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segunda-feira, 31 de março de 2008

Promoção Zé Pereira/Gibilândia


Quem comprar qualquer gibi na loja de HQs do Flamengo leva uma Zé Pereira números 1, 2 ou 3 de graça. A promoção vale até o dia 20 e a Gibilândia tem revistas a partir de R$ 2. O endereço é Rua Marquês de Abrantes, 64, loja 7 - na galeria em frente ao Bennett. A loja no momento funciona das 13h às 19h, mas qualquer dúvida é só ligar para o Otávio: 2205-7256.

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Polêmica de M


Que o Marcelo Madureira tem todo o direito de falar o que bem entender ninguém discorda; mas se a família de Glauber Rocha se sentiu ofendida com as palavras do humorista, tem o direito de processá-lo também - sei lá, tem gente que não vê nada demais, mas tem pessoas que não gostam de ter seu pai ou seu filho chamados de merda. Cabe à Justiça decidir se o processo tem procedência ou não. Mas que o caso fique entre as duas partes; é uma questão pessoal, não há nenhuma ideologia envolvida. Abaixo a censura, viva a liberdade de expressão.
Lamentável é o carnaval que "O Globo" está fazendo em cima disso. Nós publicamos primeiro, no dia 12 - a tal coluna do Ancelmo Góis com a declaração de Madureira saiu no dia seguinte - e só a gente estava cobrindo o Festival Estação Piauí, mas nem vamos pedir crédito. Mas a reportagem publicada no Segundo Caderno na última quinta-feira poderia ao menos ter citado em que evento o fato aconteceu - ela só fala, erroneamente, que foi "num debate sobre humor no Cine Odeon". O Leonardo Lichote é um ótimo repórter, mas a matéria é de uma indigência de dar dó - a começar pelo título, "Glauber no ventilador", de um mau gosto sem tamanho. A rigor ela nem existe, pois não tem o menor cabimento tratar o humorista - cujas análises sobre o tema se resumem a um "filmes chatos, mal edidatos, mal filmados" - como uma sumidade em cinema.

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A maior obstrução que Jorgen Leth encarou


Por Anna Azevedo

Convidado do festival de documentários É Tudo Verdade, o cineasta dinamarquês Jorgen Leth contou que sofreu o pão que o diabo amassou durante as filamgens de "Five obstructions" ("As cinco obstruções"), assinado por ele e por Lars von Trier. O filme é um desafio que Von Trier lançou ao mestre: refilmar o clássico "The perfect human being" com cinco dificuldades de produção, em locações diferentes, ao redor do mundo. O documentário acompanha todo o processo, a partir dos encontros de Leth com Von Trier, o produtor do filme e o responsável por, a cada encontro, revelar a Leth qual seria a sua próxima meta, ou obstrução à refilmagem do "Perfect human being". A obstrução mais difícil foi em Cuba, contou Leth. Na ilha, foi obrigado, pelas regras do jogo criado por Von Trier, a filmar planos com, no máximo, 12 frames. Von Trier assume o personagem do produtor sádico, mordaz, cruel, daqueles que dá vontade de voar no pescoço. "Mas a verdade é que, aos poucos, ele foi se decepcionando porque eu fui vencendo as etapas propostas". E porque você aceitou isto? "Porque gosto de desafios". Leth só fez assinar embaixo da imagem que Von Trier passa para o mundo: "Ele é estranho... é estranho, mesmo", contou o dinamarquês. "Mas, no fundo, foi uma homenagem que ele prestou a mim. Hoje somos grandes amigos e ele vai produzir o meu próximo filme".

Assista abaixo a "The perfect human being":

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Água no zuvido



Por Eduardo Souza Lima

O Tantão, é claro, descobriu que ia rolar o tal do Myspace Secret Show na noite de quinta feira passada, mas parece que o evento foi secreto além da conta, já que o Circo Voador estava à meia lona e estavam esperando um público de 600 pessoas. Sorte de quem apareceu lá, pois ver e ouvir Autoramas e Matanza numa mesma noite e no maior conforto foi, nas palavras do amigo Bernardo Araujo, "a realização de um sonho". Eu mesmo só me recuperei agora - mas ainda está saindo agüinha dos ouvidos. Pena que pelo jeito tenha começado na hora - o convite marcava a abertura dos portões para 20h - porque acabei perdendo o show de abertura, do Veneta.

Como têm tocado pouco no Rio, os Autoramas aproveitaram a deixa para mostrar algumas novidades - ou "surpresinhas", segundo o baterista Bacalhau. A começar pela nova baixista, Flávia Couri, que fez o seu terceiro show com o grupo aqui - a estréia foi em São Paulo. A moça, que toca guitarra e canta na banda Doidivinas e com China, entre outros substituiu Selma e com desenvoltura. Na verdade, das três baixistas que passaram pela banda - a outra foi a Simone do Vale - ela é a que toca melhor.

Depois de desfilar o seu repertório matador, o trio apresentou as tais "surpresinhas". O baixista Rodrigo Santos, do Barão Vermelho, subiu ao palco e atacou de Elvis com "Have some fun tonight". Em seguida, o guitarrista Gabriel Thomaz provocou: "Essa você escolheu, agora quem escolhe é a gente", para depois mandar uma versão ensurdecedora de "Monkeybird". No fim, a maior de todas as surpresas: "Seek & destroy", do Metallica (!!!!!).


O Matanza entrou a seguir e conseguiu levantar a terra arrasada. Não serei leviando de tentar descrever o que rolou - quem é fã do Matanza sabe bem do que os caras são capazes e espero que a foto aí em cima dê alguma noção para quem não conhece - pois o nível de álcool nas idéias já estava bem alto. É m´pusica pra beber e pra brigar e acabou-se. Quem quiser pode ver os caras tocando aí embaixo - o som está pavoroso, é claro, mas pelo menos são duas músicas mais devagares das bandas.


Autoramas



Matanza

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quinta-feira, 27 de março de 2008

Cenas cariocas VIII

Por Jano (desenho) e Zé José (moldura)



Flamenguistas.

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Walter Salles e os "Diários de motocicleta"


A gente estava devendo essa desde o dia 10, mas como o vídeo tem quase 13 minutos, o YouTube não o uploadeou direito. Bom, agora vai, em duas partes. Walter Salles participou de um debate no primeiro dia do Festival Estação Piauí e contou como foi o processo criativo de "Diários de motocicleta". Também aparecem no vídeo a jornalista Daniela Pinheiro, da revista "piauí", e o jornalista e cineasta Douglas Duarte, diretor de "Personal Che". O som não ficou nenhuma maravilha, mas o papo foi bom.


Parte 1



Parte 2

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Na rota dos cineclubes


Fechando o Circuito Ascine-RJ (Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro) deste mês a gente tem amanhã, às 13h, "Dogville", de Lars von Trier, no Cineclube Ankito (CEFET Química de Nilópolis, Rua Lúcio Tavares, 1045); "Piranhas 2 - Assassinas Voadoras", de James Cameron, às 16h, no Cineclube Phobus (SESC Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539); e "PQD" (foto), de Guilherme Coelho, às 16h, no Cineclube Subúrbio em Transe (Casarti, Rua Ponta Porã, 15 sobrado, Vista Alegre). Todas as sessões têm entrada franca.

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Joana, Paula, Geórgia e Ricarda


O sonho acabou, disse John Lennon, mas os fãs não se deram por satisfeitos. Caso o amigo leitor esteja no caso, banda Mulheres Cantam Beatles faz show no Espírito das Artes, na Cobal do Humaitá. O nome do grupo já é auto-explicativo e as cantoras Márcia Grisoli (que também toca flauta), Paula Otero e Mariana Dantas (também tecladista) desfilam o repertório dos quatro rapazes de Liverpool acompanhadas por Leandro Souto Maior (guitarra e violão), João Pinaud (baixo) e Rodrigo Machado (bateria). O show começa às 22:30h e os ingressos custam R$ 20,00 (estudantes e idosos pagam meia entrada).

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Cenas cariocas VII

Por Eduardo Souza Lima



Vulcão de Açúcar.

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Sessão da Tarde: "No bar"




Ah, os gênios da publicidade...
Mais um filme com a grande Laura Cardoso. De Cleiton Stringhini e Paulo de Tarso Mendonça.

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Margarida de Prata para "Clarita"


O documentário "Clarita", de Thereza Jessouroun, levou a Margarida de Prata deste ano de curta-metragem. O prêmio é concedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e no filme Laura Cardoso (foto) interpreta a mãe da diretora, que sofre do Mal de Alzheimer. O filme será exibido no É Tudo Verdade no dia 1º de abril, às 16h, no Unibanco Arteplex. O longa premiado pelos bispos foi "Mutum", de Sandra Kogut.

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Animação no Beco do Rato e Moreira Salles no MAM


Hoje tem desenho animado no Cineclube Beco do Rato (Rua Morais e Vale, s/nº, entre a Avenida Augusto Severo e Rua da Lapa). A partir das 23h rolam "Onde andará Petrúcio Felker", de Allan Sieber; "O2 Conjunto Residencial", de Adams Carvalho e Olívia Brenga; "Engolervilha", de Marão; "Desirella", de Carlos Eduardo Nogueira; "Deu no jornal" (foto), de Yanko Del Pino; e "Pax", de Paulo Munhoz.
Antes, às 18:30h, tem sessão dupla de João Moreira Salles na Cinemateca do MAM. O Cineclube Tela Brasilis e o Nictheroy Cine Clube exibem dois filmes raros do documentarista, feitos para uma série de uma TV por assinatura: "O vale", sobre a decadência do Vale do Paraíba, e "Santa Cruz", que mostra o nascimento de uma igreja evangélica no bairro da Zona Oeste do Rio.

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Ao mestre com carinho


Por Eduardo Souza Lima

Há quem diga que o Bonequinho do "Globo" foi inspirado nele. Semalhanças não faltam - ambos são magros e vivem numa sala de cinema -, mas há uma diferença fundamental: Ely Azeredo nunca foi manipulado por ninguém. No ano em que completa 50 anos de carreira, o decano da crítica de cinema carioca, ainda em atividade, recebeu ontem uma homenagem dos colegas ontem, no CCBB, no penúltimo dia da mostra Os Melhores Filmes do Ano, promovida pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ). O criador da expressão "Cinema Novo" falou sobre sua carreira e revelou que só foi censurado uma vez:
- Aconteceu quando eu trabalhava no "Jornal do Brasil". Escrevi um artigo muito crítico em relação à TV brasileira que foi devidamente arquivado. É que na época o "JB" pleiteava junto aos militares a concessão de um canal de TV e não queria comprar briga com eles.

Ely também relembrou as obras de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni que tiveram seus "Morangos silvestres" e "O passageiro - Profissão repórter" (foto) exibidos na mostra - ambos serão reprisados hoje a partir das 15:30h. Sem nenhum ranço de nostalgia, respondeu à pergunta do crítico Carlos Alberto Mattos se via no cinema de hoje algum diretor capaz de criar uma obra tão importante quando os dois cineastas:
- Não consigo pensar em ninguém. Não é por pessimismo, gosto muito dos filmes do Wong Kar-Wai, mas não vejo ainda nele a capacidade de criar uma obra como a deles ou do Fellini ou do John Ford.

Assista abaixo a trechos da conversa do Ely com a platéia do CCBB.


Parte 1



Parte 2

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quarta-feira, 26 de março de 2008

O megafone do Virgílio


O cara só teve 2% dos votos quando foi candidato a governador de seu estado, o Amazonas, mas qualquer bravata dita por ele repercute na grande imprensa como se fosse a revelação do quarto segredo de Fátima. O troço é tão desproporcional que chega a parecer piada. Qual será o segredo do senador Arthur Virgílio?

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AcariOcamerata ao vivo na Tijuca


Quem perdeu o concerto de lançamento do excelente primeiro CD da AcariOcamerata, do Selo Rádio MEC, tem mais uma chance de ver a orquestra em ação amanhã, no Centro Municipal de Referência da Música Carioca (Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca). Os ingressos custam R$ 20, com meia-entrada (R$ 10) para estudantes e maiores de 65 anos.

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A verdade de cada um


Com um filme sobre a guerra do Iraque começa amanhã no Rio o É Tudo Verdade 2008 - 13º Festival Internacional de Documentários. "Sem fim à vista" (foto), do cientista político e diretor estreante Charles Fergunson, passa às 21h, no Unibanco Arteplex. O filme ganhou o prêmio especial do júri em Sundance do ano passado e concorreu ao Oscar. O DocBlog do Carlos Alberto Mattos começou a sua cobertura do evento hoje, com um texto de Eduardo Escorel sobre "Além dos Trilhos", de Wang Bing. Além do Carlinhos, participam da cobertura Felipe Messina e Juliano Gomes.

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terça-feira, 25 de março de 2008

O lado sensível da Toscographics


Finalmente ficou pronto "Animadores", novo desenho animado de Allan Sieber - que agora também é colaborador do "Casseta e Planeta, urgente!". O filminho em preto-e-branco e mudo é sensível, mas o diretor prefere descrevê-lo como "deprimente". Assista ao trailer abaixo.


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A verdadeira televisão de cachorro


Por Fernando "Viotti" Barreiros

O que aconteceu com a Sessão da Tarde? Antes, transmitiam apenas grandes clássicos, como Jerry Lewis, "Casablanca", "Cantando na chuva". Mas agora, com o nível elevado de emburrecimento da massa, a Globo precisou se adaptar ao novo nível de idiotice dos telespectadores. Então, para isso, mudou a programação da Sessão da Tarde, só vemos filmes de cachorro falante e papagaios cínicos. Qual é a grande de graça de a personagem principal ser um cachorro? "Hum, você não acha que esse pastor alemão lembra o Bogart?" ou então "Sim, sim, o filme só tem grandes astros, como Rex265, Fido537, Miuxa152". E é claro que todos os garotos que fazem os donos dos cachorros nos filmes já sabem que suas carreiras vão acabar quando as primeiras espinhas aparecerem em suas testas.
- O que você faz da vida?
- Eu? Ah, eu sou ator.
- Puxa, é mesmo? Que legal. Que filmes você fez?
- Eu fiz uma quadrilogia: "Bethoven", "Bethoven vai ao parque", "Bethoven na floresta" e "Bethoven sai de casa". Mas já estamos pensando em fazer "Bethoven quebra a perna e precisa ser sacrificado", para os mais velhos.

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Cachaça musical


Cantores de sucesso e de banheiro são o tema do Cachaça Cinema Clube de amanhã, às 21h, no Odeon. A noite será de estréia do filme "Muito além do chuveiro" (foto), de Poliana Paiva, sobre o mundo dos videokês, acompanhado pelo premiado "O brilho dos meus olhos", de Allan Ribeiro. Completam a sessão "Meu nome é Gal", de Antônio Carlos da Fontoura, de 1970 e "Raimundo Fagner", de Sérgio Santos, de 1978. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

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sábado, 22 de março de 2008

Antonio das Mortes contra a o humorista cansado e piada velha


O crítico Dejean Magno Pellegrin, um dos fundadores da Cinemateca do MAM, convida para a sessão de desagravo a Glauber Rocha e ao cinema brasileiro com a exibição de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI, Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro), no dia 27 (quinta-feira), às 18:30h. A entrada é franca. O motivo foram as declarações feitas por Marcelo Madureira, do programa "Casseta & Planeta, urgente!", da TV Globo, num debate do Festival Estação Piauí (ler aqui).
A gente acha que qualquer sessão do maior clássico do cinema brasileiro em tela grande merece menção, mas que o desagravo em si não tem nada ver. Em que se pesem as boas intenções do Dejean, o Marcelo é humorista - e o humor não deve reverenciar ninguém. Fora isso, o cara tem todo o direito de gostar do que bem entender e de manifestar o que pensa - viva a liberdade de expressão! Se alguém se sentiu incomodado com as declarações dele, que retribua na mesma moeda. Dizendo, por exemplo, que há muito o "Casseta & Planeta" deixou de ser aquele programa de TV transgressor que a gente tanto gostava e que o humorista do movimento Cansei vem se repetindo não é de hoje - essa piada sobre o Glauber tem uns bons 20 anos; é dos tempos da "Casseta Popular" em xerox. E como o sujeito também fez pouco caso do "Pânico na TV" - rapaz, parece o Chico Anysio ...-, bem que também podiam lançar um desafio para ele: "Marcelo, fazer piada com o Cinema Novo é fácil, quero ver você sacanear a Globo Filmes".

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Fantasmas no computador

Por Toinho Castro


Comprei o novo disco do Nine Inch Nails na internet. Download de mp3 em alta qualidade (320 kbps), por míseros cinco dólares, essa moedinha de terceiro mundo. Há muitas opções de compra no site da banda para o álbum "Ghosts I-IV". Você pode fazer o que eu fiz e pagar os cinco dólares pelo dowload do álbum completo (36 músicas), mais mimos como fotos, papéis de parede e um pdf de muitas páginas com fotografias conceituais e informações. Aliás, você pode optar pelo download dos arquivos em mp3, tipo flac ou Apple, os dois últimos com qualidade de cd. Optei por mp3. É possível mesmo fazer download gratuito da primeira parte do disco (nove músicas).

Há ainda adquirir um set de dois cds (US$ 10) ou edições de luxo, fetiche válido para colecionadores e afins. Certamente lindas. Caras, porém, custando US$ 75 ou US$ 300. O site do NIN e outras publicações, tem o milhão de informações necessárias, não leverei isso ao limite aqui nestas linhas. Vamos ao disco... aos bits.

A verdade é que conheço pouquíssimo o trabalho do NIN, embora tenha uma vaga admiração pelo que devem ter feito nos seus anos de atividade. O que me atraiu foi o nome do disco (será válido chamá-lo de disco?) e a capa (imagem associada?) desértica, fotografia de uma duna. Sempre olhei com carinho e desejo para aquelas belas capas dos seus trabalhos anteriores. "Hurt", na dilacerante interpretação do homem de óculos escuros, Johnny Cash, assombra minha casa de vez em quando. Mas só de vez em quando, porque é uma canção que realmente dói. Ouvi seus ecos aqui e ali, alguém deve ter me mostrado algo muito interessante mas nunca comprei nada. Esse tipo de coisa tem seu tempo, certo? Ruídos sempre me encantaram e acho o NIN uma banda corajosa, exploradora de sons, paisagens. Astronautas.

O disco abre com uma bela, singela talvez seja um termo mais apropriado, esparsa melodia. Tão simples e há nela certa ansiedade que promete o resto do disco. Como eu disse são 36 músicas, instrumentais. Instrumentos eletrônicos e, certamente, algumas coisas que se converteram em instrumento. A sensação geral é que eles se reuniram para encontrar alguma coisa perdida. Talvez daí o nome, talvez daí a fantasmagoria. Música feita por ninguém, atravessando parades. Imagino as músicas de Ghost tocando o apartamento ao lado do seu, quando você chega do trabalho. A porta do seu vizinho está levemente entreaberta... aquele som é um chamamento. Você abre a porta e não há nada, ninguém, no apartamento vazio e escuro. Talvez depois disso você nem volte para casa.

É um disco meio pra sempre e escutá-lo é aventuroso. Não é muzak, música para elevadores, e experimente deixá-lo soando pela casa enquanto outras atividades e você vai sentir que há um delicado incômodo que você não sabe de onde vem. Um incômodo necessário. Elevadores sobem e descem vazios... logo ao lado. Compre Ghost I-IV. Um disco elegante, maior que o alvoroço em torno do seu lançamento web. Sons sobrevivem às indústrias, às manias, aos jornais e aos críticos.

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quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma canção ao cair da tarde: "Tear you apart", She Wants Revenge




Essa vai pro Fernando - que apresentou a banda pra rapaziada - pra ele se lembrar que está devendo um artigo pra gente.

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"Morro da Conceição" na Caixa


Amanhã, às 16:15h, passa "Morro da Conceição" na sala 2 da Caixa Cultural, dentro da mostra Eu é Um Outro – O Autor e o Objeto no Documentário Brasileiro Contemporâneo. Em seguida, às 19h, na sala 1, a diretora e mãe do ano Cristiana Grumbach participa de um debate com Eduardo Valente, João Luiz Vieira e Gustavo Pizzi, diretor de "Pretérito perfeito", que passa às 18h, na sala 2. Completam a programação de amanhã, na sala 1, "O engenho de Zé Lins", de Vladimir Carvalho (às 13:30h), "Hércules 56", de Silvio Da-Rin (às 15:30h), e "A mochila do mascate", de Gabriela Greeb (às 17:30h); e, na sala 2, "Vinicius", de Miguel Faria Jr., às 14h. A mostra segue até o dia 30. A programação completa está aqui.

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terça-feira, 18 de março de 2008

Pega na mentira


Essa veio do Coleguinhas. Mas que vexame...

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Cenas cariocas VI


Por Marcello Quintanilha

Este desenho também foi feito durante as filmagens do documentário "Rio de Jano", numa mesa do finado Tangará. O desenhista niteroiense quis mostrar para o francês uma cena tipicamente carioca: o café da manhã no botequim.

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A volta do Zé do Caixão


Está rolando no YouTube a chamada do programa de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, no canal Brasil (a dica foi do nosso recanto nerd, o Melhores do Mundo). "O estranho mundo de Zé do Caixão" será semanal e estréia no dia 4 de abril, uma sexta-feira (é claro), à meia-noite (é evidente). São três minutos e meio que dão um banho em tudo que se vê na TV brasileira hoje.
É bom lembrar também que este ano estréia "A encarnação do demônio" (foto), o novo filme de Mojica.


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AcariOcamerata na Sala Cecília Meireles


Nascida do Centro de Ópera Popular de Acari, a orquestra AcariOcamerata lança o seu primeiro disco amanhã, a partir das 20h, na Sala Cecília Meireles (Largo da Lapa, 47). No repertório, obras de Carlos Gomes, Villa-Lobos, Guerra-Peixe, Radamés Gnattali, Jacob do Bandolim, Egberto Gismonti e Bach, que entra no roteiro com a Fuga da Suíte nº 2. A AcariOcamerata é formada por André Paiva (flauta), André Cesari (bandolim), Bruno Carvalho (cavaquinho), Eduardo Duque (cavaquinho), Iuri Nascimento (viola Caipira), Edmilson Abreu (viola caipira e violão), Carlos Oliveira (violão), Davi Menezes (violão), André Gomes (baixo acústico), Sílvio Sanuto (percussão) e Caio Cezar (direção artística e regência). O violoncelista inglês David Chew, os flautistas Antônio Carrasqueira, David Ganc e Mário Sève, o violoncelista americano Eugene Friesen e a violinista e rabequeira Ana de Oliveira também participam do disco. Sobre ele, escreveu Egberto Gismonti: "Esse CD mostra uma profunda percepção e conhecimento das muitas influências que nos construíram e nos sustentam como seres miscigenados, mestiçados ou misturados".

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segunda-feira, 17 de março de 2008

A patranha do grampo


Na rede, mais um capítulo do "Dossiê Veja", por Luis Nassif.

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Sessão da Tarde: "O lobinho nunca mente"




A morte é uma transação solitária.


P.S.: o filme de Ian SBF é um dos selecionados para a mostra competitiva do Curta-SE, festival de curta-metragens de Sergipe que acontece de 19 a 26 de abril, em Aracaju. Os demais são "Cine Zé Sozinho", de Adriano Lima; "Ele", de alunos da rede municipal de ensino de Vitória; "Cânone para 3 mulheres", de Carlos Eduardo Nogueira; "De resto", de Daniel Chaia; "Pajerama", de Leonardo Cadaval; "4=1", de Nelson Nascimento; "Ícarus", de Victor-Hugo Borges; "Drežnica", de Anna Azevedo; "O crime da atriz", de Elza Cataldo; "A cauda do dinossauro", de Francisco Garcia; "Bárbara", de Carlos Gradim; "A peste da Janice, de Rafael Figueiredo; "Saliva", de Esmir Filho; "Una receta roja para cocinar crustáceos", de Eun-hee-Ihm; "Em 1972", de Tadao Miaqui; "Avant petalos grillados", de Velasco Broca; "Engano", de Cavi Borges; "O Livro de Walachai", de Rejane Zilles; "Busólogos", de Cristina G. Muller; "Paralelos", de Alexandre Baso; "Adro da Candelária", de Alexandre Guerreiro; "A cidade e o poeta", de Luelane Corrêa; "Tibira é gay", de Emilio Gallo; e "O Evangelho segundo Seu João", de Eduardo Souza Lima e João Moraes.

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A culpa também é do Lula




Ah, o som mavioso da flauta celestial dos Andes...

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sexta-feira, 14 de março de 2008

Interpol tocando e a chuva caindo


Por Toinho Castro

O Interpol, essa é a verdade, tocou no Rio de Janeiro num dia de muita chuva, em que goteiras completavam o cenário mambembe da Fundição Progresso, o centro de shows e entretenimentos que nunca. Enquanto escrevo isso, no assim chamado dia seguinte, ainda chove e a bela "No I in threesome" toca no meu computador. Ontem e hoje, Interpol tocando e a chuva caindo. Apropriado.

Poucos momentos na existência breve sobre esse planeta comparam-se ao intante, logo antes de uma grande banda entrar no palco, em que as luzes se apagam, porque há coisas que só o rock'n'roll faz por você. O Interpol é uma grande banda, com seus três ótimos discos. Sim, que fique claro que eu gosto e que não me arrependo. Valeu todos os pingos de chuva que fui obrigado a a suportar, fora e dentro da arena, porque o concerto foi poderoso e belo. Estamos falando de uma banda de rock que flerta com os tais anos oitenta e, ao contrário de tantos, não vejo qualquer problema nisso. Não creio que haja problema em fazer música renascentista, porque haveria em dedicar-se às sonoridades por vezes soturnas, mas precisas e intensas de certos dias dos anos oitenta, pelo menos alguns daqueles dias?


"Pioneer to the falls" abriu o show, com a fotografia da capa do último disco, "Our love to admire", projetada no fundo do palco, como uma advertência sobre o amor e sobre crueldades similares. Não me pergutem o set list e coisas do gênero... que eu não saberia dizer. Sei que tocaram a pérola "No I in threesome", que ontem foi mesmo "Throught the storm and the lights...". Os membros da banda haviam embarcado conosco, o baterista fumava e empurrava a todos nós com seu ritmo incansável. Sei lá se ele é um bom baterista, não penso nessas coisa quando gosto de uma música.

Através da tempestade que vacinava a cidade contra o mau-olhado ouvimos o desenrolar de "NYC", que tem o verso "I know you've supported me for a long time / somehow i'm not impressed / Pace is the trick, Stella was a diver and she was always down" (aguardada com carinho) e "Rest my chemestry" (que me lembrou Raquel, lá no Recife... "You look so young, so sweet so surprised / you look so young, like a daisy in my lazy eye"). "Leif Erikson" me é particularmente querida e não posso escutá-la sem pensar em muitas coisas graves, importantes... sabe-se lá a razão. Eles tocaram "Leif Erikson" e eu estava lá, com meus amigos e se não é por isso que se vai a um concerto, então é melhor não ir. É melhor fazer outra coisa.


Nisso tudo havia o eco do Joy Division, percorrendo, mais que ao som do Interpol, a memória. A voz de Paul não é atormentada como a de Ian Curtis. É uma voz potente, de quem sabe o que está cantando, firme. Por vezes foi engolida pela péssima acústica dessa arena, que vou parar de criticar, mas voltava à tona luminosa, em belos versos e um coro que da platéia acompanhava cada linha. Os primeiros versos de "Evil", "Rosamary, heaven restores you in life..." foram coroados por essa sintonia, num grande momento do show.

Em "Not even jail", cheia de vigor, o show foi interrompido, em meio a olhares de desconcerto e surpresa da banda. Reza a lenda, alguém teria levado um choque no palco... o guitarrista? Por causa da chuva que insistia em cair sobre a banda, em homenagem, talve pouco apropriada, à sua melancolia. O show foi interrompido por tantos minutos, mas entre dúvidas sabíamos que eles voltariam. E voltaram com força total.


O bis com uma única canção, "Untitled", para a frustração de Lia, encerrou a estranha noite chuvosa. Havíamos atrevessado um mar denso, acinzentado mas cheio de beleza, como o que deve ter contemplado o velho "Leif Erikson" no seu rumo e que ainda deve contemplar, enquanto o Interpol toca sua música sobre a terra. Eu estava lá com meus amigos.

P.S.: Nem vou falar uma únca palavra sobre o Jamari França, que torceu o nariz, no blog dele para o show do Interpol. Ele prefere o Frejat. Tudo bem.


30 segundos inaudíveis do show do Interpol

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quinta-feira, 13 de março de 2008

Mas...


Manchete do "Globo": "PIB cresce 5,4% mas carga tributária avança mais ainda".
O subtítulo: "Consumo puxa expansão; país tem o pior desempenhoentre os emergentes".

Se é grandes merdas, por que dar manchete?
Será que o Didi de Araras preferia morar na China ou na Índia?
Não teria uma vírgula antes do "mas"?

Mais perguntas no cidadania.com.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Humor e patrulhas

Por Luiz Bello


Na terceira e último noite do Festival Estação Piauí, o debate foi com os humoristas Marcelo Madureira e Tutty Vasques, juntamente com o uruguaio César Charlone (diretor de "O banheiro do Papa"). O mediador foi Marcos Caetano, colunista da revista "piauí". Convidado, o diretor Guel Arraes não pode comparecer.
Diante de uma platéia engajada e cinéfila, Marcelo não economizou provocações, afirmando, por exemplo, que "aquela merda do Cinema Novo" tinha sido "a pior coisa que aconteceu ao cinema brasileiro". Também propôs um protesto contra o fechamento da Help, antiga discoteca na Avenida Atlântica, um suposto antro de prostituição infantil que ele considera "um verdadeiro centro cultural". Enquanto Tutty contemporizava e Charlone se ruborizava, o mediador Marcos Caetano procurava conter as manifestações indignadas de parte do público - em especial um sexagenário militante do movimento gay e uma feminista, que pareciam recém-saídos de alguma anedota dos anos 80.

Bastante envergonhado com a incorreção política da discussão, Charlone tentou falar sobre as diferenças entre o humor hispano-americano e o brasileiro. Apesar de morar no Brasil a mais de 30 anos, ele confessou que ainda se choca com a nossa irreverência, inclusive diante de tragédias nacionais, como a morte de Ayrton Senna, transformada em uma famosa anedota meia hora depois de anunciada oficialmente.
- No Uruguai e na Argentina, até hoje não se fazem piadas com Carlos Gardel - lembrou o diretor.
Tutty Vasques indagou se Jacques Tati e os Irmãos Marx ainda teriam lugar num mundo em que o humor está cada vez mais cínico e cáustico. Marcos Caetano lembrou que o humor poderia ser definido como "a tragédia somada ao tempo", e é com o tempo que os humoristas transformam tudo em anedotas. Marcelo Madureira disse que cada humorista tem sua época, assim como cada jogador de futebol.
- Não adianta querer comparar.
Em seguida, respondendo a uma pergunta da platéia, admitiu que mesmo a morte do Bussunda virou tema de piadas entre os demais integrantes do "Casseta & Planeta":
- Meu irmão é espírita e trabalha conosco. Quando há polêmicas no grupo, eu sempre peço a ele que pergunte ao Bussunda o que ele acha da discussão.

Além de se indignar com as incorreções de Madureira, integrantes da platéia também lembraram que a suposta irreverência dos brasileiros não nos impediu de reagir negativamente a um certo episódio de "Os Simpsons", que mostrava o Rio de Janeiro como uma selva cheia de cobras e corruptos: "Eles fazem piada com todos os países do mundo, mas os brasileiros não souberam levar na esportiva", lembrou um dos espectadores.
Alguém quis saber a opinião dos debatedores sobre o "Pânico na TV". Em meio a um estranho consenso geral de que o programa seria de mau gosto, Marcelo Madureira disse que achava fácil tirar as calças de uma senhora, em frente as câmeras, numa praia do subúrbio carioca.
- Difícil é tirar as calças do presidente da República.
Um sinal dos tempos? Nos anos 80, quando "Casseta Popular" ainda era impressa clandestinamente em uma gráfica da PUC, uma das cobranças mais contundentes que o grupo sofreu foi, justamente, essa: a de que era mais fácil fazer piadas sobre mulheres, judeus e negros do que fazê-las com um ministro da Aeronáutica. Na época, inclusive, a resposta do grupo foi publicar uma série de anedotas do tipo: "Era-uma-vez-dois-ministros-da-Aeronáutica-um-chamado-Manoel-e-outro-Joaquim".

Madureira, ex-integrante do movimento Cansei, não deixou de alfinetar o governo do PT:
- Foi quando recebemos as maiores pressões para mudar nossas piadas - acusou, sem especificar exatamente quais pressões foram essas, apesar dos pedidos de Marcos Caetano.
Ele ainda falou sobre o próximo filme do "Casseta & Planeta", uma biografia de Agamenon Mendes Pedreira, supostamente filmada por Eduardo Coutinho e narrada por Fernanda Montenegro.
- Mas o Agamenon mata o Eduardo, assume a direção e passa o filme inteiro brigando com o seu biógrafo oficial, o Ruy Castro - adiantou Marcelo, lembrado que, ao contrário dos filmes anteriores, esse não será escrito por todo o grupo, mas apenas por ele e Hubert: - O Monty Python tinha muitos integrantes, mas os roteiros de seus filmes também foram escritos a quatro mãos.

Outra aparição interessante foi a "Tia do Pânico". Alguém sabe que ela é? No debate, ninguém, mas essa velhinha de cabelos loiros pegou o microfone para "revelar" que era uma das personagens mais famosas do "Pânico na TV". Para constrangimento de João Moreira Salles e ao som de uma gargalhada geral, Marcelo convidou-a para escrever um artigo na próxima edição da revista "piauí".

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A voz da "Veja"


No mais recente capítulo do "Dossiê Veja", Luis Nassif fala de Reinaldo Azevedo. Para quem não conhece o indivíduo - o eleitorado dele é paulista; nada contra São Paulo, aqui no Rio nós temos o Didi de Araras -, ele é o blogueiro oficial da revista. O cara é de um baixo nível sem tamanho - e isso não tem nada a ver com a ideologia que ele professa. Não dá para entender como tem gente que se diz inteligente que o leva a sério - pior ainda, que se diz fã dele.

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O poder é uma droga


Por Eduardo Souza Lima

No penúltimo dia do Festival Estação Piauí, o diretor e montador Eduardo Escorel, a jornalista e vereadora Soninha Francine, o cineasta David França Mendes e o documentarista João Moreira Salles debateram como o jornalismo e o cinema tratam com o poder. Boa parte da conversa foi sobre como o documentarista lida com seus personagens - e vice-versa -, os limites éticos e o jogo de sedução entre ambos. Foi um papo bastante instrutivo, mas que só esquentou mesmo quando Soninha falou sobre a polêmica reportagem da revista "Época" na qual admitiu que fumava maconha - o que acabou causando sua demissão da TV Cultura, em 2001:
- Falei por que conheço várias pessoas que são a favor da descriminalização da maconha, fumam, mas não têm coragem de admitir isso publicamente. Várias vezes tentei fazer matérias sobre o tema e não consegui porque não encontrei ninguém disposto a falar. Então achei que eu deveria fazer isso.

Soninha disse o que todo mundo está careca de saber, mas não temn peito para admitir: a ilegalidade do comércio das drogas acarreta um dano muito maior à sociedade do que o seu uso.
- Sabia que isso seria usado contra mim, mas acho que um dia as drogas serão descriminalizadas. Este é um modelo que não deu certo em nenhum lugar do mundo: comércio ilegal versus repressão armada. Morre muito mais gente por causa da repressão do que por causa do uso. Entrei para a política por frustração, por ver que o que eu fazia nunca era o suficiente. Você faz passeata, mas precisa de alguém para apertar o botão na hora de votar as leis. Sou a favor da descriminalização da cocaína também, embora seja uma droga que eu abomine. Num debate que participei com o MV Bill ele disse que era contra. Argumentou que se liberassem a maconha e a cocaína deveriam liberar o crack também. Não é bem assim, não acho que o crack deva ser liberado, é uma droga muito destrutiva. Tem coisa que não se pode vender. O cara não pode abrir uma loja pra vender chumbinho, aquele veneno pra matar rato, porque é proibido.

Pode ser. Mas que moral uma sociedade que vende armas tem para proibir que se venda qualquer outra coisa?

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Novos Nomes na Estácio


Para quem perguntou onde poderia assistir ao documentários "Alma suburbana" (foto), de Luiz Claudio Lima, Hugo Labanca, Leonardo Oliveira, Joana D'arc, o filme passa nesta quarta-feira, ao meio-dia, e na próxima segunda-feira (dia 17), às 18h, na Estácio de Sá Campus Rebouças (no Rio Comprido). A Mostra Novos Nomes, que começou hoje, tem outros filmes bacanas, como "L.A.P.A.", "I hate São Paulo", "Caroneiros", "Quarta B", "Lado B - Como se fazer um longa sem grana", "Pretérito perfeito: O filme da Casa Rosa", "O banheiro do Papa" e "Suvaco 20 anos". A programação completa está aqui.

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Os melhores da ACCRJ


Começa amanhã no CCBB a mostra Os Melhores do Ano, produzida pelos Marcelos Moutinho e Janot, que vai exibir os dez filmes de 2007 mais votados pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ). Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia) e, em cinco das sessões, haverá debate depois da projeção, com a participação de dois críticos e um convidado especial. No dia 20, porém, serão três: depois das exibições de "Santiago" e de "Jogo de cena", tem bate-papo com os diretores Eduardo Coutinho e João Moreira Salles e o montador Eduardo Escorel. No dia 26 mostra vai prestar homenagens a Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, exibindo "Morangos silvestres" (foto) e "O passageiro - Profissão repórter", e a ACCRJ, ao querido Ely Azeredo, mestre da crítica cinematográfica no Brasil, que vai analisar os dois filmes.
Amanhã, às 17:30h, tem "A vida dos outros", seguido de debate com o escritor Jorge Mautner e os críticos Luiz Fernando Gallego, Marcelo Moutinho (mediador) e Mario Abbade. Confira a programação completa aqui.

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Verdades e mentiras


Por Eduardo Souza Lima

Pode-se gostar ou não dos filmes de Walter Salles, mas ninguém duvida que o cara leva muito a sério o que faz. No debate de ontem do Festival Estação Piauí, o diretor, além de falar do processo criativo de "Diários de motocicleta" (ver o vídeo abaixo), revelou que o lançamento da versão não editada de "On the road" fez voltar à estaca zero a adaptação para o cinema que estava fazendo do livro de Jack Kerouac - e isso depois de ele fazer um documentário sobre o mesmo:
- A versão que a gente conhece é muito amaciada em relação ao que o Kerouac havia escrito. O livro original era muito mais sexual, tinha expressões como "foda-se", que eram proibidas pela censura americana na época. Tivemos que abandonar o que fizemos, pois descobrimos que o Kerouac tinha uma visão muito mais aguda da realidade americana do que imaginávamos.

Outro filme sobre o revolucionário argentino esteve em pauta: "Personal Che". No debate - que, diga-se, esteve mais para um bate-papo informal - o diretor Douglas Duarte contou como teve a idéia de fazer o documentário, que tem estréia prevista para junho:
- O "Personal Che" reúne impressões e reinvenções de várias pessoas ao redor do mundo sobre quem é Che Guevara. Eu estava na Bolívia fazendo uma matéria e conheci uma mulher que me disse que Che tinha salvado a vida de seu marido. Imaginei que fosse em alguma operação militar, mas ela me disse que tinha sido um milagre. Descobri que Che era adorado como um santo na região. Lá também me deparei com vários jovens de esquerda que o cultuavam e, pra fechar a história, o motorista que estava com a gente foi o mesmo que transportou o seu corpo. Voltei parta o Brasil com três Ches na bagagem e resolvi fazer um filme sobre gente que tinha uma fé tão grande no seu próprio Che que moldava a sua vida a partir dele.

Karim Aïnouz contou que teve vontade de levar a vida de Madame Satã às telas depois de ler a biografia escrita por Rogério Durst:
- Nem pensava em ser diretor na época, mas achei que aquela história deveria virar filme, que as pessoas deveriam conhecê-la.
O diretor disse que tinha dúvidas entre fazer um documentário ou um filme de ficção, mas que optou pelo último depois de confrontar a autobiografia do malandro da Lapa, escrita por Silvan Paezzo (isso mesmo, Mademe Satã era analfabeto e relatou sua vida ao autor), com a realidade.
- Eu me dei conta que era um livro de super-herói, parecia uma história em quadrinhos. Tem uma história que diz que ele estava sendo transferido para a Ilha Grande e não agüentava mais ser preso. Então ele pegou um lençol e fez um espetáculo de inspiração oriental. Os guardas ficaram vendo e ele pulou no mar. Segundo o relato, ele nadou da Praça XV até o Leblon, onde tomou uma cerveja. No livro, a história termina em manchete de jornal: "Madame Satã escapa da prisão num balé oriental". Fui às fontes primárias, os jornais da época. Pesquisei na Bilioteca Nacional e não encontrei nenhuma menção à história. E descobri que várias das histórias não estavam registradas nos jornais. Vi que o Madame Satã ficcionalizava a própria vida. Aí eu vi que não fazia sentido fazer um documentário. O filme são coisas que eu imaginei que ele imaginaria.

Já o historiador de oposição José Murilo de Carvalho, autor da biografia "D. Pedro II - Ser ou não ser", disse que só os jornalistas acreditam na verdade. Sendo coerente, mentiu descaradamente:
- Se os jornalistas falassem do Lula o que se falava de Dom Pedro na época estariam todos presos.

O Festival Estação Piauí termina amanhã tendo como pauta o humor. Participam do debate, às 19:30h, os jornalistas Tutty Vasquez e Marcos Caetano e os cineastas Guel Arraes e Cesar Charlone. Os filmes do programa são "Meu tio" (às 13h), 15h10 "Um dia nas corridas" (às 15:10h), "Escola do riso", de Mamoru Hoshi (às 17:20h) e "O banheiro do Papa", às 21h.

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Cinema, jornalismo e poder

Por Eduardo Souza Lima


Corram que ainda dá tempo de pegar a sessão de "A Batalha do Chile", de Patrick Guzman, no Odeon. O filme passa às 13:50h, abrindo os trabalhos de hoje do Festival Estação Piauí. Em seguida tem "Vocação do poder", de Eduardo Escorel e José Joffily, às 15:30h, e "A marca da maldade" (foto), de Orson Welles, às 17:40h - ver aquele plano-seqüência na telona do Odeon é o que chamamos de programa imperdível. No debate de hoje, a jornalista e vereadora Soninha Francine e os cineastas João Moreira Salles, Eduardo Escorel e David França Mendes conversam sobre jornalismo, cinema e poder a partir das 19:30h. Fechando a programação, às 21h, tem "Videogramas de uma revolução".
No próximo post a gente fala do debate de ontem - mas você pode deixar para ler depois do cinema.

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domingo, 9 de março de 2008

Cine piauí

Por Eduardo Souza Lima


O Grupo Estação e a revista "piauí" promovem a partir de hoje, no Odeon, o Festival Estação Piauí, minimostra de cinema e ciclo de debates sobre os pontos de contato entre a palavra escrita e o cinema, que termina na terça-feira. Serão exibidos 12 longas-metragens, incluindo clássicos como "Um dia nas corridas", com os irmãos Marx; "Meu tio", de Jacques Tati; e "A marca da maldade", de Orson Welles; filmes recentes, como "A escola do riso", de Mamoru Hoshi; além de pré-estréias, como a de "O banheiro do Papa", de César Charlone e Enrique Fernandez; e a exibição única de "Videogramas de uma revolução", de Harun Farocki e Andrei Ujica, que documenta a queda do ditador romeno Ceausescu, registrada por câmeras de vídeo domésticas por por cinegrafistas amadores, que não será lançado em circuito comercial no Brasil.
A programação de hoje começa daqui a pouco, ao meio-dia, com a exibição de "Topsy Turvy", de Mike Leigh. Às 15h tem "Madame Satã", de Karim Aïnouz; e às 17:10h, "O último rei da Escócia", de Kevin MacDonald. Em seguida, às 19:30h, os cineastas Karim Aïnouz, Douglas Duarte e Walter Salles, o historiador José Murilo de Carvalho e a jornalista Daniela Pinheiro debatem como o cinema e o jornalismo lidam com personagens reais, os limites éticos, as questões práticas, os fatos e a ficção. E às 21h rola a pré-estréia de "Personal Che" (foto acima e trailer abaixo), de Douglas Duarte e Adriana Mariño.


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sexta-feira, 7 de março de 2008

Sessão da Tarde: "Vincent"




O primeiro filme de Tim Burton, uma animação em preto-e-branco e stop-motion (com legendas em português). Pode-se até não gostar do diretor, mas desde o começo o cara mostrou ter estilo.

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Brechó Solidário na Tijuca


A Mais Brasil, a Aliança dos Cegos, a Casa da Tia Edith, o Abrigo Alma e a Casa de Passagem promovem amanhã, das 11h às 18h, no Clube Monte Sinai (Rua São Francisco Xavier, 104, próximo ao metrô), o Brechó Solidário. São roupas, CDs, livros, aparelhos eletrônicos, objetos de decoração, calçados e acessórios a partir de R$ 3. A renda vai para as instituições, que cuidam de soropositivos, deficientes visuais e crianças e jovens carentes.

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tr1L0g1a: O eterno retorno?

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Flávio Izhaki nas livrarias e na rede


Flávio Izhaki lança seu primeiro romance, "De cabeça baixa" (Editora Guarda-chuva), no dia 25 de março, a partir das 20h, na Argumento do Leblon (Dias Ferreira, 417). Mas o escritor - que assina o terceiro capítulo de nosso folhetim "As aventuras de um Zé Pereira" - já botou no ar o blog do livro, que traz o seu trailer, a orelha, assinada por Marcelo Moutinho, e informações gerais.

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quinta-feira, 6 de março de 2008

Cenas cariocas V

Por Luiz Henriques




Gol de bicicleta.

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Uma canção ao cair da tarde: "Mundo loco", Pavilhão 9




Aumenta o som!

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Sobre o "Dossiê Veja"


Saiu uma boa entrevista com o Luis Nassif no Vermelho.

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Nine Inch Nails na rede


O Nine Inch Nails de Trent Reznor (à frente de Atticus Ross na foto) lançou "Ghosts I - IV,", seu primeiro álbum independente, na rede. No site da banda dá pra baixar de graça nove das 36 faixas do disco ou pagar US$ 5 por todas, mas há outras opções de compra para os fãs mais fanáticos que chegam a um pacote ultra-luxo que custa US$ 300.

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"A Estrela": Episódio II

Por Roger


Clique na imagem para ver maior.

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Bravura indômita


Ao falar da crise na América Latina, a boa repórter Christiane Pelajo abriu o "Jornal da Globo" - o telejornal mais editorializado da TV brasileira - dizendo que a Colômbia errou ao invadir o Equador, mas fez uma ressalva: "O que faria o espectador se um ladrão que roubou sua casa se refugiasse na casa do vizinho?". Já teve gente tecendo loas aos Estados Unidos por de pronto ter apoiado o presidente colombiano; outros chegaram a dizer que se fosse cidadão de bem colombiano iria "caçar os narco-terristas até no Inferno de Dante". Tudo pela democracia - o curioso é que quem tem este tipo de discurso também costuma defender com unhas e dentes a propriedade privada. Não tem jeito: nessa hora sempre baixa o espírito de John Wayne na rapaziada. O que, além de revelar um quê de fantasia infantil de machinho, mostra que esse pessoal só acredita realmente numa lei: a do mais forte.

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