977), "A fúria de Titãs" (1981) e "O monstro do mar" (1953). Feitos sem o auxílio de computadores, os esqueletos espadachins de "Jasão e os argonautas" (1963, vídeo abaixo) certamente botariam o incrível Hulk de CG pra correr. Veja aqui o site oficila de Harryhausen.


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Boteco 2D




Fica em cartaz até o dia 9 de agosto, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo (Rua Monte Alegra, 306, Santa Teresa) a exposição Clima de Bar. São fotografias de bares de Santa Teresa de 45 artistas como Walace Veltri, Angela Roumillac e Jânio Cardoso de Carvalho, das fotos aí de cima para baixo.

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Zellig de casa nova


Amanhã tem inauguração do novo Atelier Zellig, a grife preferida da Zé Pereira. De 11h às 20h vai ter bazar das amigas com peças seminovas e da Zigfreda, roupas Flávia Melo e acessórios da Zellig. O endereço é Rua Álvaro Ramos, 535/202, Botafogo, mas aí embaixo tem um mapinha.


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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pelos cineclubes


Hoje, às 18:30h, tem homenagem a Olney São Paulo no Cineclube Tela Brasilis (Cinemateca do MAM, Avenida Infante D. Henrique, 85, Parque do Flamengo), com a exibição dos curtas "O profeta de Feira de Santana", "Cachoeira: Documento da História", "Como nasce uma cidade", "Teatro brasileiro I: Origem e mudanças", "Teatro brasilerio II: Novas tendências", "Sob o ditame do rude Almajesto: Sinais de chuva", "Pinto vem aí" e "Dia de Erê";

amanhã, às 19:30h, passam "Aranhas Tropicais", de André Francioli, e "Sem essa, Aranha" (foto) de Rogério Sganzerla, no Espaço Utopya (Tempo Glauber, Rua Sorocaba 190, Botafogo); e "Ônibus 174", de José Padilha, às 14h, no Cineclube Nós Na Fita (Sesc Niterói, Rua Padre Anchieta, 56, 3º andar);

e no sábado, às 16h, "Geraldo Sarno: Eu carrego um cinema dentro de mim", de Eryk Rocha, no Cineclube Subúrbio Em Transe (Casarti, Rua Ponta Porã, 15, sobrado, Vista Alegre). Tudo com entrada franca.

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Coxinha, um perfeito escroto




Coxinha é um escroto cearense - tipo cuja versão light é o Didi Mocó -, que é o escroto mais escroto do mundo. O personagem bate ponto no programa "Nas garras da patrulha", da TV Diário, que tem tradição em humorísticos com bonecos, e os seus DVDs vendem que nem bode guisado no Nordeste. Tem um monte de esquetes do carniça no YouTube e eu só escolhi esse aí porque foi o primeiro que vi, é tudo muito engraçado, humor cearense de primeira.

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Amigos do assassino


Há oito anos, Pimenta da Neves, ex-diretor de redação do jornal "O Estado de São Paulo", matou Sandra Gomide, sua ex-namorada e colega de redação. Foi um crime covarde, mas como o assassino tem dinheiro para pagar um bom advogado, está livre. Que isso aconteça no Brasil não é novidade, embora seja revoltante. Porém, mais revoltante ainda é descobrir que o canalha tem um site, onde amigos atestam o seu bom caráter. Encontrar o nome do publicitário Enio Mainardi na lista não é nenhuma surpresa. Mainardi, pai de Diogo, que se arvora defensor da ética em sua coluna na "Veja", escondeu o assassino em sua casa - aliás, uma das melhores tiradas do Agamenon Mendes Pedreira foi Enio dizendo para Pimenta "esconda-se dentro de um livro de meu livro, ninguém nunca os lê, você jamais vai ser encontrado". O triste é ver o nome do bibliófilo José Mindlin e de seis mulheres no site.

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Como fazer um Harry Potter


Michael Goldenberg, roteirista de "Harry Potter e a Ordem da Fênix", virá ao Brasil em outubro para participar como consultor do Laboratório SESC Rio de Roteiros para Cinema Infantil, que será realizado em paralelo ao Laboratório SESC Rio de Roteiros para Cinema. As inscrições para os dois laboratórios estão abertas até o dia 30 no site do Sesc Rio.

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Quanto custa um São João


Nada de catar toco de pé-de-pau no mato, o negócio é comprar sua fogueira pronta em beira de avenida e de estrada. Um kit fumaceira pequeno, como o do caboclo da bicicleta, sai por R$ 15, no Recife. Mas como choveu pra caramba na cidade, sobrou muita madeira pro ano que vem.



Um bode custa em média R$ 150.



Uma mão de milho (50 espigas, dez por dedo) sai a R$ 4 em Bonança. No Recife, de R$ 15 a R$ 25.

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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Enólogo e neocolonialista


De Renato "Gunda Din" Machado, no "Bom dia, Brasil", da Rede Globo: "O Zimbábue e a ditadura Mugabe são a prova de que o nacionalismo e a independência da África não deram certo. Um sonho que não deu certo!".

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Fotodiário celular HK

Por Henrique Koifman


Tinha feito uma seleção de fotos bem luminosas e coloridas, feitas durante os últimos dez dias, para esta edição. Mas, quando fui ligar o computador, olhei pela janela e vi as primeiras gotas da chuva que, agora, dá o tom melancólico desse domingão. Daí fui buscar no arquivo essas fotos que você tem aí na tela agora. Foram todas feitas no mesmo dia, 15 de abril de 2008.
A primeira, tirei pouco depois de saltar do ônibus, de manhã, no Passeio Público. Foi quando descobri que, com um guarda-chuva aberto nas mãos, não só é fácil fotografar com um celular, como também que, nessa situação, o fotógrafo passa ainda mais despercebido. A segunda e a terceira imagens – uma na Praça XV, outra na Rua das Marrecas – mostram um de meus clichês preferidos nos dias chuvosos: o reflexo nas poças d'água, que dão às cenas um quê de impressionismo. A seguinte, captada pela janela do ônibus (parado num ponto do Largo do Machado, em frente ao cine São Luiz), também me lembrou alguns quadros de pintores franceses dessa escola. A moça de azul também estava no Passeio, de manhã, e a paisagem cinzenta é da janela do meu escritório. Já a última imagem é da Rua do Ouvidor, vista de dentro da Livraria Folha Seca, na pausa para o café, depois do almoço. A previsão do tempo indica chuvas até a tarde de terça-feira.

P.S.: Excepcionalmente estamos publicando a coluna hoje. O Fotodiário Celular HK sai às terças-feiras.

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Chupa que é de uva", Aviões do Forró

O hit absoluto do São João de Pernambuco. Como é de costume no gênero forró eletrônico de empresário, o nome da banda cearense é cantado durante a música. Segundo o cientista político Terêncio Lins, é para que o ouvinte saiba o que está ouvindo, já que os grupos são todos iguais. Essa gravação aí ainda tem a agenda dos Aviões, mas a música é maneira.


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domingo, 22 de junho de 2008

Vão queimar o Padim!


A Igreja excomungou o Padre Cícero, mas para o povo do Nordeste ele está lá no Céu. Tudo é uma questão de perspectiva.
João Afredo (é o nome de uma cidade), Pernambuco.

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Pobres fora


Os ricaços de Santa Cruz querem se separar da Bolívia e como Evo Morales é contra, a Globo chama a sua política de "centralizadora". Será que a emissora apoiaria a independência de São Paulo?

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sábado, 21 de junho de 2008

Ecumenismo




É São João em Petrolina, a geringonça se chama samba e toca funk carioca.

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Gato de responsa


O churrasquinho de gato é servido dessa forma aí em Petrolina, Pernambuco. E são seis sabores: picanha, cupim, coração de galinha, frango e misto, a R$ 1,60, e bode, a R$ 2. E no Mofadão, na Avenida da Integração, você bebe a cerveja mais gelada do Nordeste - quem conhece o Nordeste sabe o quão valiosa é esta informação.

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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sessão da Tarde: "Guernica"


Um crime de guerra narrado por Alain Resnais, Robert Hessens, Paul Eluard e Pablo Picasso.
Legendas em inglês e em espanhol.


Parte 1



Parte 2

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Todo mundo faz acordo com o tráfico

Por Eduardo Souza Lima


Longe de mim querer livrar a cara do senador Marcelo Crivella - vade retro! -, populista disfarçado de religioso que sonha em ser prefeito do Rio. Mas é no mínimo hipocrisia acusá-lo de fazer acordo com o tráfico para tocar obras no morro como se isso fosse alguma novidade. Quando rodamos o documentário "Rio de Jano", em 2000, sugerimos ao Jano que conhecesse os morros de São Carlos e do Vidigal. Nós só conseguimos filmar porque o primeiro estava ocupado pela polícia na época e porque pedimos licença à associação de moradores do segundo, o e nos garantiu segurança. Não tratamos diretamente com os traficantes, mas eles estavam lá e só permitiram que subíssemos por causa deste acordo tácito.
Todo mundo que já filmou no morro sabe que sem salvo-conduto não se liga câmera - de cinema ou de TV - lá em cima. Dificilmente a Globo faria qualquer reportagem numa favela sem a anuência do tráfico.
Todo mundo faz acordo com o tráfico. A começar pelo asfalto, que está pouco se lixando para o que acontece no morro e só reclama quando uma bala faz o caminho errado.

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Adeus, Visconde


André Valli (1945-2008).

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quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ianques, se mandem!


Bom, todo mundo já sabe que meia dúzia de filmes americanos estão ocupando mais ou menos 90% brasileiro. Não é papo nacionalista não, o novo Indiana Jones é o maior barato, mas monopólio não dá. Porém, eis que surge, dos escombros de 68, o nosso libertador, o bom e velho Che Guevara. Pois é, e com dólar na parada, já que "Personal Che", do brasileiro Douglas Duarte e da colombiana Adriana Mariño tem dinheiro americano também. O documentário ficou em terceiro lugar em ingressos por cópia no Brasil em sua primeira semana em cartaz. Com 753 ingressos por cópia, ficou atrás apenas de "Fim dos tempos" (com 1.166) e "O incrível Hulk" (com 783), batendo, entre outros, os blockbusters "A outra", "Sex & the city" e o próprio "Indiana Jones no reino da caveira de cristal". É também o único documentário entre os 20 mais assistidos. Na sua segunda semana, o filme vai passar de uma sala, no Rio de Janeiro, para cinco salas, no Rio e em São Paulo. Hasta siempre!

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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cachaça afrodisíaca


Hoje tem sacanagem em dose dupla no Cachaça Cinema Clube, às 21h, no Odeon. A sessão tem curadoria do pesquisador de cinema Remier Lion, que apresentou a sessão "David Cardoso meets Ludwig Von Papirus" no último Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, que será reprisada hoje no Odeon, às 21h. De Papirus passam "A verdadeira história de Bambi" (foto), melhor curta no Festival Mix Brasil 2004, e "Sexo na Casa Branca". De Cardoso, "Punks", episódio do longa "Caçadas eróticas", e o porno-terror "O pasteleiro", estrelado pela musa Alvamar Taddei.
Depois dos filmes tem cachaça Claudionor e festa com DJ Severo. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

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Só as sandálias magnéticas expulsam o demônio do corpo das pessoas...


...e trazem de volta a pessoa amada em dois dias. Vitória de Santo Antão, Pernambuco.

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terça-feira, 17 de junho de 2008

Princípios e incertezas


o princípio de incerteza foi também um dia o
nosso princípio




os dias são curtos demais ou muito longos
na falta de algo mais excitante
ela permuta os objetos
cajado látego ataúde
e o seu rosto transparente fica duro como antes




Escrita e imagem se conjugam no livro "Os corpos e os dias", da artista plástica e poeta Laura Erber.
Enquanto a escrita gira em torno de vestígios e dúvidas transitando por múltiplos registros (bilhetes, cartas, anotações, rubricas, escrita cinematográfica) as imagens falam da transformação dos corpos pela ação do tempo. Laura Erber faz deste livro um duplo espaço de experimentação - a idéia aqui não é explicar a imagem pela escrita, ou o contrário, mas provocar alguma tensão expressiva no contato entre linguagens. "Os corpos e os dias" foi escrito durante um período de residência como escritora na Akademie Schloss Solitude de Stuttgart, e editado primeiramente na Alemanha pela editora Merz-Solitude em 2006 com versão alemã do poeta Timo Berger.
O livro vai ser lançado amanhã, na Argumento do Leblon (Rua Dias Ferreira 417). A artista também vai apresentar uma videoinstalação.

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Fotodiário celular HK VI

Por Henrique Koifman


Semana passada, em vez de ficar engarrafado dentro do ônibus nosso de cada manhã, resolvi inverter o sentido da minha caminhada e fui a pé até o Largo do Machado e, dali, seguir de metrô para o Centro. As cinco primeiras fotos deste fotodiário são desse trajeto. A primeira é da calçada de pedras portuguesas do meu edifício, forrada com flores de "Unha de Vaca". Embaixo, mesa, raquete e bolinha, ainda no jardim do prédio. As flores também enfeitam a fachada do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) – se fosse criada em nossos tempos "politicamente corretos", é provável que a instituição fosse batizada como INEDA, com a deficiência auditiva substituindo a surdez, como se isso fizesse alguém ouvir melhor (ou ser menos descriminado). Bem em frente ao Instituto, a dona do chapéu, que é nossa vizinha, espera o sinal abrir para atravessar. Já o senhor do jornal está no Largo do Machado. Adiante, e já na hora do almoço, encontrei o anúncio da "penção" na Travessa do Comércio, a apenas uma quadra da vitrine em que estão essas xicrinhas, talvez por conta do Dia dos Namorados. Na mesma tarde, fui a uma reunião no edifício em que ficam essas escadas, da foto seguinte. Voltando para casa, da janela do ônibus, cliquei esse anúncio, na porta de um bar.

Os pimentões são da feira da General Glicério.

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segunda-feira, 16 de junho de 2008

A semana nos cineclubes


Amanhã, no Cine Mofo (Espaço Cultural Sylvio Monteiro, Rua Getúlio Vargas, 51, Centro, Nova Iguaçu), tem "Minha vida em cor-de-rosa" (10h), de Alain Berliner, "Quase normal" (14h), de Marc Moody, "Delicada atração" (16h), de Hettie MacDonald, "A Gaiola das Loucas" (18h), de Edouard Molinaro, e "Another gay movie" (20h), de Todd Stephens;
quarta-feira, às 19h, passa "São Paulo S/A" (foto), filmaço de Luis Sergio Person, no Cineclube Buraco do Getúlio (Espaço Na Encolha, Rua Manoel da Silva Falcão, 739, Califórnia, Nova Iguaçu);
e na quinta-feira tem "Colegas de quarto" (10h), de Alan Metzger, "Entre amigos" (14h), de Joe Mantello, "Tempestade de verão" (16h), de Marco Kreuzpaintner, "Todas as cores do amor" (18h),de Elizabeth Gill, e "A Bolha" (20h), de Eytan Fox, no Cine Mofo; e "Alma suburbana", às 18h, no Cineclube Sem Tela (Praça do Terço s/nº, Nova Brasília, Complexo do Alemão), com debate com a diretora Joana D'arc depois da sessão. Tudo com entrada franca.

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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Não vou ficar", Roberto Carlos




O Rei manda brasa na canção de Tim Maia, numa gravação da TV Tupi, de 1971. Bicho, devia ser proibido regravar música que esse cara cantou. O "Eu te amo, te amo, te amo" da Marisa Monte é um crime contra a Humanidade.

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Ches para todos os gostos


Che Guevara não é só o idolo da garotada de esquerda, nem simplesmente um assassino frio, como quer reduzi-lo a direita oportunista. Há muitos Ches por aí, e eles tanto podem estar estampando camisas de neonazistas alemães como estrelando musicais libaneses ou sendo cultuados como santos na Bolívia. O surpreendente "Personal Che" (Brasil/Colômbia/EUA), do brasileiro Douglas Duarte e da colombiana Adriana Mariño, que estréia hoje no Rio e em São Paulo percorre o mundo atrás deles, de Hong Kong a Cuba, passando pelos Estados Unidos. "Acho que isso acontece porque Che conversa com coisas muito anteriores a esquerda e direita. Heroísmo, carisma, beleza, idealismo, nenhuma dessas qualidades é de esquerda ou direita. É como debater se Jesus, Robin Hood ou Batman são de esquerda ou direita. Ainda entramos nessa discussão porque Che é uma figura relativamente recente e ainda nos lembramos de que foi um guerrilheiro latino-americano marxista. Mas imagine daqui a 500 anos. Se o rosto dele ainda estiver por aí, a ignorância sobre a história dele vai ser ainda maior e a criatividade para reinventá-la também", diz Douglas. Leia abaixo uma entrevista com o diretor e assista ao trailer aqui.

Como você teve a idéia de fazer o filme?
Em 2004 visitei a Bolí­via para produzir uma matéria para a TV NHK sobre como a trilha da guerrilha do Che havia se tornado uma atração turí­stica. Lá, encontrei os moleques de esquerda, com camisas de Che, querendo ver como seu í­dolo morreu. Conheci também o homem que capturou Che, general Gary Prado, para quem ele era um inimigo, um invasor. E também camponeses bolivianos que lhe pediam milagres. Voltei para o Brasil com três Ches na bagagem.

Como você conhece a Adriana Mariño e como nasceu a parceria?
Conheci ela logo depois de voltar da Bolí­via, num fórum de documentaristas na internet. Contei essa história e começamos a nos perguntar se não haveria mais Ches por aí e se isso poderia dar um filme. A partir daí­, passamos a pesquisar outras facetas inusitadas do mito. Trabalhamos durante um ano, ela em Bogotá, eu, no Rio, até nosso primeiro encontro, na Bolí­via, para filmar material para um curta que "venderia" a idéia do projeto, que já era bem grande nesse ponto: diversos países, diversas histórias se entrelaçando.

Como o filme foi viabilizado financeiramente?
Depois de pronto, começamos a mandar este curta para diversos possí­veis produtores e investidores. Três meses depois, a Skyview, uma produtora baseada em Miami dirigida por um colombiano e um equatoriano, decidiu se juntar a nós e investiu o orçamento total do filme.

Como vocês chegaram aos personagens?
De todas as formas imagináveis. Alguns encontramos pela internet. Outros foram sugeridos por amigos. Na Bolí­via, gastamos muita saliva fofocando em mercadinhos do interior e muita sola de sapato para encontrar bons devotos de San Che. E finalmente em Cuba, foi a persoagem que encontrou a equipe. Tínhamos planejado várias entrevistas, mas foi o taxista que nos levou de uma para outra, o Carlos, o personagem que rendeu. As primeiras imagens dele no filme foram gravadas menos de dois minutos depois de conhecê-lo, quando ele começou a falar coisas maravilhosas sobre sua visão de Che. Documetário tem desses acasos.

Por que os donos da loja americana têm a sua identidade protegida?
Eles não queriam ser filmados. Decidimos respeitar isso e proteger suas identidades, mas sem abrir mão da cena.

Qual é o seu personal Che?
O do filme!

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Quadrinhofilia no Rio e em Niterói


José Aguiar lança hoje, a partir das 19h, em Niterói, no Instituto Cultural Germânico (Avenida Sete de Setembro, 131) o livro "Quadrinhofilia" (Editora HQM), coletânea de histórias curtas de humor, terror, ficção-científica e erotismo publicadas nos dez últimos anos. No mesmo local, às 19h, será aberta uma exposição com originais do álbum e esboços. Na segunda-feira, Aguiar estará no Rio, a partir das 19h, na Livraria Dona Laura (na Casa de Cultura Laura Alvim, Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema), autografando o seu livro. Quem quiser conhecer mais do trabalho do artista, pode visitar o seu blog de notícias e o Quadrinhofilia, onde dá pra acompanhar andamento do projeto "Reisetagebuch - Uma viagem ilustrada pela Alemanha", além de conhecer curiosidades sobre o povo alemão, além do seu site oficial.

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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sessão da Tarde: Especial Pseudo Pictures


Pseudo Pictures é o nome da fantasia de um agrupamento de amigos da ECO-UFRJ que estudavam jornalismo ou publicidade nos anos 80, mas que queriam mesmo era fazer cinema. Só que fazer cinema era muito caro.
Naquela época a moda era fazer vídeo, mas eles achavam que isso era viadagem e/ou picaretagem e usavam uma câmera VHS para fazer filmes de gênero.
Só três deles ficaram prontos. A Zé Pereira apresenta os dois primeiros abaixo, ambos rodados em preto-e-branco.


"Caçada implacável" (1985) é uma perseguição num prédio abandonado em atmosfera noir. O filme ganhou os prêmios do júri popular e de melhor fotografia da I Semana do Vídeo Independente e foi selecionado para o II FetRio - aquele festival do Hotel Nacional.


Caçada implacável - Parte 1



Caçada implacável - Parte 2



"Capitão Eléctron contra a Ameaça Venusiana" (1986) é um filme de super-herói à moda antiga, mudo, com entretítulos e música de piano. Competiu no RioCine Festival e fez grande sucesso no circuito carioca de vídeo da época - sim, existiu isso. O produtor espanhol Cormac Regan o descreveu como "Muito freak! Un mix de Murnau, film japones dos anos 60 con superheroe e a Amenaza Venusiana es Darth Vader vestido como o asesino de 'Scream'!" (N. do R.: na verdade, a roupa do vilão extraterrestre foi inspirada na da Morte de "O sétimo selo", de Bergman; "Scream", "Pânico", ainda não tinha sido rodado em 1986).


Capitão Eléctron contra a Ameaça Venusiana - Parte 1



Capitão Eléctron contra a Ameaça Venusiana - Parte 2



P.S.: a foto no alto é de Edmundo Barreiros.

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terça-feira, 10 de junho de 2008

TV Palito


Rei das lonas culturais do subúrbio carioca, Marco Palito começa a estender os seus domínios. Hoje, ele é o convidado especial do "Procurando quem?", programa estrelado e dirigido por Rodrigo Bittencourt e produzido por Mariza Leão, que vai ao ar às 21h, no Canal Brasil - com reprise na quinta-feira, às 16h, e no sábado, às 12:30h. É com indisfarçável orgulho que a gente diz que Rodrigo e Mariza conheceram o humorista graças aos perfil dele publicado na Zé Pereira número 2, que também lhe rendeu um contrato de roteirista do "Zorra Total", da Rede Globo.
Aproveitando a deixa, a gente publica a trovinha Marcão mandou pro site:

Aos Zés

Ao Zé preguiça
Ao Zé que faz
Ao Zé com samba no pé
Ao Zé do jazz
Ao Zé que jaz

Ao Exército de Zés
São Zé, Seu zé
Ao Zé Mané
Ao Zé pilantra
Ao Zé Pilintra
Zé malandro Zé ruela
da quitanda e da esquina

Aos Zés que são Zecas
O do trombone
E o baleiro
Aos Zés de Jackson
Que é Zé e é do pandeiro

Ao Zés cansados
Aos Zés animados
Zezinho de Hugo e Luiz
Zé Carioca
Ih! O Zé de Drummond
E agora?
Tudo bem

Ainda tem
Zé Kéti, Zequinha
Zé Pereira
Zé de Alencar
Zé do Patrocínio
Zé Ninguém

Aos Zés de alguém
de Joana de Samanta
De Zefinha de Zélia e de Zezé
E pra terminar porque...
Zé do Caixão vai te filmar
E Zé Maria pode nos chamar
Com todo respeito
Aos que não estão aqui
Zé fini.

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Fotodiário celular HK V

Por Henrique Koifman


Tenho aproveitado o clima mais ameno do outono carioca e, de vez em quando, volto a pé do trabalho para casa. Costumo sair do Centro entre 18h e 19h e, sem muita pressa, em 50 minutos estou em casa, em Laranjeiras. São do percurso as imagens dessa edição.

A primeira é do prédio da delegacia, na esquina da Rua do Catete com Pedro Américo. A segunda e a terceira foram registradas na Rua da Lapa, cheia de bares, depósitos, brechós, camelôs e hospedarias: com personagens bem interessantes. Pausa para um chope.

O barzão iluminado fica na Glória, quase Catete. O Palácio do Catete, aliás, tem esse pipoqueiro aí na porta, diariamente. Andando mais um pouco, passo por outros tantos bares e lanchonetes – como essa aí, que de tanta luz, ficou meio impressionista. Era segunda, Dia das Almas, e a lateral da igreja do Largo do Machado estava iluminada por velas e saudades.

O interruptor é do hall do edifício onde moro.

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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Credibilidade zero


Patrícia Kogut deu nota dez para "A favorita", novela da Rede Globo, e nota zero para "Os mutantes", da Record, em sua coluna Controle Remoto, na Revista da TV do jornal "O Globo" de ontem. A colunista pode até ter razão, mas o fato é que a boa audiência da novela da emissora rival vem incomodando o pessoal do Projac. Não basta à mulher de César ser honesta, ela tem que parecer honesta também.

Também ontem, no Segundo Caderno, uma reportagem sobre o pouco acesso dos jovens a bens culturais foi ilustrada com esta foto aí em cima - moradores da Cidade de Deus segurando DVDs de filmes da Globo Filmes. Ou é alguma mensagem subliminar - tipo "só dão porcaria pro pessoal da periferia" ou "isso aqui é um house organ mesmo" - ou o suplemento cultural do "Globo" agora faz mershandising jornalístico.

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A semana nos cineclubes


Hoje, às 19h, tem Sessão Parece... Mas Não É!, com os filmes "Iraq, Pre-War" (extra do filme "Fahrenheit 11/09", de Michael Moore), "Sanduíche" (foto), de Jorge Furtado, "Alguma coisa assim", de Esmir Filho, e um filme surpresa no Cineclube Buraco do Getúlio (Ananias Bar, Rua Floresta Miranda, 48, Centro, Nova Iguaçu);

na quinta-feira, às 13:30h, rolam "Carlitos faceiro", "Laços de paz" e "Dia de estréia", de Charles Chaplin, e "O amigo invisível", de Maria Letícia, no Sua Escola No Cineclube (Sesc Ramos, Rua Teixeira Franco, 38);

sexta-feira, às 13h, tem "O caminho para casa", de Zhang Yimou, no Cineclube Ankito (CEFET Química de Nilópolis, Rua Lúcio Tavares, 1045, Centro);

e no sábado, às 13:30h, passam "Slugs – Morte viscosa", de Juan Piquer Simon, e "Pague para entrar, reze para sair", de Tobe Hopper, no Cineclube Phobus (Sala de vídeo do SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539). Tudo com entrada franca.

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sábado, 7 de junho de 2008

Noites transarmônicas de Velasco Broca


Por Eduardo Souza Lima

Velasco Broca é o tipo de maluco que só podia ter vindo da Espanha. Ele pode ser conhecido como o David Lynch de Amurrio, mas a sua obra tem parentesco direto com a do compatriota Luis Buñuel. Conheci o seu trabalho no Curta-SE, em Aracaju. Pirei com "Avant Petalos Grillados" (foto acima, que parece que passou no RioFan) também, curta-metragem de ficção científica experimental que depois fiquei sabendo ser parte de uma trilogia, "Echos Der Buchrücken", toda rodada em 16mm e em preto-e-branco. Seu produtor, Cormac Regan, esteve lá e me deu um DVD com a obra completa do cara (que você pode até comprar no site da distribuidora independente Cameo, mas é em sistema PAL) e contou que eles esatavam querendo fazer co-produções com o Brasil - se eu tivesse grana, não pensava duas vezes.



Além de Buñuel, tem muito de Jean Cocteau, ficção científica dos anos 50 e algo de Robert Bresson em seu trabalho também. Nascido em 1978, em Amurrio, província de Álava, comunidade autônoma do País Basco, Broca começou sua carreira em 1996, com o curta "Footsy", um troço esquisito rodado em Super-8. Em 2000, rodou "Kinky Hoodoo Voodoo" (que você pode ver abaixo), o primeiro da trilogia "Echos Der Buchrücken" que já trazia as principais características de sua filmografia: folclore espanhol, fetichismo, extraterrestres e enquadramentos ousados.


Kinky Hoodoo Voodoo



No ano seguinte, também em 16mm, fez "La Costra Láctea" (abaixo), uma mistura de aula de educação sexual para adolescentes com invasão extraterrestre. É o mais fraco dos três, mas tem seqüências instigantes.


La Costra Láctea



Em 2003 ele se arriscou na TV com a série "Las aventuras galácticas de Jaime de Funes y Arancha", inspirada nos quadrinhos que fez (com o pseudônimo de Blasco de Gamma) com Edgar Ansgarde. Aparentemente não deu em nada, mas sobrou o piloto aí embaixo. Dessa vez, Broca partiu para o humor escrachado - mas inteligente - e uma estética ainda mais trash.


Las aventuras galácticas de Jaime de Funes y Arancha



"Avant Petalos Grillados", do ano passado, é a sua obra-prima (ver o trailer aqui). O filme foi primeiro curta-metragem espanhol selecionado em 36 anos para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e levou o Grande Prêmio do Júri do Slamdance. Ao que parece, Broca teve que engavetar o projeto do longa-metragem "Noches transarmónicas", inspirado em Phlip K. Dick e atualmente trabalha em outro, "Aurora e Imperio", enquanto toca o seu selo de música eletrônica experimental Batan Bruits. Você pode assistir aqui a uma entrevista do Space Ghost com o diretor. Nada mais adequado.

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Filha de peixe


A animação "O Sol e a Chuva", Laura Bezerra Lima, de 8 anos, filha do diretor Luiz Claudio Lima (de "Alma suburbana"), foi classificada para a mostra Futuro Animador do Anima Mundi 2008 e para a mostra competitiva do Festival de Cinema Infantil de Florianópolis. Parabéns.

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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Cachorro doido


Já estão abertas as inscrições para o 2º Perro Loco – Festival de Cinema Universitário Latino-americano, promovido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que acontece 4 a 9 de novembro, no Campus Samambaia. Regulamento e etc. no site do evento.

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Lata nova


Você nunca mais verá "Robocop" da mesma forma depois de ouvir o debate sobre o filme de Paul Verhoeven promovido por Luiz Henriques no seu Urublog, com a participação dos jornalistas Arnaldo Bloch e Luiz Bello e os filósofos Silvia Rabaça e Antônio Rogério da Silva.

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Às vezes fico pensando...




...se faz alguma diferença eu fechar o chuveiro enquanto me ensabôo.

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A alma da América


"Não devo mudar. É por isso que as pessoas pagam para me ver", diz Buffalo Bill (Paul Newman) no esforço de revisão histórica da conquista do oeste americano de Robert Altman - esforço que rendeu também filmes como "O Pequeno Grande Homem" (1970), de Arthur Penn, e "Um homem chamado Cavalo" (1970), de Elliot Silverstein. Mas "Buffalo Bill" ("Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull's History lesson", 1976), que passa hoje e amanhã, às 17h, no CCBB, na retrospectiva da obra do diretor, como um bom filme de Altman também é um retrato bastante crítico do espírito americano.

William Frederick Cody (1846-1917), aventureiro norte-americano que entrou para a História como um homem tolerante que lutou pela co-existência pacífica entre brancos e índios. Baseado numa peça de Arthur L. Kopit e produzido pelo italiano Dino de Laurentiis, o filme mostra um Buffalo Bill etnocêntrico, alcoólatra, dado a ataques de cólera, vaidoso - usava peruca, pois queria ter cabelos "longos como os do General Custer" -, um sujeito pouco inteligente e excêntrico, com uma queda irresistível por cantoras de ópera. À frente do seu próprio circo, o Buffalo Bill's Wild West Show, cercado por um séquito de bajuladores, ele exagera os seus feitos e vende as suas próprias história e ideologia. Assim como o seu público, acredita na lenda que forjou para si. É confrontado com os seus valores com a chegada do Chefe Touro Sentado (Frank Kaquitts) à sua companhia, mas não o suficiente para uma tomada de cosnciência definitiva, como deixa bem claro o desfecho da história.

Altman ainda capricha no tom de deboche, fazendo de "Buffalo Bill" um filme exemplar de sua obra. Não à toa ele não era benquisto por boa parte de seus conterrâneos, ele fazia questionamentos que não interessavam ao status quo. Tem muito cineasta que posa de subversivo, mas que na hora agá defende os valores americanos e no fundo acreditam em Destino Manifesto. Não são muitos os que têm o peito que ele tinha.

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