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domingo, 30 de setembro de 2007

Amanhã tem barqueata pela despoluição da Baía de Guanabara

PESCADORES DA BAIA DE GUANABARA FAZEM BARQUEATA DIA 1 DE OUTUBRO PELA
DESPOLUIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA E CONTRA CRIMINALIZAÇÃO DES TES
TRABALHADORES PELA SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE E O IBAMA

Secretário Estadual de Meio Ambiente, carlos minc, e Ibama são alvo do
protesto dos pescadores por tentar prender pescadores numa tentativa de
criminalização destes trabalhadores(as)


PESCADORES/AS DA BAÍA DE GUANABARA:
ESTAMOS CONVOCANDO A PARTICIPAREM DA BARQUEATA QUE SERÁ REALIZADA NO
PRÓXIMO DIA 01 DE OUTUBRO DE 2007, EM DEFESA DOS NOSSOS DIREITOS E DA
NOSSA BAIA DE GUANABARA.

NÓS PESCADORES, NÃO ESTAMOS RECEBENDO O RESPEITO DEVIDO COMO
TRABALHADORES E CHEFES DE FAMILIA.

PARA ESCLARECIMENTO, O INTUITO DESTA BARQUEATA PACIFICA É:

AO IBAMA / FEEMA:

1º - EXIGIR QUE ESTES ORGÃOS FORNEÇAM AS LICENÇAS PARA OS PESCADORES
QUE HÁ MAIS 25 ANOS ESTÃO ESPERANDO, ENQUANTO ISSO AS LICENÇAS SÓ ESTÃO
SENDO DADAS AS PETROLIFERAS PARA POLUIREM MAIS A NOSSA BAIA DE
GUANABARA, E O SECRETARIO DO MEIO CARLOS MINC AMBIENTE SEM NENHUM PUDOR SAI
PARA PRENDER PESCADOR, QUE TRABALHA SEM LICENÇA POR QUE SÃO NEGADAS.

2º - EXIGIR DO IBAMA E DA SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE QUE
DEIXEM DE NOS TRATAR COMO MARGINAIS.

3º - REVISÃO DAS LICENÇAS DADAS AS PETROLIFERAS E REALOCAÇÃO DOS NOVOS
TERMINAIS QUE ESTÃO SENDO CONSTRUIDOS, QUE ELES SIM SÃO POTENCIALMENTE
POLUIDORES.

4º - GARANTIR QUE NOSSAS GERAÇÕES FUTURAS POSSAM TRABALHAR E USUFRUIR
DESTE BEM PÚBLICO, QUE O GOVERNO INSISTE EM LEILOAR E LOTEAR.

AO PRESIDENTE DA REPUBLICA LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

PELO CUMPRIMENTO DA PROMESSA DE CAMPANHA QUE A SEAP SERIA DIRIGIDA POR
REPRESENTANTES LEGITIMOS DA PESCA INDICADOS PELO SETOR, E NÃO POR
IMPOSIÇÃO PARTIDÁRIA,
POIS ESTA IMPOSIÇÃO SOMADA FALTA DE CONHECIMENTO DESSES BUROCRATAS EM
RELAÇÃO A ATIVIDADE DE PESCA, TEM CAUSADO MUITOS TRANSTORNO.

A PETROBRAS E AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COBRAR JUNTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA E A PETROBRAS O DESFECHO DO
PROCESSO DE INDENIZAÇÃO DOS PESCADORES PELO VAZAMENTO DE ÓLEO CAUSADO PELA
PETROBRAS EM JANEIRO DE 2000 QUE VEM SE ARRASTANDO A MAIS DE SETE ANOS.

LOCAL DE ENCONTRO:
7:00 DA MANHÂ NO DOLFO DA SUZANO PETROQUÍMICA - PERTO DO BOQUEIRÃO

8:00 SAÍDA DO DOLFO DA SUZANO PETROQUÍMICA - COM O COMEÇO DA
BARQUEATA,

1º - PASSANDO PELA PONTE DO BARÃO, ENVOLTA DA ILHA D'ÁGUA
2º - PASSANDO PELA ILHA D'ÁGUA EM RUMO A PRAÇA XV
3º - CONCENTRAÇÃO PRAÇA XV COM MANIFESTAÇÃO EM FRENTE AO IBAMA, DEPOIS
ALERJ E FINAL TRIBUNAL DE JUSTIÇA
4º - ENCERRAMENTO DA MANIFESTAÇÃO E DA BARQUEATA

ORGANIZAÇÃO
FEPERJ: FEDERAÇÃO DE PESCADORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COLÔNIAS DE PESCADORES Z-8, Z-9, Z-10, Z11 E Z-12
ASSOCIAÇÕES DE PESCADORES DA BAIA DE GUANABARA E ADJACENCIAS
COOPERATIVAS DE PESCADORES DA BAIA DE GUANABARA E ADJACENCIAS

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O fundo do poço

Quando a gente acha que chegou lá, descobre que o Wagner Montes pode ser o próximo prefeito, vê "O Dia" exaltando a moda da caveira e a "Veja", o macarthismo.

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A segurança que a sociedade quer

Por Patrícia Rocha

O comandante-geral da PM, Ubiratan Ângelo, afirmou no debate sobre o "Tropa de elite" do jornal "O Globo", que a corrupção policial e a violência da corporação são as que a sociedade escolheu.

Tenho um amigo que teve seu carro roubado e passou a semana procurando por ele pelas delegacias. Quase uma semana depois, fizeram chegar até ele que o ladrão de seu carro havia sido preso e que ele poderia ter seu carro de volta pagando R$ 1.000,00 à polícia para que esta solte o ladrão, que, livre, devolveria então o carro para ele.

Meu amigo comprou seu carrinho recentemente. Ele é um batalhador e conseguiu comprá-lo por R$ 4.000,00. Não é o tipo de pessoa que consiga levantar R$ 1.000,00 com um estalar de dedos. Mora numa comunidade pobre (que inclusive já serviu de cativeiro quando eu sofri um seqüestro relâmpago). Está construindo sua casa lá há anos. Um brasileiro extremamente simples, honesto e esforçado e que agora está refém de um ladrão de carro e de uma polícia corrupta - 10 anos depois do ano em que acontece a história do "Tropa de elite". Será que meu amigo quer a corrupção policial e a violência da corporação como a sociedade a que o senhor Ubiratan Ângelo se refere?

O pai de uma amiga foi assassinado chegando em casa na região oceânica de niterói na noite de quinta-feira. Há três meses sua casa foi assaltada e levaram tudo. Seu pai não se mudou após a violência. Teoricamente os bandidos que realizaram o roubo estariam presos. Mas não existe mais certeza sobre esse fato. É possível que estejam soltos, quem sabe? Será que minha amiga quer a corrupção policial e a violência da corporação como a sociedade a que o senhor Ubiratan Ângelo se refere? Será que o pai da minha amiga fazia parte dessa sociedade?

Se meu amigo pagar pela saída do ladrão e pelo seu carro de volta estará conscientemente colocando um criminoso na rua. Se não pagar, ficará marcado e temerá a saída do sujeito - visto as relações cordiais com seus amigos policiais - que pode muito bem dar a ele um fim como teve o pai da minha amiga.

Ubiratan Ângelo afirma que "inexiste a corrupção sem a participação do servidor público e da sociedade". No caso do meu amigo, ele tem a opção "não participar?" e pagar (no sentido figurado) pra ver o que acontece?

Estou lendo sobre as torturas na época da ditadura e imagino o terror psicológico pelo qual passou quem viveu essa atrocidade. Acho que o sentimento não é muito diferente do que passam os cidadãos no Rio de Janeiro e região metropolitana hoje. Há um ano, perdi um amigo insubstituível num assalto a seu carro na zona norte num caso que ficou nacionalmente conhecido e a violência por lá não parece ter mudado depois disso, pelo que acompanho.

A repressão à violência no Rio tem seus reflexos na falta de segurança de Niterói e São Gonçalo e não existe nem a promessa de melhoria pro lado de lá da ponte. Não existe segurança e somos forçados a viver em estado de paz para não enlouquecer, mas vivemos a ditadura da corrupção e da violência. E toda vez que cada carioca, cada brasileiro for conivente com a corrupção e a violência (não só na esfera da relação com a polícia, mas) nos pequenos atos do seu dia a dia, estará dando argumentos ao inimigo num debate que na real não resolve nada e só prolonga a falta de atitude diante do estado de crise moral que este país vive.

Se não houver uma mudança substancial da corporação policial e da sociedade como um todo, continuaremos reféns - e ao mesmo tempo algozes (de nós mesmos) - nessa nova ditadura.

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Paraíso tropical

A Globo esconde isso

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u331847.shtml

e não fala de outra coisa

http://extra.globo.com/lazer/materias/2007/09/27/297905793.asp

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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Punição para os crimes de colarinho verde já!

Por Eduardo Souza Lima

Está na capa do "Jornal do Brasil" de hoje: o coronel Lício Ribeiro Maciel disse que vai responder a bala caso tenha que depor sobre os crimes que teria cometido no Araguaia. Em outros países do mundo, torturadores ou estão respondendo processso ou estão atrás das grades. Aqui eles se julgam acima da Lei. Vamos ver o que vai fazer o nosso ministro da Defesa, que adora bancar o macho.

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terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pois é

"O primo Basílio" patina nos 700 mil espectadores. Cadê o campeão de bilheteria alardeado pelo Globo? A expectativa era de pelo menos 1,5 milhão.
Falando em pitonisas do mercado, elas também davam como certo o sucesso de "Cidade dos homens", inspirado na série da Globo, e o filme fracassou. Tem gente que acha sabe o que se passa na cabeça do público. Quer dizer, acha nada, mas engana uns trouxas por aí com essa conversa fiada.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Festival do Rio

O cinema tem tomado nosso tempo, por isso este blog aqui não tem sido atualizado como deveria. Mas em http://revistazepereira.com.br/festivaldorio2007 tem notícia fresca toda hora.

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Mano Brown no "Roda viva"

Imperdível, gente, já que o líder dos Racionais MC's não costuma dar entrevistas para a TV. O programa passa hoje na TVE, a partir das 22:40h. O programa ao vivo será conduzido pelo jornalista Paulo Markun e os entrevistadores serão Maria Rita Kehl (psicanalista), Paulo Lins (escritor, professor de literatura e roteirista de cinema), Renato Lombardi (comentarista da TV Cultura), Ricardo Franca Cruz (editor-chefe da revista "Rolling Stone Brasil"), José Nêumane (editorialista do "Jornal da Tarde" e comentarista da Jovem Pan e SBT).

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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Migalhas da corte


Por Adriana Nolasco

Mais um ISS que vai, mais projetos que ficam - a ver navios, numa homenagem ao tema do mencionado edital, os 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, docemente imposto por nosso Czar para o Biênio 2007/2008. Cada povo tem o Czar que merece. Estamos falando do edital da Lei 1940/92 ou Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Não quero chorar a clássica mágoa de quem não foi selecionado, mas meus projetos não foram selecionados mesmo. Minha produtora já aprovou dois projetos e conseguiu captar pra um que tá rolando no momento. As particularidades desse processo, também impagáveis por qualquer patrocínio, só vou poder expor quando acabar o filme, por motivos que vocês já devem imaginar.
Falar do edital do ano passado é chover no molhado, já que esse ano parece tudo reprise do Manoel Carlos. Aproveito então para tecer considerações sobre o ano corrente, já que a cada novo exercício fiscal chovem motivos, mas minguam os comentários. Há sempre ganhadores e perdedores, isso a gente já sabe, o problema é o critério que, nesse caso, parece ser o obscurantismo pleno.
Pra começar, poucos devem ter tido acesso a essa informação, mas nosso Czar, nos quarenta e cinco do segundo tempo, dias antes do fechamento da data limite do edital, liberou geral o tema dos projetos, antes obrigados a falar das coxinhas de D. João. A cada canetada do nosso prefeito, uma profusão de perguntas surge apressada. Na última hora? Por que? Alguém avisou? Segundo capítulo: no dia anterior à data estipulada para cadastramento dos patrocinadores no site indicado, os campos para preeenchimento do cadastro já estavam liberados, apesar do edital mencionar que só poderiam ser acessados no dia seguinte às 9h. O segredo é a alma do negócio. No dia seguinte às 9h: em menos de trinta segundos, tempo quase impossível para preencher o tal formulário, o dinheiro destinado à isenção fiscal já tinha acabado. Dessa vez nós produtores conseguimos articular uma mínima ação em conjunto e telefonemas choveram nos gabinetes municipais. Alguma coisa aconteceu: pediram desculpas, botaram a culpa no departamento de informática, marcaram nova data, publicaram de novo no DO. Após uma ano de trabalho duro formatando sonhos no mais novo modelo burocrático, não é um atrasinho à toa que vai demover nossa fé de desesperados.
Mas vamos aos resultados: and the Oscar goes to… Pros poucos projetos em vídeo e cinema, a glosa só fez aumentar. Pequenas merrecas distribuídas com parcimônia. Na área de artes plásticas um projeto chamado "Mulheres Reais", de R$ 2.000.000,00, quase nenhuma glosa. Imagino o Rio Sul embrulhado em banners gigantes com mulheres de verdade, preenchidas de botox e silicone. Interessante a arte contemporânea. Já ia me esquecendo: uma surpresa na área de cinema, um filme chamado "Polaróides Urbanas" da Filmes do Equador. Sabe quem é o diretor? Ele dirigiu "Império". Falar em impérios me leva a observar também que a maioria dos projetos continua sob a batuta da Corte portuguesa. Essa cidade tá realmente precisando revisar sua história.
Não preciso nem dizer que nenhum amigo e nem ao menos um conhecido foi selecionado. Pra não ser injusta fica a alegria de informar que a galera do Beco do Rato e do Cinemaneiro emplacaram uma das merrecas distribuídas. Mas o melhor é ver com os próprios olhos. Vai no site do Diário Oficial do Rio de Janeiro, escolhe o dia 20, clica em publicações a pedido, quando carregar a página volte duas atrás e ache o título "Comissão Carioca de Promoção Cultural". Dê um breve passeio e veja que em 2008 nós ouviremos muita música na igreja e nos CDs comemorativos dos 200 anos série I e II, saberemos ainda mais coisas sobre D. João e suas peripécias na casa de banho, na hora do chá, no Jardim Botânico, na chegada, na aclamação, conheceremos sua galeota, seus tesouros e até uma realeza virtual – inclusão digital é isso aí -, levaremos óperas no bolso, pularemos carnaval com as escolas de samba mirins ao som do samba da corte, veremos também as tais polaróides urbanas e conheceremos mulheres reais.
Promete ser um ano e tanto.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Jabor e a cachorrada

Com cara de profundo desapontamento, William Waack foi obrigado a dar no "Jornal da Globo" a péssima notícia - para os seus patrões - de que, pela primeira vez em 15 anos, o indicador de miséria do país havia caído para um patamar inferior a 20% da população. Era noite de soltar o pitbull da emissora, mas como não havia nenhum Renan para morder, Arnaldo Jabor ficou mais perdido do que cachorro quando cai de caminhão de mudança. Sem ter nenhuma razão evidente para falar mal do governo, o ex-cineasta e autodenominado jornalista - e aí, sindicato? - resolveu chutar cachorro morto: o nazismo. Entre várias declarações bombásticas, espumando como sempre, Jabor disse que os nazistas eram desalmados. Pobre cão sem dono. Mais algumas boas notícias como esta e ele vai perder a função na emissora e, conseqüentemente, o emprego. Daí só vai sobrar para o coitadinho ganhar alguns milhões fazendo outro filme passado num único cenário e com apenas um casal em cena - feito com dinheiro público, é evidente.

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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Síndrome de Ricúpero

Saiu na "Folha de S. Paulo", mas bem escondidinho:

Pesquisa revela diminuição do índice de pobreza


Os reajustes do salário mínimo e o Bolsa Família ajudaram a derrubar, pela primeira vez em 15 anos, o indicador de miséria do País para um patamar inferior a 20% da população. De acordo com pesquisa a ser divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice de miséria atingiu no ano passado 19,31%, contra 22,77% registrados em 2005. Com isso, 6,5 milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis. Ainda assim, o total de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza continua elevado: 36,1 milhões. De acordo com os cálculos da FGV, a forte redução de 15% na miséria em 2006 é a maior já registrada em um único ano. Desde 1992, a quantidade de miseráveis foi reduzida em 45%. Os cálculos têm como base os dados da Pesquisa por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada na última sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Intitulado Miséria, desigualdade e políticas de renda: o Real do Lula, o estudo assinado pelo economista Marcelo Neri mostrará ainda a melhora na distribuição de renda no Brasil. As políticas sociais do atual governo também tiveram forte impacto na redução da miséria.

Redução da pobreza - De acordo com a pesquisa da FGV, são consideradas miseráveis as pessoas cuja renda é insuficiente para comprar uma cesta de alimentos que garanta a ingestão diária de 2.228 calorias, padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Mershandising



Foto de Luiz Henriques

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terça-feira, 18 de setembro de 2007

A lenda da TV sem cabeça

A Globo está passando neste exato momento, pela ducentésima vez neste século - no passado foram mais umas 800 -, "Good Burger", comédia americana Z. A maior lenda urbana da paróquia é essa história de que a TV brasileira é a melhor do mundo. Não à toa, essa conversa fiada nasceu na época do "Brasil gigante".

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Deu no blog do Luís Nassif

O ping pong de "O Globo"


Página 3: "Governo exclui 4.076 beneficiários da Bolsa Família"

4.076 excluídos por não cumprir as contrapartidas de educação e saúde durante cinco períodos consecutivos de fiscalização.
Irá suspender por dois meses o pagamento a 31.226 famílias, além de bloquear 50.017 repasses por 30 dias e advertir 166.585 beneficiários.

Página 4: Coluna do Merval

"Ressaltei (na Bienal do Livro) o lado eleitoreiro do programa Bolsa Família que não tem as condicionalidades, especialmente a frequência escolar, devidamente monitoradas" .



A gente diria que estão batendo cabeça no Globo caso acreditássemos que há alguma cabeça pensante por trás do jornal.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

"Tropa de elite 3"

Os camelôs estavam vendendo a R$ 7 na Estrada do Portela, em Madureira. Diziam que era mais violento e tinha mais ação do que o primeiro. Mas é claro que não é a continuação do filme de José Padilha, assim como não era o 2 - na verdade, o documentário "Notícias de uma guerra particular" - e não tem nada a ver com ele. Parece que é um vídeo feito por um PM - não tem ficha técnica, mas é dedicado a um certo sargento Tavares, do 7º BPM - e mistura seqüências encenadas com cenas documentais - e é até bem feito, embora às vezes resvale no trash. Mas pode ser também um apanhado de filmetes de internet, pois o DVD é feito de esquetes curtos - que ora são experimentais, ora didáticos. Tudo muito bizarro e assustador. Parece que criamos um novo subgênero cinematográfico, o filme snuff sobre a guerra do tráfico. A coisa tá mais feia do que imaginávamos. Nesses links aí embaixo dá pra ver alguma coisa.

http://www.flurl.com/uploaded/brazil_10258.html

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=179114&tags=bope

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O site da Zé Pereira foi atualizado

Nesta edição:
"Urubucamelô", curta-metragem de Fernando Gerheim, na Cinemateca Zé Pereira;
"Eu falo", poema de Patrícia Evans;
"Largo das Neves", por Ana Reding e Isabelle Cabral, com fotos de Rodrigo Miguez e ilustrações de Jano;
"A palhinha do Armando Furtado", em podcast, e Marco Palito e o Bonequinho Vil no YouTube;
um papo com Nelson Pereira dos Santos;
os contos "Tempo de crise", de Machado de Assis, e "Fogos", de Marcelo Moutinho, na seção Crônicas do Rio;
"A inteligência em mãos erradas", na coluna Mal Necessário Online, de Arnaldo Branco;
causos do Barão de Itararé, por Luís Pimentel;
uma entrevista com Joaquim José Pereira, modelo da capa da revista # 2;
o primeiro capítulo do folhetim "As aventuras de um Zé Pereira";
o segundo capítulo da série "Maracatron", de Toinho Castro;
as reportagens da revista "Negócio cabeludo", de Patrícia Rocha e Beto Roma, sobre o comércio de cabelo humano na Praça Tiradentes, e "Perto do último ato", de Luiz Bello, sobre a disputa judicial entre o Canecão e a UFRJ;
e a republicação da HQ "Seu Pacheco e as vozes", de Patati e Allan Alex.
Por favor, divulguem

www.revistazepereira.com.br

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Só uma perguntinha:

Quando a gente vai botar essa corja pra correr? (democraticamente, é claro)

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Como disse certa vez o Betinho:

"Um dia vão me pegar por ultrapassar o sinal vermelho."

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Na próxima encarnação compre um silenciador

Deu no blog do Ricardo Noblat - 12.9.2007| 17h50m (o título acima é nosso)

Renan intimidou senadores

- Senadora Heloísa Helena. A senhora sonegou o pagamento de impostos em Alagoas. Deve mais de R$ 1 milhão. Tenho um documento aqui que prova isso. E nem por isso eu o usei contra a senhora - disparou
Renan Calheiros ao se defender da tribuna do Senado pouco antes de ser absolvido pela maioria dos seus pares.
- É mentira, mentira - gritou a presidente do PSOL sentada no meio do plenário. Pouco antes, ela subira à tribuna para atuar como advogada de acusação.
Renan não deu bola para a reação de Heloísa. Em seguida, virou-se para Jefferson Perez (PDT-AM) e comentou:
- Veja bem, senador Jefferson Perez. Eu poderia ter contratado a Mônica [Veloso, ex-amante dele] como funcionária do meu gabinete. Mas não o fiz.
Perez nada disse. Ouviu calado.
Então foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Renan disse
olhando diretamente para ele:
- A Mônica Veloso tem uma produtora. Eu poderia ter contratado a produtora dela para fazer um filmete e pendurar a conta na Secretaria de Comunicação do Senado. Eu não fiz isso.
Simon ouviu calado.
Registre-se que o clima de intimidação dos senadores começou a ser criado logo no início da sessão quando discursou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Ele foi o primeiro a falar.
Duas pérolas produzidas por Dornellles:
- Crime tributário não é causa para quebra de decoro.
- Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores. Porque muitos aqui têm problemas fiscais.
Dornelles foi secretário da Receita Federal no governo de João Figueiredo, o último general-residente da ditadura de 1964. E depois foi ministro da Fazenda do governo José Sarney.

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40 a 35

Pois é, galera, foi rebate falso. Prevaleceu mais uma vez a honra entre ladrões.

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Nossa imprensa isenta e imparcial

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=449IMQ001

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A dona cega

Vamos ver se o país da anistia ampla, geral e irrestrita, que deixou fora da jaula um monte de torturadores, assassinos e estupradores covardes da ditadura e seus cúmplices consegue fazer um tiquinho de Justiça hoje no Senado.

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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A Zé Pereira # 2

Já pode ser encontrada hoje, com exclusividade, na Banca do Franco (Rua do Catete com Buarque de Macedo) e na Beta de Aquarius (Buarque de Macedo, 72), além da Cinemathéque, mais tarde.

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domingo, 9 de setembro de 2007

Mais pirataria

Artigos do Segundo Caderno do "Globo" de hoje, na página Logo, editada por Arnaldo Bloch, ecoam o post "Pirataria e cinema brasileiro", publicado aqui em 30 de agosto, sobre um texto escrito pelo diretor de "Tropa de elite", José Padilha, no referido jornal. Os articulistas Luiz Henriques e Rodrigo Fonseca - aliás, dois colaboradores da Zé Pereira - levantam novas questões sobre o tema, o que é sinal de que o assunto realmente renderia um debate bem mais amplo do que se poderia supor a partir do artigo de Padilha. (infelizmente não dá mais para ler de graça a versão impressa do "Globo" na internet.) Só queríamos fazer um reparo: em momento algum defendemos a pirataria, que é uma prática ilegal - conforme faz crer o texto de Fonseca. Usamos o tema para discutir as relações entre bens culturais produzidos por dinheiro público e o público propriamente dito. E continuamos acreditando que ninguém, além do produtor do filme e do mais insano dos fãs, tem a ganhar se "Homem-Aranha 3" faz 30 milhões de espectadores no Brasil em vez de três. Fizesse ele 30 milhões, "Homem-Aranha 4" ocuparia todo o circuto quando aqui fosse lançado em vez de "apenas" 80% dele. Monopólio cultural não traz benefício algum, seja para artistas, público ou exibidores.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O lançamento da Zé Pereira # 2


Vai ser na Cinemathèque (Voluntários da Pátria 53, Botafogo), segunda-feira (10), a partir das 20h.

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Irresistível


A cantora gaúcha Alexandra Scotti está lançando o seu quinto CD, "Irresistível". Alexanda assina sozinha oito das dez faixas - as execeções são "Ouvir criança", feita em parceria com Adriana Deffenti, e "Meu esquema", de Fred 04. A canção-título, de gostosa levada pop, faz jus ao nome. No site da cantora dá para ouvir.

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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Aliança macabra


Cesar Maia e Garotinho juntos? Seria de se esperar que as Sete Pragas do Egito Antigo caíssem sobre o Rio duma só vez, caso não conhecêssemos suas trajetórias políticas. Vamos ver quem vai apunhalar as costas do outro primeiro.

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Pirataria legal


José Padilha pode até reclamar agora, mas um dia ele vai agradecer ao sujeito que pirateou o seu "Tropa de elite". O filme é um sucesso informal tão grande que está gerando até lendas urbanas. O camelô amigo adverte: é melhor levar o DVD pirata (que agora é vendido com várias capas diferentes) porque o filme foi proibido por denegrir a imagem de um certo batalhão da PM. A cena dura poucos segundos, diz ele, mas o número do tal quartel aparece numa das viaturas. E a informação é quente, pois lhe foi dada por um dos atores da fita, que é seu amigo de infância. A certeza é tanta que o comerciante faz uma aposta com o freguês: caso "Tropa de Elite" estréia mesmo na data marcada, ele poderá levar dois DVDs de sua escolha de graça.
No Blog do Bonequinho, do Globo Online, Bianca Kleinpaul escreveu uma reportagem sensacional falando de um misterioso "Tropa de elite 2" que já estaria à venda no Centro. E o grande Carlão Reichenbach conta no Reduto do Comodoro, num texto delicioso, como sucumbiu à tentação da pirataria. Ambos não têm a menor dúvida: o filme será um sucesso estrondoso quando chegar às telas. A pirataria foi o melhor boca a boca que "Tropa de elite" poderia ter - até porque quem compra DVD pirata geralmente não tem dinheiro para ir ao cinema, não custa repetir. Ademais, nunca se ouviu falar de nenhum blockbuster americano que tenha naufragado nas bilheterias do Brasil por ter chegado aqui antes em cópia ilegal.

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Cadê o Conar?

É muita desfaçatez da Vivo anunciar na TV que ela é a única operadora que funciona em todo o Brasil. Tente se comunicar com um celular da dita cuja em Pernambuco, por exemplo - lá, por sinal, ela é conhecida como Mortinho da Silva. Chamar isso de propaganda enganosa é elogio.

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terça-feira, 4 de setembro de 2007

É bom lembrar que:

a) o STF jamais condenou um político - nem mesmo o ex-presidente Fernando Collor;
b) a "Veja" já deu capa para o legista de triste memória Badan Palhares, chamando-o de "cidadão acima de qualquer suspeita";
c) o envolvimento de Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, acusado de ser o artífice do esquema de caixa 2 de Marcos Valério, continua tendo pouco destaque na grande imprensa;
d) caso o STF decida se dedicar 24 horas aos processos contra os 40 indiciados do chamado mensalão, o que será feito das centenas de casos semelhantes que por lá tramitam há anos?

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A Vale pode voltar a ser nossa

Por Estevão Garcia

Ainda não foi divulgado na grande imprensa e, provavelmente, jamais será, mas começou nesse último sábado, dia 1º de setembro, o plebiscito que consultará o povo sobre o que ele acha a respeito da validade do leilão da Cia. Vale do Rio Doce, ocorrido há dez anos. A campanha A Vale é Nossa, promotora do plebiscito, é realizada por sindicatos e diversas organizações e está nas ruas, em manifestações, nas associações de moradores de bairros, nos sindicatos, nos salões paroquiais, menos nos grandes meios de comunicação. Sem, até o presente momento, uma nota sequer nos principais jornais ou uma simples menção nas emissoras de televisão, o plebiscito estrategicamente acabará na próxima sexta-feira, dia em que se comemora a nossa "independência". Melhor data que essa não poderia haver para o término das votações e o início da apuração dos votos de uma questão que interessa a todos nós. Se a independência de 1822 não apresentou ou representou nenhum segmento popular em sua campanha, assim como a nossa proclamação da república a ser comemorada daqui a dois meses, essa em prol da nulidade da privatização da Vale do Rio Doce é inteiramente popular.
Popular não só porque os seus articuladores são membros do povo e não de castas e classes privilegiadas como as que propiciaram os adventos da independência e da república, mas também porque o que ela coloca em questão diz respeito a todos os brasileiros de um modo geral, que não foram sequer consultados no leilão de 1997. Vendida à preço de banana, porque não há melhor expressão para definir a venda de uma empresa que vale R$ 96 bilhões por uma bagatela de R$ 3,3 bilhões, a mineradora logo no ano seguinte de sua privatização rendeu lucros de nada menos que R$ 4 bilhões. A pergunta que fica é a seguinte: porque uma mineradora que gerava tantos lucros a União foi vendida para o setor privado e logo por um preço tão baixo? O argumento do então presidente Fernando Henrique Cardoso, usado para justificar a venda não só da Vale como também de muitas outras estatais, se baseava na defesa do remanejamento da verba das vendas para reduzir a dívida externa e interna do país.
As questões que rondam o leilão da Vale e a entrega de seu patrimônio ao Bradesco em abril de 1997 ainda são nebulosas. Cogita-se que o Bradesco tenha funcionado apenas como um testa de ferro do capital estrangeiro, logo, quem realmente comprou a mineradora estatal ainda é um mistério. O que não é mistério pra ninguém é o fato que tanto a dívida externa quanto a interna do Brasil aumentou significativamente nesse decênio, o que comprova que nem pra validar o argumento de FHC, a sua venda serviu. Nenhum argumento se apresentava sólido o suficiente para justificar a venda da Vale do Rio Doce e que ela foi erro, todo mundo sabe. Logo no anuncio do leilão, o escândalo já era por demais óbvio e anunciava com todas as letras o assalto que estava por vir. Diversas organizações, juristas e advogados tentaram impedir a privatização, manifestações e passeatas foram feitas, mas de nada adiantaram. FHC utilizou os recursos que tinha a mão para bloquear as liminares que adiavam o leilão. Porém, as ações que contestavam a validade da compra da Vale continuavam. Em dezembro de 2005, o Tribunal Regional Federal (TRF), em Brasília, decidiu reavaliar parte dessas ações. Nesse processo, temos o governo federal, o BNDES e o ex-presidente FHC como réus.
Mas, sabendo que se esse julgamento um dia de fato acontecer, ele não será por agora, a campanha A Vale é Nossa exige a volta da companhia imediatamente. O plebiscito faz a seguinte pergunta à população: "Em 1997, a Companhia Vale do Rio Doce – patrimônio construído pelo povo brasileiro – foi fraudulentamente privatizada, ação que o governo e o poder Judiciário podem anular. A Vale deve continuar no capital privado?" Cabe ao povo, procurar os locais de votação e dar a sua opinião. A organização da campanha, nos dias da votação (até o dia 7 de setembro) promoverá debates a fim de esclarecer em detalhes o processo da privatização. A campanha também traz outras discussões sobre temas interligados com a privatização, como a questão das dívidas externa e interna e a reforma da previdência. Um vídeo com o histórico da Vale do Rio Doce, depoimentos de juristas, funcionários e outras personalidades e matérias jornalísticas está disponível no site youtube, no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=LM6oph1muCI
Cabe a nós, ler e comparecer.

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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Mário Carneiro (1930-2007)


É com pesar que este blog anuncia a morte do maestro da luz.

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Cansei, Padilha

Só mesmo no Brasil a classe dominante tem a cara-de-pau de se fazer de vítima.

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A cultura do privilégio

Por Alexandre Negreiros

É maravilhoso ver alguém se posicionar publicamente dessa forma, inflexível com seus ideais, como fez Zé Rodrix (ler texto abaixo). Em minha opinião, esse é talvez o mais importante papel do artista na sociedade. No entanto, há uma questão em sua forma de pensar que, a meu ver, embora demonstre um enorme sentimento cívico e público, é apresentado de forma um pouco equivocada. Um "imposto" é apenas uma das formas de arrecadação dos governos. É um dos tributos que, junto com as taxas (com destinação específica) e as contribuições de melhoria (provisórias e casuais), compõem a receita do estado. O tributo 'imposto', tem como característica a ausência de vínculos com qualquer despesa específica (ao contrário das taxas, a que correponde uma prestação de serviço específica), e existe como forma de custeio, simplesmente para sustentar a máquina estatal em todos os seus interesses, definidos então pelo governo empossado dentro dos limites e obrigações que nossa constituição estabelece. E a cultura é parte disso, há muitos anos.
Mas concordo com ele que verbas públicas prestam-se a atender ao público, e não a um grupo de privilegiados. Mas o apoio à cultura - como o da Lei Rouanet - é tão somente a materialização do reconhecimento de que, mesmo tão importante como o petróleo ou as sandálias havaianas, a cultura brasileira tem "macroeconomicamente" menos investimentos privados do que outros negócios, cujo retorno é menos "simbólico" e mais tangível, mais vendável ali na esquina. E se o governo não ajudar, acaba ou se reduz demais. E as regras da boa administração impõem que os aportes sejam concedidos a partir de certos critérios de habilitação que, abertos ao público - já que qualquer empresa pode candidatar-se a ser uma patrocinadora - vejo como um processo de seleção, e não de concessão de privilégios, à parte os desvios de conduta e outras ilicitudes.
Mas quando se oferece esse material ao público, no capítulo acesso, é notório o fracasso retumbante de nossas leis de incentivo. Se a verba é pública, não deveria haver lugares vagos, ou livro encalhado, ou CD esquecido na prateleira. A Lei não existe para manter produtores e artistas, mas sim a produção da cultura. O problema é que esta só se manterá caso (ainda) haja produtores e artistas, dirão alguns, mas ainda assim, a sobrevivência da classe, de seus profissionais, é outro capítulo, outra esfera de preocupação, e embora tão importante quanto, deve reportar-se a outros esforços. Talvez um "bolsa-produtor", um crédito especial do Banco do Brasil, um "bolsa-artista", ou qualquer bolsa que não seja Luis Vitton, do mais fino couro-de-platéia, conseguidas com ingressos estratosféricos com o qual se lucrou depois de que todos os custos e riscos foram repassados à teta-mestra governamental.
Se irresponsabilidades que premiaram Bengells e Fontes já não são toleradas, ainda há milhares de produções para ninguém, que nos cansamos de assistir em meio à garçons caçando moscas, sob o belíssimo logotipo da Petrobrás em neon, como foram alguns eventos do recente festival de música de cinema no Canecão. Não é só a divulgação que falta (embore jamais autorizaria o tema comunicação a se ausentar desse debate), mas o esforço da distribuição, que aponta para o outro galho do mesmo tronco onde saem as manifestações culturais: a educação. Não se permitem orçamentos sem verba para impostos trabalhistas, mas o compromisso que se exige com a circulação e o acesso é tísico. A liberdade de se estabelecer o valor do ingresso é necessária, mas deve se equilibrar com uma taxa de ocupação mínima, que pode ser solucionada com trabalho sério, leia-se: ingressos e ônibus na porta das escolas públicas, reduções no valor correspondentes às taxas de cadeiras vazias, faixas de preço atreladas à população de baixa renda, etc. Talvez essas bogagens que listei não sirvam, mas certamente criatividade não falta, e sim peito para enfrentar alguns produtores que, se já não se vêm em Nova York, sonham, esbarrando por aqui com a lição que faltou na implantação do capitalismo em nossas terras: ninguém sabe abaixar preços. Se você não viu, é porque não era sensível para detectar, inteligente para digerir ou digno de se esforçar por tanta genialidade e qualidade que, claro, têm seu preço.
Não acho que a Lei Rouanet privilegie os artistas, criadores e sua equipe porque viabiliza a produção deles. O que ela privilegia é a platéia de sempre, os únicos capazes de consumi-la. Mas no país em que o estacionamento de universidades públicas abriga carrões de filhos da iniciativa privada, a cultura não haveria de ser muito diferente. Embora ache que as coisas estão mudando, devagar, mas estão. Não abro mão de meu otimismo, com todo o spread bancário.


Nota da coluna Gente Boa ("O Globo", 29 de agosto):

O musical "O Rei Lagarto - Tributo a Jim Morrison" teve o orçamento de R$ 1,5 milhão aprovado pela Lei Rouanet e estréia em janeiro. O diretor é Luiz Carlos Maciel. Zé Rodrix faz a direção musical. "Jim Morrison é das figuras mais conhecidas dos anos 60. Jovens e coroas adoram os Doors", diz Maciel.

Carta de Zé Rodrix aos produtores do musical

"Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios direitos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCul etc., ele se torna impossível para mim.
Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e o sustento da arte não é, a meu ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estarei negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.
Desejo ao pessoal da produção o máximo de sorte e sucesso possíveis, e sei que serão muito felizes, graças à qualidade artística de todos os envolvidos."

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sábado, 1 de setembro de 2007

Midiatrix Revelations

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